O médico Álvaro Souto na Bielorrússia em sua aventura no começo de 2020
Divulgação/Arquivo Pessoal
O médico Álvaro Souto na Bielorrússia em sua aventura no começo de 2020

O médico Álvaro Souto, 37, fez uma grande aventura antes da Covid-19 se tornar uma pandemia. Ele conheceu 10 países europeus em apenas 12 dias.  Apesar dele apontar o  planejamento como parte fundamental para que tudo desse certo e não ficasse caro, a viagem foi programada apenas quarenta e cinco dias antes dele sair de São Paulo em direção ao velho continente .



Os países escolhidos para esta aventura foram Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Bielorrússia, Ucrânia, Romênia e Bulgária foram os destinos planejados inicialmente. Alemanha e Itália completaram a lista. Viajante experiente, já tendo conhecido outros destinos mais tradicionais para brasileiros na Europa, como França e Inglaterra, Álvaro conta que sempre quis conhecer o leste europeu, mas faltava a oportunidade.

“Geralmente, planejo minhas viagens com 60 ou 90 dias antes. Mas dessa vez não deu, ficou bem em cima, porque foi uma folga que surgiu no trabalho, depois uma promoção de passagem aérea. Comprei a passagem para então começar a planejar a viagem”, afirma Souto.

Um único dia por capital e país, tendo ficado 2 dias apenas na Romênia, onde a capital é um pouco maior, Álvaro conta que foi possível, mesmo em pouco tempo, conhecer bem as cidades que visitou por elas serem pequenas.

“Tirando a Romênia e a Bulgária, as capitais desses países são relativamente pequenas, e os pontos turísticos são bastante próximos uns dos outros. São capitais em que, em um dia, você consegue andar e ver bem as principais atrações turísticas”, afirma.

“Não foi uma viagem que eu fiz para dizer somente que estive naqueles lugares. Eu posso dizer que realmente consegui conhecer os principais pontos turísticos, me inteirar sobre a cultura local e, mesmo que em apenas um dia, ver bem a cidade. Diferente de Berlim, por exemplo, onde só estive numa madrugada, eu simplesmente tirei uma foto e segui para outro aeroporto. Eu não posso dizer que conheço Berlim. Mas nas outras cidades eu realmente andei, pesquisei os diversos pontos turísticos, fui neles, fotografei e me envolvi com o destino. Foi bem interessante”, conta.

A Finlândia foi o primeiro destino da viagem de Álvaro Souto
Divulgação/Arquivo Pessoal
A Finlândia foi o primeiro destino da viagem de Álvaro Souto



Para conseguir atingir o objetivo da viagem e conhecer os 10 países em 12 dias, ele precisou seguir um roteiro rigoroso de viagem, no qual andava um dia inteiro, com uma mochila pesada nas costas e, por volta das 18h pegava um transporte, geralmente um ônibus, com destino à capital do próximo país. Chegava no hotel à noite, próximo às 22h, dormia e no dia seguinte começava tudo novamente em um novo país.

Com pouco tempo para conhecer tantos lugares, Álvaro explica que o planejamento da viagem foi essencial para conseguir atingir o seu objetivo. “Quando eu planejo minhas viagens, eu sempre abro o mapa e vou marcando os pontos que eu quero conhecer, o hotel em que vou ficar, para escolher os mais próximos, para não ficar fazendo zigzag na cidade e não perder tempo”, diz.

Além disso, o planejamento precisava ser físico já que ele andava cerca de 10 horas por dia, no frio, sozinho e carregando uma mochila de 8kg com todos os seus pertences.

“Não era inverno rigoroso, mas era frio. As luvas dificultavam fazer fotografias. E a preparação física foi muito importante, porque eu só descansava no final do dia, no ônibus, indo para o país seguinte, ou quando dormia à noite no hotel. Acordava por volta das 7h da manhã e fazia o novo programa, no outro país, que se estendia novamente até 17 ou 18 horas. Eu só parava para me alimentar”, afirma.

Outro ponto importante do planejamento foi em relação aos custos da viagem. “Nessa viagem específica para o leste europeu, consegui uma passagem muito barata, na época, paguei R$1.200 ida e volta para São Paulo. E, para eu atravessar de um país para o outro, como eu ia de ônibus, saia mais ou menos R$80 a R$90 cada passagem. Isso realmente acabou facilitando bastante. Eu percebi que quanto mais organizo, menos gasto”, diz.

Entre um país e outro, ele conta que sempre tinha os documentos checados na fronteira, algumas vezes demoravam mais e outra menos, mas não chegou a ter nenhum problema.

“Na entrada da Bielorrússia demorou um pouco mais do que o normal para entrar no país. O rapaz fez mais perguntas, se eu falava russo por exemplo, e na Romênia também, onde acharam estranho tantas viagens em tão pouco tempo. Mas não chegou a dar nenhum problema, foi muito tranquilo”, conta.

Para se comunicar, tanto nas fronteiras dos países quanto nos pontos turísticos e nos hotéis, Souto diz que não teve nenhuma dificuldade porque quase todos falavam inglês nesses lugares.

Na Lituânia (foto) e em todos os outros países do leste europeu, foi comum que Álvaro encontrasse pessoas falando em inglês
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Na Lituânia (foto) e em todos os outros países do leste europeu, foi comum que Álvaro encontrasse pessoas falando em inglês



“Pelo menos as pessoas que atendem em restaurantes, rodoviária e pontos turísticos, quase todo o mundo fala em inglês. E quando não, só com o celular era possível resolver. No hotel que fiquei na Ucrânia, o atendente não falava em inglês. Então, ele falava em russo para o celular e mostrava a tradução em inglês para mim e a gente conseguiu se virar bem desse jeito”, explica.

Inicialmente, a viagem não incluia Berlim, na Alemanha, e Milão, na Itália, mas ele terminou utilizando o tempo entre voos que ficou nessas cidades para andar um pouco e conhecê-las rapidamente, Berlim antes de começar a viagem pelo leste europeu, Milão ao final.

“Foi até engraçado, porque eu cheguei em Berlim de madrugada e não tinha nada para fazer e eu fui dar uma volta na cidade. Consegui tirar uma foto no Portão de Brandemburgo, sem ninguém. Normalmente, é um lugar que fica cheio de turistas e, na minha foto, só estou eu”, conta Álvaro.

Álvaro Souto conseguiu fazer uma foto praticamente sozinho em frente ao Portão de Brandemburgo na madrugada de Berlim, capital alemã
Divulgação/Arquivo Pessoal
Álvaro Souto conseguiu fazer uma foto praticamente sozinho em frente ao Portão de Brandemburgo na madrugada de Berlim, capital alemã



”Ao final, como eu mesmo que organizo as minhas viagens, cheguei em Milão de manhã e o meu voo para São Paulo só era à noite, então deu para dar uma volta pela cidade”, diz o médico.

“Não precisa ser assim. Nas minhas viagens, principalmente para a Europa, eu sempre tentava conhecer o máximo de países no mínimo de dias, mas sempre passava 2 ou 3 dias em cada lugar. Dessa vez, o tempo curto que eu tinha, não eram nem duas semanas, foi o que determinou esse tipo de viagem. E eu faria novamente se tivesse a oportunidade, iria procurar outros países onde conseguisse fazer algo semelhante a essa viagem”, afirma.

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