A Itália, país Europeu com longa costa mediterrânea, atrai milhões de turistas devido à marca que deixou na culinária e nas culturas ocidentais. Roma, capital do país , é sede do Vaticano e abriga obras de arte e monumentos mundialmente famosos; outra cidade que normalmente marca presença nos roteiros de viagem é Florença, casa de obras renascentistas como “Davi”, de Michelangelo, e o Domo de Brunelleschi. Também pode-se destacar Veneza, cidade dos canais, e Milão, capital da moda italiana.
Entre tantas possibilidades, fica difícil saber por onde começar a conhecer a Itália ou o que deve ser levado como prioridade até mesmo para evitar possíveis apertos. Em vista de esclarecer essas e outras dúvidas, o iG Turismo conversou com Deyse Ribeiro, CEO do Tour na Itália, que compartilhou algumas dicas de ouro para ter uma viagem inesquecível e livre de perrengues.
Primeiramente, Deyse destaca a grande receptividade que os turistas brasileiros possuem no país, principalmente por conta das trocas culturais. “Em geral, os italianos veem os brasileiros como turistas muito alegres e tranquilos e têm muita reciprocidade com estrangeiros de países latinos por essa ligação da língua e da cultura”, declara.
Sobre os possíveis choques culturais, Deyse comenta que é um risco bastante baixo. Contudo, ela chama atenção para a quantidade de burocracia que pode pegar os brasileiros de surpresa. “Não há um grande choque cultural, até mesmo pela proximidade dos italianos com os latinos. No entanto, aqui na Itália, os brasileiros podem se deparar com burocracias que já não existem no Brasil como, por exemplo, algumas reservas que podem ser feitas somente por e-mail, não por telefone ou presencialmente, pois todos os pedidos precisam ser formalizados. Um outro ponto é o valor que eles dão aos prazeres da mesa, como a um bom vinho e boa gastronomia, que realmente é uma filosofia de vida”, explica.
A especialista também elenca os atrativos que mais chamam a atenção dos brasileiros para visitarem o destino.
“As obras de arte espalhadas pelos principais museus italianos, como Uffizi e Accademia, em Florença, Museu do Vaticano, entre outros. Outros atrativos são as igrejas, que contam com arquitetura e história incríveis; a enogastronomia local, que possui uma variedade de produtos como vinhos premiados, queijos mundialmente conhecidos (como gorgonzola e parmesão) e o delicioso azeite; além da dolce vita italiana do interior, que é tranquila e acolhedora”, destaca.
Ao ser questionada sobre quais pontos não podem ficar de fora no roteiro, a especialista destaca que tudo deve ser baseado nos interesses específicos do turista, tendo em vista principalmente se é ou não a primeira vez do indivíduo no país.
“Para uma primeira viagem pela Itália, por exemplo, Florença (e o interior da Toscana), Roma e Veneza são os destinos mais procurados. Para quem já conhece o país e irá viajar no período do verão europeu, os destinos mais buscados são a Costa Amalfitana, a Sardenha, a Puglia e a Sicília”, diz.
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Quanto aos principais perrengues que podem ser encontrados, Deyse não hesita em destacar as vias urbanas e sinalizações de trânsito que podem causar confusão por serem bem diferentes do Brasil.
“Quando o viajante opta por alugar um carro, pode ter certa dificuldade em compreender as zonas de tráfego limitado, ou seja, áreas que só podem ser acessadas por carros autorizados. Outro ponto de dificuldade é com relação às trocas ou cancelamentos de ingressos, bilhetes de trem ou de concertos”, destaca.
Ainda sobre como se esquivar de certas dificuldades, a especialista comenta que não é necessário saber italiano para conseguir se virar na viagem – um inglês básico é suficiente. Porém, em algumas regiões, por incrível que pareça, falar português pode ser ainda mais conveniente. “Nas cidades muito pequenas, às vezes falar português pausadamente ajuda ainda mais, pois algumas palavras no português são similares e ajudam na comunicação com os locais”.
Como aproveitar ao máximo e com tranquilidade
O iG Turismo questionou Deyse sobre os locais preferidos dela no país e o que há de atrativo em cada um deles. A especialista destacou que, por trabalhar no ramo de turismo há mais de 10 anos, os destinos que mais aprecia são aqueles que divergem dos pontos turísticos mais populares.
“Um deles é a região de Marche, destino que ainda guarda aquele ar de cidade do interior, pequeno e com residentes muito amáveis, prontos para ajudar os visitantes. Inclusive, em viagens por lá, não foram poucas as situações em que fui convidada pelos próprios locais para um aperitivo ou até mesmo um café”, começa.
Deyse também chama atenção para as maravilhas das ilhas italianas. “Seja nas regiões de Puglia, Toscana, Campania, Sicília ou Lazio, as pequenas ilhas possuem um turismo tranquilo e muito autêntico onde reinam a tranquilidade e a contemplação das belas paisagens”.
Independentemente do destino, ela afirma que ter a ajuda de um guia turístico é sempre a melhor escolha para quem deseja aproveitar ao máximo toda a carga cultural e histórica presente no país. “O guia irá transformar a viagem em uma descoberta pela cultura, gastronomia e arte italiana, e passará informações que só a experiência e a vivência local podem garantir, e que não é possível encontrar nos livros ou na internet, por exemplo”, explica.
Ela ainda conta um pouco sobre como é a formação destes profissionais. “Na Itália, o guia de turismo passa por rígidos cursos e concursos públicos para conseguir o registro profissional. Portanto, ele conquista a capacidade necessária para acompanhar o viajante nessa descoberta pela cultura italiana. Sendo assim, o guia é capaz de oferecer informações preciosas para que o turista compreenda os principais fatos e a importância de uma obra de arte, o porquê das produções de diferentes tipos de vinhos entre as regiões italianas, entre outras curiosidades que tornam a experiência de viagem ainda mais exclusiva”, pontua.
Dayse listou algumas recomendações que podem ser úteis na hora de aproveitar a viagem, além de ajudarem a evitar gastos desnecessários:
- “Evitar restaurantes em pontos muito turísticos, ou que oferecem cardápios que, em geral, são de baixa qualidade”
- “Saber que o café no balcão tem diferença de preço daquele pedido feito na mesa situada em uma praça famosa, já que, neste caso, você paga pelo serviço e pela vista”
- “Ao comprar um passeio ou pacote turístico é necessário verificar se há transporte, se é em grupo ou particular e se o tour é guiado dentro das cidades. Muitos possuem somente o transporte, mas não há acompanhamento de um guia ou qualquer explicação nas cidades e o turista pode se sentir perdido com as descrições na internet”
- “Faça as compras da viagem com antecedência, como adquirir os ingressos dos principais museus e monumentos ou até mesmo comprar os bilhetes de trem rápido de longo percurso, para garantir bons preços”
- “Outro ponto é consultar os horários e dias de abertura dos museus, monumentos e igrejas, para se programar”
Para fechar o roteiro com chave de ouro, a maior dica da especialista é apostar em uma viagem pouco corrida e bem organizada, de modo a ter tempo suficiente para visitar os destinos sem pressa.
“É importante apostar em um roteiro tranquilo, já que a viagem deve ser um momento de contemplação e relaxamento. Evite visitar quatro ou cinco cidades em um dia, fazer percursos muito longos, de mais de 6 horas em um carro, para visitar o máximo possível em apenas um dia ou programar viagens de bate e volta improváveis, com pouco tempo no destino. Isso só gera cansaço e estresse durante a viagem”, finaliza.