Viajar pode trazer novas experiências, independentemente da idade
Reprodução/freepik
Viajar pode trazer novas experiências, independentemente da idade

Viajar é uma das atividades mais prazerosas e enriquecedoras da vida. A experiência gera momentos e lembranças únicos, enriquecimento cultural e, de quebra, ajuda em questões importantes como as saúdes física e mental dos viajantes.

Devido a vida agitada que a maioria das pessoas vive durante a maior parte do tempo, aproveitar uma boa viagem com o máximo de descanso acaba se tornando uma experiência que ocorre, geralmente, após os 50 anos, quando o ritmo de trabalho é menor, ou até mesmo nulo com a aposentadoria.

Atualmente há diversas opções de viagens para esse público, que pode viajar para visitar familiares distantes, ou apenas com o objetivo de se divertir. Com um planejamento adequado, a viagem só pode oferecer benefícios.

Com o avançar da medicina e um estilo de vida mais saudável, as pessoas estão atingindo uma maior longevidade e, mesmo após seus 60, 70, ou 80 anos, continuam plenamente dispostas e prontas para viajar pelo mundo, como explica a psicóloga, mentora e consultora em longevidade Candice Pomi, que fala ao iG Turismo sobre os principais benefícios das viagens para a saúde das pessoas longevas.

“São vários os benefícios”, destaca a especialista. “A pessoa aprende novas culturas, uma nova língua e traz de volta experiências que fazem com que ela ressignifique, inclusive, a própria cultura na qual está inserida. Isso amplia os horizontes dela, do ponto de vista de aprendizado.”

A especialistas acrescenta que “do ponto de vista físico, faz com que a pessoa caminhe mais, se exercite mais, se coloque em situações em que o corpo dela precisa estar em forma para poder enfrentar uma viagem. Então, existe um preparo pré-viagem, a viagem em si e o pós-viagem. [Nestes períodos há] hábitos que essa pessoa pode cultivar e manter.”

A consultora em longevidade diz ainda que, depois de uma viagem, é gerada uma bagagem com aspectos de aprendizado cognitivo, físico e emocional a ser desenvolvida. “As viagens propiciam a pessoa se socializar, fazer novas amizades, se conectar com pessoas que talvez ela não se conectaria em uma ‘vida normal’, na rotina dela do dia a dia.”

Viajar pode trazer novas experiências, independentemente da idade
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Viajar pode trazer novas experiências, independentemente da idade

A psicóloga reforça que tais experiências também trazem uma abertura emocional, com um grande poder de ressignificar relações, emoções, e de se colocar em situações diferentes.

“Uma viagem transborda para muitos pilares, do aspecto físico, aspecto emocional, aspecto social e aspecto cultural”, pontua Candice, que alerta que as pessoas também precisam se preparar, financeiramente, para que uma viagem seja bem-sucedida.

“Inclusive, [o preparo] faz com que as pessoas comecem a olhar para os investimentos de uma outra forma. Se preparar para fazer viagem, também é uma forma de você se manter, ter objetivos financeiros de médio e curto prazo.”

Candice reforça que os benefícios de uma boa viagem vão além da saúde mental, valendo também para a saúde integral e para o ressignificado dos próprios conceitos sobre a vida.

Um público com diferentes perfis e gostos

Aline Ricarte, empresária e fundadora da agência Big Five Viagens, aponta que há diferentes perfis de viajantes mais velhos, desde aqueles que são mais “viajados”, com mais experiência e que preferem ir sozinhos, alugam carro e saem por conta própria até aqueles que preferem uma viagem mais tranquila.

“Eu tenho um grupo de terceira idade de acima de 70 anos, que ainda aluga carro fora do Brasil e vai bater perna. Mas há também aquele padrão mais ‘estereotipado’, que prefere uma viagem mais tranquila, como um resort que tem de tudo — como entretenimento, atividades na natureza e refeições”, diz a empresária ao iG Turismo .





Piscinas do Margaritaville. Margaritaville/Divulgação
Piscinas do Margaritaville. Margaritaville/Divulgação
Piscinas do Margaritaville. Margaritaville/Divulgação
Piscina do Margaritaville. Margaritaville/Divulgação
Piscina do Margaritaville. Margaritaville/Divulgação
5 o'Clock Somewhere Bar no Margaritaville. Rafael Nascimento/iG Turismo
Piscinas a noite no Margaritaville. Rafael Nascimento/ iG Turismo
Piscinas do Margaritaville dão acesso a Playa de Juanillo. Rafael Nascimento/ iG Turismo
Playa de Juanillo, em Cap Cana. Rafael Nascimento/ iG Turismo
Playa de Juanillo, em Cap Cana. Rafael Nascimento/ iG Turismo


Outro passeio muito buscado, semelhante aos resorts, com a vantagem de estar em locais diferentes a cada dia, são os cruzeiros, com indica Aline. “Tem pensão completa, todas as refeições, tem muito entretenimento a bordo, como teatro, cassino, atividades de aula de dança, jogos e tudo mais, com a vantagem de ainda se pode conhecer lugares diferentes, conforme o trajeto do cruzeiro.”


Roteiros para quem não quer se preocupar com nada

Viajar pode trazer novas experiências, independentemente da idade
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Viajar pode trazer novas experiências, independentemente da idade

“E quando a gente fala de roteiros, grande parte do público mais maduro, que eu atendo, gosta muito dos roteiros já estabelecidos com guia no trajeto, com tudo incluído. Então, por exemplo, se a pessoa quer fazer um roteiro pela Patagônia , quando chegar no aeroporto de lá, vai ter uma equipe aguardando, que vai levá-la até o hotel e, no dia seguinte, vai ter uma equipe que vai guiá-la até o atrativo”, detalha Aline, ressaltando que tudo pode ser adaptado de acordo com o destino escolhido e o perfil da pessoa.

