A discussão em torno do esgotamento de recursos naturais tem crescido nos últimos tempos. Alguns especialistas acreditam que os estragos feitos pelos seres humanos na natureza são irreversíveis, e essas consequências chegaram ao turismo.
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Com o aquecimento global, o nível do mar subiu e algumas cidades e países correm o risco de serem alagadas e sumirem do mapa. Além disso, alguns pontos turísticos pelo mundo podem desaparecer por efeitos da erosão e da poluição.
Para alertar sobre os perigos das mudanças climáticas, o iG Turismo separou uma lista de destinos turísticos que podem desaparecer daqui alguns anos como consequência das ações dos seres humanos. Se você pensa em visitar um deles, é melhor apresar a viagem.
1. Parque Nacional Glacier, Argentina
Um dos pontos turísticos mais afetado pelo aquecimento global é o Parque Nacional dos Glaciais , na Argentina. Localizado na região da Patagônia, o parque foi instituído pelo governo em 1937 com, até então, 726.927 hectares. O local também é lar de vários animais como o condor, o huemul (cervo andino), o guanaco, o nandu-de-darwin, o culpeo e o touro selvagem.
Segundo um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), até 2100 metade dos glaciais de todo o mundo terão desaparecido, entre eles o Parque Nacional na Argentina.
Para visitar a região, o turista pode adquirir um passe promocional de dois dias pelo valor de 800 pesos argentinos (R$ 55,54*). Tendo preços mais em conta para crianças de 6 a 12 anos (200 pesos argentinos - R$ 13,88), estudantes e universitários argentinos (80 pesos - R$ 5,55) e crianças de 0 a 5 anos tem entrada gratuita.
2. Veneza, Itália
Veneza é um dos locais mais visitados na Itália. Cercada pelas águas do Mar Adriático, a cidade é outro destino que pode desaparecer com o aumento do nível das águas.
Segundo um relatório do governo da Itália para o desenvolvimento sustentável (ENEA), publicado em fevereiro de 2019, Veneza pode desaparecer até o ano de 2100. O estudo ainda revelou que o nível do mar ao longo do litoral italiano deve subir entre 94 centímetros e 1.035 metros somente neste século.
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Para você que ainda sonha em visitar a capital romântica da Europa, alguns dos passeios para fazer na cidade são: ir à Basílica e praça de São Marcos, percorrer o Grande Canal de Veneza e a Ponte de Rialto.
3. Taj Mahal, Índia
Fora da rota de pontos turísticos que poderão desaparecer por causa das águas está o Taj Mahal. Esse que é um dos principais símbolos da Índia poderá sumir por conta do desgaste do tempo.
Especialistas apontam que a poluição do ar e a sujeira de insetos está desgastando as estruturas do prédio e deixando o mármore branco, amarelado. Construído há quase 400 anos, o templo ocupa uma área de 17 hectares e autoridades indianas já recorreram à Unesco para restaurar a construção.
Para visitar o monumento, o turista terá que ter paciência. O ingresso para o Taj Mahal custa 1.000 rúpias (R$ 57,55) e, logo na entrada os turistas recebem protetores de calçados para não danificar o mármore. Para tirar uma foto em frente ao monumento você terá que se acotovelar com milhares de outros viajantes que também querem garantir a selfie perfeita.
4. Grande Muralha da China
Assim como o Taj Mahal, a Grande Muralha da China está condenada a desaparecer por conta do desgaste temporal. Construída há dois milênios, a muralha sofre com a erosão dos ventos e também com pessoas que roubam seus tijolos para vender ilegalmente. Construída com 21 km de extensão, a edificação tem agora um terço do tamanho que já teve.
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Pela extensão do ponto turístico, apenas algumas áreas são abertas a visitação. Saindo de Pequim, capital da China, os viajantes podem chegar até a Muralha de trem numa viagem de 1h30; de ônibus numa viagem de 3h ou mesclar metrô e ônibus. Todas as quatro entradas na Grande Muralha da China custam 45 yuans (R$ 25,91).
5. Mar Morto, Israel e Jordânia
O Mar Morto , entre Israel e Jordânia, pode desaparecer do mapa devido a diminuição do nível de suas águas. A maior causa da degradação do mar é o consumo insustentável dos países ao redor. Não há uma previsão de quando a água do Mar Morto desaparecerá.
