Fê Batista nunca teve a intenção de empreender no turismo, mas enxergou potencial no meio e decidiu arriscar
Reprodução/Instagram (@orlandodiferente) - 29.09.2022
Fê Batista nunca teve a intenção de empreender no turismo, mas enxergou potencial no meio e decidiu arriscar

Tanto pelos parques da  Disney quanto pelos parques da  Universal e do SeaWorld , Orlando é um ponto turístico bastante popular entre os brasileiros – e muito almejado. Não é difícil encontrar pessoas ou até mesmo famílias cujo sonho é visitar a cidade localizada no estado da Flórida, nos Estados Unidos, para aproveitar todo o lazer colocado à disposição. Contudo, como qualquer viagem, exige planejamento, e foi para ajudar o público com essa demanda que Fernanda Batista Soares, mais conhecida como Fê Batista, começou a empreender em viagens. 

“Eu trabalhava em uma multinacional fazia cinco anos”, conta ao iG Turismo. Ela veio de uma família simples, com uma mãe professora e um pai segurança, ou seja, viagens internacionais não faziam parte da realidade vivida por ela. “Fazer estágio nesta empresa em questão me proporcionou expandir a visão de mundo que eu tinha. Aprendi muito sobre marketing e, naquela época, há cinco anos atrás, o marketing digital ainda não tinha passado por esse ‘boom’”, explica. 

De acordo com ela, o ambiente corporativo, apesar de lhe ensinar bastante, também trouxe impactos negativos para a saúde mental. “Eu não podia simplesmente largar tudo, então eu me planejei antes de sair do país. Não era a minha pretensão viver de turismo futuramente, mas eu sabia que algo precisava mudar e que eu tinha que fazer alguma coisa. Desde criança eu sempre tive aquele sonho de ir à Disney e de morar fora, então fui para Orlando para estudar”. 

Ao longo do tempo na cidade, Fê Batista começou a pensar em trabalhar com algo voltado para o digital, pois era um ramo em crescimento, e ela notou grandes oportunidades no nicho de turismo. “Se tem uma coisa que eu defendo como profissional de marketing é a estratégia”, diz. “Claro, você precisa amar o que faz – inclusive, essa é uma premissa minha muito forte –, e eu amo me comunicar, mas a estratégia representa uma parte muito importante disso”. 

“Eu percebi que as páginas de turismo de Orlando não tinham um diferencial. A maioria era mais do mesmo, então eu olhava e pensava: ‘Falta comunicação’, ou ‘faltam dados mais assertivos'. Tudo era estático, não existia storytelling, muito menos uma humanização que aproximasse o público do destino. Então eu comecei a trazer autenticidade junto a uma abordagem estratégica, e isso fez com que eu crescesse muito rápido”.

Quando questionada sobre a busca de viagens a Orlando por parte dos brasileiros, Batista aponta que é um dos destinos mais populares entre a população nacional e que tende a criar laços muito fortes com quem visita. “A cidade tem um diferencial em comparação a outros lugares”, aponta. “As pessoas voltam. Muitas vezes alguém vem, depois traz os filhos, depois os amigos e por aí vai. Muita gente se torna cliente fiel”. 

Ela também ressalta o fato de que o destino tem muito a oferecer, especialmente por meio dos parques, e essa variedade faz com que nunca faltem opções de roteiro, ou seja, é por isso que as pessoas retornam: não dá para aproveitar tudo em uma única ida. “A gente foca muito no que se vive na primeira viagem”, comenta Batista. “São quatro parques da Disney e mais dois da Universal, mas tem muito mais do que isso, como SeaWorld, por exemplo. Todos eles sempre estão inaugurando atrações novas, isso sem falar dos shoppings e outlets que também atraem muito público. Eu desconheço uma cidade que tenha tantas novidades por ano quanto Orlando. Se você visitar um dos parques hoje e voltar daqui dois anos, já vai ter muita coisa nova”.

O iG Turismo a questionou ainda sobre quais as principais demandas dos turistas brasileiros para embarcar rumo à cidade e Fê Batista destaca que a organização da viagem é um tópico fundamental, o qual a maioria das pessoas têm dificuldade. 

“Orlando é um destino que precisa de planejamento”, destaca. “A maior parte das perguntas que eu recebo estão relacionadas a essa pré-viagem, ou seja: como montar o roteiro ideal, quanto custa ir para Orlando, quanto vai ser gasto com hospedagem, aluguel de carro, alimentação, etc. Isso fora as informações sobre os parques, como qual a atração principal de cada um, quanto custa o ingresso, qual bebida o turista não pode deixar de beber ou qual comida ele não pode deixar de comer”. 

Sobre o risco de choques culturais, Fê Batista destaca que o destino em questão é muito democrático porque não é necessário saber falar inglês fluentemente. Há muitos brasileiros que trabalham na cidade, dentro e fora dos parques, e muitos também falam espanhol, então a comunicação é um ponto que não gera tantas preocupações. 

“Eu morei quatro anos em Orlando e posso afirmar que é como se fosse o nosso Brasil dos sonhos. Além de ter muitos brasileiros, você encontra lojas brasileiras, restaurantes brasileiros, até os mapas dos parques da Disney possuem uma versão em português brasileiro, além do espanhol e do inglês”, diz. 

Quando questionada sobre o que deve inspirar mais atenção durante a viagem, Fê Batista pontua que a cidade é bastante segura, de maneira geral, mas não ao ponto de dispensar cuidado. “É muito importante não deixar as malas soltas por aí. Mantenha elas por perto, coloque os itens de valor no cofre do quarto ao chegar ao hotel, independentemente de qual for, e permaneça atento principalmente se visitar lojas de luxo. Existem olheiros que ficam vendo o que as pessoas estão comprando, e o principal foco são os turistas. Normalmente eles ficam na região de shoppings e outlets, ou qualquer centro de compras, então é importante manter os olhos abertos”. 

Antes e depois da pandemia

Fê Batista destaca alguns fatores quanto ao cenário do turismo em si como advento da Covid-19. Ela atua com vários parceiros e os rendimentos principais advém de duas frentes: publicidade (post pago) e parceria fixa com agências de turismo. Nos últimos seis meses, com a negociação e promoção de aluguel de carro, cruzeiro, diárias/hospedagens, ingressos, casas, passagens aéreas, seguro-viagem, entre outros, ela atribuiu um valor bruto de aproximadamente US$ 2,5 milhões, sem contar as publicidades e ativações.

De acordo com ela, as flexibilizações decorrentes da melhora do cenário pandêmico, além de movimentarem o mercado do turismo novamente, mostraram o quanto as pessoas sentiram falta de viajar e de viver a experiência de visitar um lugar novo e se encantar com os destinos. “Nesse pós-pandemia eu percebi que as pessoas começaram a pensar: ‘Eu preciso viver’. Então a busca por viagens, não só em Orlando, mas de maneira geral, cresceu. Eu nunca vi um ânimo tão grande para viajar”. 

Para aqueles que assim como ela pensam ou desejam seguir carreira empreendendo no turismo, Fê Batista dá uma dica de ouro: “Foca no digital. Hoje, se você não está nas plataformas digitais, então você não está em lugar nenhum. E no turismo a gente tem a possibilidade de trabalhar com sonhos e influenciar as pessoas a viajar, então ter uma página relevante com uma identidade própria é o que vai fidelizar o seu cliente”, conclui.

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