Ein Bokek
Reprodução/Flickr/Martin Atso - 23.05.2023
Ein Bokek

“Existem vários points que podem ser explorados na região do Mar Morto, e nem todos se limitam ao Mar. Nas margens israelenses, você encontra a fortaleza de Massada, riquíssima em história e com um visual deslumbrante, os parques naturais de Ein Gedi e Einok Tzukim, que têm rios e piscinas de água doce, além de muitas trilhas ao redor deles que podem ser exploradas no mesmo dia que se vai à praia”, inicia Ilan Ejzykowicz.

Nativo do Rio de Janeiro , Ilan está em Israel desde 2018. Ao se apaixonar pelo local e pela natureza, resolveu, em 2019, começar a trabalhar como guia de turismo no país do Oriente Médio.

A fortaleza de Massada é um imponente planalto escarpado, situado no litoral sudoeste do Mar Morto. O local é uma fortaleza natural, com penhascos íngremes e terreno acidentado. Antes da construção do teleférico o acesso só era possível por meio de uma difícil trilha que passava pela montanha.

O parque natural de Ein Gedi, a oeste do Mar Morto, é um oásis perto de Massada e das cavernas de Qumran. Conhecido pelas suas grutas, nascentes, e a sua rica diversidade de fauna e flora, Ein Gedi é mencionado diversas vezes nos escritos bíblicos. Já o parque natural Einok Tzukim está localizado na costa noroeste do Mar Morto, cerca de 3 km ao sul da Cisjordânia.

Dentro da reserva existe um conjunto de nascentes de água salinas, e é composta também por um trecho aberto com piscinas de água mineral para banho rodeadas de folhagem alta.

Ilan explica, porém, que se o objetivo é aproveitar apenas o mar e suas praias, há algumas opções, como as praias do norte que são privadas e as do sul, abertas e gratuitas ao público.

“Há as praias privadas do norte que tocam algumas músicas. Mas, digamos, que elas são mais ‘farofas’. Se busca algo mais ‘roots’, há praias não oficiais (sem salva-vidas), tanto na área palestina, quanto na israelense… E as praias para famílias, mais ao sul, junto aos hotéis. Ou seja, tem para todos os gostos”, afirma.

O guia relata que o Mar Morto é dividido em duas partes: norte e sul, e que, por isso, suas praias são diferentes. O Mar Morto da área norte é o original. Nessa área, é possível encontrar lama nas suas margens, tendo a sua água mais escura. No lado israelense/palestino, há praias pagas com infraestrutura.

O Mar Morto na região sul, em Ein Bokek, por sua vez, conta com algumas piscinas artificiais criadas para fins comerciais e que começaram a ser exploradas pelo turismo. Na região, as praias são públicas, com águas mais claras e com o chão de sal ao invés de areia comum.

Para acessar as praias ao norte, o turista precisa pagar uma taxa, enquanto as praias ao sul, por não serem "oficiais" são de acesso gratuíto. “Os valores são em torno de 40 a 50 shekels (NIS), aproximadamente R$ 50 a 70". 

Entre as praias que ele recomenda, estão:

Kalia

Kalia
Reprodução/Flickr/Meraj Chhaya - 23.05.2023
Kalia

A praia é gerida pelo hotel Kibutz Kalia, sendo ela mais ao norte e mais próxima de Jerusalém. Ela apresenta ótima infraestrutura, dessa forma, torna-se o destino de muitos turistas que buscam conforto e praticidade. Restaurante, vestiários, e aluguel de toalhas, por exemplo, são algumas das comodidades que se dipõe no local.

“A praia é muito tranquila, possibilitando a entrada de todos. Outro diferencial é a lama. Ela pode ser encontrada na própria praia, desse modo, tem seu uso liberado e sem custos”.

Por ser ao norte, a entrada na praia é paga.

Biankini

Biankini
Reprodução/Flickr/Patti - 23.05.2023
Biankini

“Muito similar a Kalia, o seu diferencial é um tradicional restaurante marroquino. Ela costuma ser a principal escolha entre as famílias Israelenses que não querem ir a Ein Bokek”, pontua. Além disso, a entrada na praia é paga.

Neve Midbar

Neve Midbar
Reprodução/Flickr/Rick Harrison - 23.05.2023
Neve Midbar

É a praia mais vazia dentre as três da região norte do Mar Morto, no entanto, tem o mesmo nível de qualidade. Um diferencial dela é a procura por pessoas que adotam a prática do naturalismo. A entrada na praia é paga.

Ein Gedi Baths

Ein Gedi Baths
Reprodução/Flickr/fabcom - 23.05.2023
Ein Gedi Baths

É a praia mais próxima aos parques de Massada e Ein Gedi. Apresenta também boas instalações aos visitantes. O seu diferencial, no entanto, é que neste ponto é nítido o quanto o Mar Morto tem encolhido. A orla, que outrora chegava às margens da entrada, hoje só se tem acesso a partir de uma condução que faz o percurso de ida e volta constantemente.

A entrada na praia é paga.