Para quem quer boiar nas águas salgadas do mar, é possível visitá-lo tanto pelo lado de Israel como pelo lado da Jordânia. Viajantes experientes, no entanto, recomendam a viagem pelo lado de Israel que é mais barato.
Os governos não cobram entrada para nadar no mar, mas para chegar até lá a locomoção é melhor de transporte público, algo que não existe na capital da Jordânia.
6. Ilhas Maldivas
O sonho de consumo de muita gente é viajar pra as Ilhas Maldivas . Destino de vários famosos, o território no Oceano Índico corre o risco de desaparecer por causa do aumento do nível do mar. Especialistas acreditam, inclusive, que o conjunto de 1.196 ilhas será o primeiro a desaparecer devido às mudanças climáticas.
Para quem ainda quer realizar o sonho, a viagem precisa ser feita logo. Em projeção feita no site Google Flights , passagens de ida e volta para Malé, uma das ilhotas das Maldivas, saindo de São Paulo, custaria R$ 6.394. Já como destino a Ilha de Gan, o gasto seria de R$ 17.039.
As principais atrações das ilhas são: fazer snorkel ao redor de um naufrágio, observar a bioluminescência, se hospedar num bangalô, surfar e ver o pôr do sol, além de desfrutar das praias e belezas naturais.
7. Ilhas Kiribati
Kiribati é uma junção de 32 pequenos atóis no Oceano Pacífico que pode desaparecer até 2030. O problema é tão sério (e real) que o presidente Taneti Mamau recebeu a oferta de um território em Fiji para transportar os 113 mil habitantes da micro-região.
Os turistas que visitarem Kiribati encontrarão praias paradisíacas com areia branca e águas cristalinas. O caminho é bem longo. Do Brasil é preciso ir até Brisbane, na Austrália, e seguir de avião até as ilhotas. Também há acesso por Fiji ou ilhas próximas.
8. Madagascar, África
Plano de fundo para a animação “Madagascar”, de 2005, o país insular próximo da costa sudeste da África pode ver seus maiores símbolos desaparecerem. Os baobás, árvores gigantes que tem um tronco grosso e pequenas folhagens, estão desaparecendo por conta da exploração de madeira da região.
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Os lêmures, um dos personagens retratados no filme, também estão ameaçados de extinção em Madagascar pela caça. Ambos são 'cartões postais' do país e podem provocar sérios danos turísticos com seu desaparecimento.
Além de apreciar os dois símbolos, os viajantes que estiverem em Madagascar poderão visitar parques e reservas naturais, construções antigas e desfrutar de belas praias.
9. Longyearbyen, Noruega
Longyearbyen , na Noruega, está sofrendo com o degelo. Tendo o mesmo problema do Alasca, a cidade de 2 mil habitantes está vendo suas rochas e terras descongelarem e coisas que deveriam estar escondidas estão “subindo”, como caixões que estão aparecendo na região.
O degelo também causa deslizamentos de terra e avalanches, o que é perigoso para as casas construídas aos pés da montanha. Segundo um estudo do Centro de Serviços Climáticos da Noruega, a temperatura média anual da cidade já subiu 4ºC desde a década de 1970.
Os brasileiros que tem vontade de visitar a cidade mais ao norte da Noruega terão um longo caminho para percorrer. Não existem voos diretos do Brasil para o país nórdico, todos têm pelo menos uma escala e a média de valores é de R$ 4.000.
Em Longyearbyen as melhores opções de hospedagem estão em Svalbard, a capital. Os melhores meses para a viagem são entre junho e agosto e é recomendável que as reservas sejam feitas antecipadamente pela internet.
10. Big Sur, Estados Unidos
Diferente dos outros pontos turísticos, a praia de Big Sur não irá desaparecer, mas seu principal atrativo, sim. Famoso pelo aparecimento de baleias, o local tem sofrido com secas e incêndios florestais e isso está impactando na presença dos mamíferos aquáticos.
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A região fica na Califórnia, e tem 145 km de extensão entre o Rio Carmel e o Riacho San Carpoforo. Por lá os turistas podem visitar reservas naturais e praias paradisíacas, além de parques.
*preços pesquisados em 21 de outubro de 2019