“Muitos roteiros em grupo, seja América do Sul , Estados Unidos , Canadá ou pela Europa , em um geral, têm bastante procura e já incluem guia, passeios, ingressos e atrativos, a pessoa só viaja e segue conforme o guia vai orientando a cada dia”, explica a empresária.

“Existem roteiros que já saem com o guia do Brasil, então aquele turista que não sabe outro idioma, por exemplo, fica mais tranquilo porque ele sai do Brasil com um guia, ou encontra um guia no destino que fala português, isso facilita bastante.”

Aline destaca ainda que há, de forma mais simplificada, três tipos de público:

  • Aqueles que preferem viajar em grupo, com guia e roteiro definidos;
  • Aqueles que preferem uma viagem privativa, com guia e transporte únicos, para que possam ter maior liberdade, podendo passar o tempo que quiser onde quiser, sem a preocupação com atrasos que podem, por exemplo, acontecer em uma viagem em grupo;
  • Aqueles mais aventureiros e desbravadores, que viajam por conta própria, definindo sozinhos o roteiro.


Virginia Zanfelici, aos 65 anos, tem preferência por viajar sozinha pelo mundo Virginia Zanfelici/Arquivo Pessoal
Virginia Zanfelici, aos 65 anos, tem preferência por viajar sozinha pelo mundo Virginia Zanfelici/Arquivo Pessoal
Virginia Zanfelici, aos 65 anos, tem preferência por viajar sozinha pelo mundo Virginia Zanfelici/Arquivo Pessoal

Um exemplo desse perfil “aventureiro” é a professora de português Virginia Maria Zanfelici, 65 anos, que costuma viajar anualmente há quase 30 anos. Ela afirma que prefere viajar sozinha, para não precisar ficar presa à programação de ninguém . “Sou independente, eu faço a minha própria programação, no meu tempo e no meu ritmo.”

Outra questão importante para Virginia, segundo ela, é conseguir apreciar ao máximo os locais por onde passa, sem precisar seguir um roteiro específico, como o de um tour.

“Eu gosto muito de caminhar, andar a pé ou pegar ônibus coletivo para ter contato com a população local. Então essa coisa de ver a cidade através da janelinha de um ônibus ou de um táxi não faz muito a minha cabeça”. Para a viajante, um dos pontos altos de uma viagem é conhecer de perto as paisagens, cultura e população local, por isso, caminhar livremente é a melhor opção.

“Eu pego o coletivo, vou até um determinado ponto e de lá eu caminho, caminho exaustivamente até conhecer tudo, porque é uma coisa que me traz prazer”, garante a professora ao iG Turismo .

Para Virginia, os melhores ambientes lugares para se visitar são aqueles com cultura presente e que preservam arquitetura antiga. Entre seus favoritos estão a Europa e região sul do Brasil.

“Eu gosto de fazer passeios culturais e gosto muito de arquitetura antiga. Eu gosto muito de histórias, de cidades onde há marcas da [antiga] civilização que foram preservadas, eu gosto muito disso.”

Ela continua: “Eu sou professora de português. A área de literatura também é outra coisa que me encanta, a história da arte. A primeira coisa que eu olho é se o local que eu vou viajar tem uma preservação histórica. A questão da culinária também é outro atrativo. Eu gosto muito de comer, então amo conhecer as comidas típicas e tudo mais.”

A professora garante que “não tem medo de provar nada diferente” e conta uma experiência recente que teve ao ir à Alemanha , onde mora sua filha, em que experimentou carnes de cavalo e de veado. “Já saboreei uma cabeça de porco em Roma , na Itália. Então eu não tenho medo de ousar”, garante.

A barreira do idioma

Virginia Zanfelici, aos 65 anos, tem preferência por viajar sozinha pelo mundo
Virginia Zanfelici/Arquivo Pessoal
Virginia Zanfelici, aos 65 anos, tem preferência por viajar sozinha pelo mundo

Por mais que saber outro idioma, como o inglês, possa facilitar a vida dos turistas, Virgínia garante que esse não precisa ser um impeditivo para quem tem vontade de viajar, mas não fala outros idiomas.

“Eu falo apenas a língua portuguesa, não falo inglês, não falo alemão. O espanhol é muito pobre, falo aquele ‘portunhol’”, brinca. Para ajudar, ela diz que usa  aplicativos de tradução.

“Eu me viro com a tecnologia que eu tenho em mãos, como o Google Tradutor. Eu uso a cara e coragem, eu uso mímica e, como eu digo sempre, uso a simpatia que Deus me deu, com aquele sorrisinho de uma senhora de 65 anos”, diz a professora, que acrescenta: “Eu não tenho medo de me lançar ao estranho, ao desconhecido”

Continuar viajando é um objetivo

“Eu tenho 65 anos de idade, enquanto Deus me der força, saúde e condições financeiras, eu vou, [continuar viajando], porque eu ainda trabalho, eu vou conhecer aquilo que eu puder conhecer”, diz ela, afirmando que planeja as próprias viagens, e prefere não participar de excursões de agências de viagens.

Ela continua: “Eu mesma planejo, eu procuro no Google, eu vejo os passeios mais indicados, normalmente em blogs de pessoas que já foram e gostam de publicar sobre o que viram. Então eu vasculho muito e vou selecionando aquilo que eu gostaria de ver.”

Para a próxima viagem, o destino deve ser Córdoba, na Argentina . “Eu sei que é um lugar que tem uma arquitetura antiga, que tem história e uma culinária bastante agradável. É um passeio de, no máximo, quatro ou cinco dias. Já estou começando a vasculhar e a planejar”, completa.

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