Ein Bokek

Ein Bokek
Reprodução/Flickr/Martin Atso - 23.05.2023
Ein Bokek

Localizada nas piscinas ao sul do Mar Morto, é a praia que se encontra à frente da região hoteleira. Conta ainda com chuveiros e vestiários públicos. No entanto, dentro da água, não há lama para o corpo, apenas pedras de sal. Dessa forma, caso o turista queira sentir um pouco das propriedades terapêuticas da lama, tem que comprá-la nas lojas próximas. A entrada na praia é gratuita.

Hamei Zohar

Hamei Zohar
Divulgação/Dead Sea
Hamei Zohar

Outra praia pública e gratuita, similar a Ein Bokek, porém nela há uma parte reservada aos judeus, com divisão entre os sexos.

Neve Zohar

Neve Zohar
Reprodução/Flickr/WebsThatSell - 23.05.2023
Neve Zohar

Praia mais ao sul e de acesso mais difícil. Não tem a mesma estrutura das outras praias, porém, também é aberta ao público de maneira gratuita.

Como aproveitar as praias

Ilan aconselha que, mesmo que não haja o risco de afundar nas praias, é preciso tomar outros cuidados devido à alta concentração de sal na água. Por isso, não é recomendado entrar de cabeça, ou mesmo nadar, para não ocorrer o risco de engolir a água ou de entrar nos olhos. São locais apenas para boiar, aproveitar a vista e os benefícios para a saúde, no caso das praias com lama natural.

“Também não é recomendável entrar com joias, pois o que não é de metal nobre pode estragar e anéis tendem a escorregar das mãos, não só por conta da diferença de pressão, como também pelo fato de a pele ficar mais sedosa. Além disso, é recomendado ir com chinelo, pois nas praias com sal, o turista pode cortar o pé, e nas de lama pode acabar escorregando. E beber muita água, pois é muito fácil  ficar desidratado por lá”, enfatiza.

Para chegar até elas, o especialista recomenda ir de carro, pois o transporte público é precário. “Há ônibus que não passam com muita frequência levando, principalmente, a Jerusalém. Mas, a melhor maneira seria ir de carro, ou com contratando um tour fechado. É possível alugar um carro com a carteira de habilitação brasileira". 

As praias do norte estão mais próximas a Jerusalém, porém, depois que o turista chega na área destinada é preciso caminhar um pouco mais por conta do recuo do Mar Morto. Já nas praias do sul é só estacionar o carro e aproveitar, já estará bem em frente à praia. No sul, também é a região dos hotéis e spas, e a grande maioria é a beira-mar, o que facilita muito o acesso.

Paralelamente ao transporte e como chegar às praias, a melhor época do ano para ir é na primavera e no outono, defende Ilan.

“O verão é extremamente quente, com temperaturas próximas a 50°C; no inverno tem o risco de chuvas, que mesmo que não ocorram no Mar Morto em si, podem levar a trombas de água que fecham as estradas”.

As belezas das praias

Turista em praia do sul do Mar Morto
Reprodução/Instagram/israelcomilan - 23.05.2023
Turista em praia do sul do Mar Morto

“Beleza é uma questão pessoal, mas digamos que as praias do sul são mais instagramáveis . Como foram criadas com objetivo comercial, a ideia é facilitar a evaporação da água para coleta dos minerais. Logo, há um acúmulo de sal, criando grandes aglomerados brancos que são bem diferentes”, adiciona.

Ilan afirma que, por conta da evaporação da água, que é rica em minerais, e a erosão das pedras de sal, várias estruturas diferentes podem ser formadas pelo sal. “Algumas podem receber o formato de couve-flor, quadrados perfeitos, bem como as bolinhas. Depende do local que o turista está”.

Além disso, as águas não são só claras ou escuras, elas podem ser coloridas por conta das concentrações de diferentes minerais. Nos bolaines, por exemplo, há alguns com água rosa.

Riscos e trajes adequados

Os maiores riscos não seriam apenas os riscos do mar, mas também os dos bolaines e os dos sumidouros .

Os buracos presentes no Mar Morto são chamados de bolaines, formados por conta das condições subterrâneas presentes após a redução do volume de água no Mar Morto. Já os sumidouros, são pontos onde um curso d'água superficial penetra no solo. Trata-se de uma abertura natural, que também pode ser entendida como buraco, e que pode afundar tudo o que estiver pelo caminho.

Quanto aos trajes indicados para ir à praia, Ilan afirma que não existem restrições. “Não há restrição nem recomendação. Do menor biquíni ao maior maiô, não há nenhum tipo de recomendação”.

A maior diferença, porém, fica na região de Ein Bokek, onde existe uma praia exclusiva para homens e outra para mulheres. Este é o destino mais por famílias religiosas e, em outros casos, de mulheres que não querem ser importunadas.

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** Julio Cesar Ferreira é estudante de Jornalismo na PUC-SP. Venceu o 13.º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão com a pauta “Brasil sob a fumaça da desinformação”. Em seus interesses estão Diretos Humanos, Cultura, Moda, Política, Cultura Pop e Entretenimento. Enquanto estagiário no iG, já passou pelas editorias de Último Segundo/Saúde, Delas/Receitas, e atualmente está em Queer/Pet/Turismo.

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