Fotos com cosplay, descansar no ofurô e explorar trilhas: veja o que é possível fazer durante hospedagem na Casa Hobbit
Airbnb/reprodução
Fotos com cosplay, descansar no ofurô e explorar trilhas: veja o que é possível fazer durante hospedagem na Casa Hobbit

“O Condado é uma terra pequena, mas muito bonita, frutífera e amada pelos Hobbits”, é como a região da Terra Média, em “O Senhor dos Anéis”, é descrita na saga de livros de J. R. R. Tolkien e também nas adaptações cinematográficas. Por ter recebido os sets de gravação da saga, a  Nova Zelândia concentra a recepção e turistas que querem chegar perto da atmosfera épica e medieval da Terra Média; mas quem quer se sentir como um Hobbit já pode fazer isso ao visitar uma réplica fiel das casas do Condado em Jundiaí , interior de São Paulo.

Tesouro preservado entre as cadeias montanhosas da Serra do Japi – onde os picos podem atingir até 1.260 metros –, a Casa Hobbit é abrigada debaixo de um barranco e se assemelha à toca de coelho em que vivem as criaturas da saga. Além do cenário fotogênico e imersivo, trata-se de uma estrutura interna aconchegante e uma área externa que favorece o contato com a natureza e com atividades relaxantes na mata – como aproveitar ofurô em um deck de madeira ao ar livre ou contar histórias ao redor de um fire pit. O local pode ser alugado por casais no Airbnb por R$ 1.124 por noite, com uma estadia mínima de duas diárias.

A Casa Hobbit fica dentro do sítio do casal Meriele Sá e Getúlio Sá, que criaram e administram a hospedagem. Dos detalhes das portas e dos bordados até o uso de materiais naturais, como madeira, troncos de árvore e pedras, a construção transporta o turista para o mundo encantado da saga. Os dois administram as hospedagens da Holy House Brasil, que oferece hospedagem para pessoas que querem se conectar com o Sagrado e com a natureza.

A anfitriã conta ao iG Turismo que ficar de queixo caído é a principal reação dos aficionados por “O Senhor dos Anéis” que topam uma estadia ali. “A reação é a mesma para quem é médio ou pouco fã da saga também”, confessa, rindo em seguida. O cuidado com os detalhes faz com que a casa pareça ter pulado diretamente das páginas do livro ou dos frames da tela para a vida real, o que torna comum que muitos fãs levem fantasias e orelhas de elfo para fazer cosplay por ali.

O capricho com cada detalhe e a área arborizada atrai pessoas do Brasil inteiro. Mesmo assim, a proximidade com a capital paulista faz com que 97% dos hóspedes sejam dali. A localização próxima facilita: a cerca de 70 km de distância, é possível fazer o trajeto de carro em menos de 1 hora e meia.

Mas não são só os fãs da saga que caem nos encantos da Casa Hobbit. “A grande maioria vem pelo chamariz de ‘O Senhor dos Anéis’ e ficam encantados, mas temos também uma pequena porcentagem de pessoas que vêm por staycation , pela arquitetura diferente ou para entrar em contato com a natureza. A questão do sagrado também é muito presente aqui”, pondera a dona.

A privilegiada localização permite contemplar a mata e estreitar o elo com a natureza. A acomodação isolada cria um clima intimista e relaxante, sendo também ideal para casais que queiram dar uma escapada da rotina. Inicialmente, essa era a ideia do casal: criar um espaço em que pudessem se conectar sem os quatro filhos.

“A gente precisava de um lugar de aconchego para ficar junto como casal, namorar, tomar um vinho, curtir uma fogueira juntos”, afirma. Ela conta que os planos mudaram quando os amigos começaram a visitar o local e aconselharam o casal a fazer da casa uma hospedagem temática de “O Senhor dos Anéis” no Brasil.

O cuidado com os detalhes e a proposta imersiva de viver como um Hobbit por alguns dias faz da Casa Hobbit uma acomodação disputada. Quando novas datas são abertas, são rapidamente reservadas.

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A ideia da Casa Hobbit

As casas originais do Condado nos filmes de
Pixabay
As casas originais do Condado nos filmes de "O Senhor dos Anéis"

Getúlio e Meriele tiveram a ideia de realizar a construção depois de assistirem todos os filmes de “O Senhor dos Anéis”. Dentro do sítio, Getúlio tinha um galpão que anteriormente se chamava Vale dos Ossos Secos, uma referência à passagem bíblica Ezequiel 36, que representa a restauração de Israel. O interesse estava ligado com a identificação que ambos tiveram com as figuras e essência dos Hobbits.

“Vimos que os Hobbits eram seres muito simples, que tinham uma grande conexão com a terra e eram puros a ponto de não se contaminarem quando estavam levando o anel para ser destruído em Mordor [trama que baseia toda trilogia principal da saga]. Eles também têm essa ligação com a comida, com o que é feito com as mãos, o plantar, a vida e a família. Nos sentimos muito familiares com a vida de Bilbo e Frodo [que protagonizam a saga]”, explica Meriele.

Ao organizar materiais de demolição do galpão, ela e o marido notaram que era possível transportar o Condado para o quintal de casa. Em uma manutenção anual feita com escavadeira, em que são realizados reparos de danos causados pelas chuvas, Getúlio decidiu fazer um “dente” no barranco para possibilitar a construção da casa. O local abriga a Casa Hobbit na configuração atual.

Pelo forte vínculo com a essência dos Hobbits, a construção fiel aos detalhes da acomodação com os dos filmes não foi um grande esforço, de acordo com Meriele. “Fiz as aquarelas, todas as capas de almofada de crochê… Tudo nós fizemos com as próprias mãos. Para nós, a saga representada por Bilbo e Frodo nada mais é que a saga do herói humano, e nós vivemos isso analogicamente”.

Por dentro da Casa Hobbit

A parte interna da casa conta com um quarto, um banheiro e uma cama queen size, tudo acompanhado de uma composição rústica e natural – desde a lareira ao lado da cadeira de balanço até a pia de pedra no banheiro. “No inverno, é uma delícia ficar descansando com a lareira acesa perto do fogo, lendo um bom livro”, aponta. É possível ainda deixar a porta redonda aberta para deixar o verde da Serra participar da ambientação.

A parte externa é ainda mais impressionante pela integração da atmosfera dos filmes com a natureza da Serra do Japi. Além do ofurô e da fogueira, o local conta com mirante de madeira e almofadas, rede de descanso na varanda principal e bancos de madeira para apreciar a vista; além de um jardim cuidadosamente cultivado pela própria Meriele, que, admite, tem o lugar como o seu preferido na Casa Hobbit: “O jardim é sempre o melhor lugar de uma casa. Lá se acende o fogo todos os dias para sentar ao redor e contar histórias, fazer um fondue. São atividades muito ancestrais e primordiais”, afirma.

Além de desfrutar das atividades presentes na Casa Hobbit, o turista pode curtir o entorno e explorar as trilhas que perpassam pela mata do sítio (com cuidado em alguns trechos para não atrapalhar o trabalho das abelhas que vivem ali).

Entre as atividades rurais que podem ser feitas próximo da Casa Hobbit, Meriele recomenda uma visita à Casa de Pizzo. O local é considerado a menor vinícola do Brasil. Lá é possível visitar o pomar de frutas e ervas, as vinhas de uvas Niágara (especialidade da casa), interagir com os animais e realizar degustações de vinhos, licores, doces, geleias e sucos.

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