A Grande Barreira de Corais, na Austrália , é um dos patrimônios naturais que sofrem impacto negativo devido às mudanças climáticas. Para frear a perda de população de corais e preservar a área, o governo australiano anunciou que investirá A$1 bilhão em medidas tecnológicas que visam proteger a região. O valor é equivalente a R$3,7 bilhões na cotação atual.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do país, Scott Morrison. Dentro do prazo estabelecido pela UNESCO, Morrison também apresentou um relatório que discorre sobre a conservação da população de corais. O valor será destinado a investimento em tecnologias que devem adaptar o clima na área, além de programas de qualidade da água e proteção de determinadas espécies endêmicas.
A Grande Barreira de Corais é importante por ser o maior recife de corais do mundo. Com cerca de 2.300 quilômetros de extensão, mais de 400 tipos de corais e 1,5 mil espécies de peixes, o local consegue ser identificado do espaço. A área total do patrimônio é de 348 mil quilômetros quadrados.
No entanto, um estudo feito por pesquisadores do ARC Center of Excellence for Coral Reef Studies apontam que a Grande Barreira perdeu 50% da população de corais em 30 anos devido a desastres naturais e a mudança climática. Em 2020, foi constatado ainda que a Grande Barreira de Corais viveu seu pior período de branqueamento em toda sua existência por conta do aumento acima da média da temperatura do mar.
Em comunicado, Morrison afirma que as medidas estão “apoiando a saúde do recife e o futuro da economia dos operadores de turismo, hotelaria e comunidade de Queensland que estão no coração da economia da Grande Barreira”.
O país foi pressionado a tomar a decisão após a Grande Barreira, que fica na costa de Queensland, quase entrar na lista da ONU de regiões ameaçadas pelas mudanças climáticas. Em julho do ano passado, o governo já havia recebido uma carta de 13 personalidades australianas influentes pedindo ações para preservar os corais.
Mesmo com a ação do governo australiano, o Conselho Australiano do Clima afirmou que a ação é ineficiente, sendo uma espécie de “curativo” que não deve , de fato, resolver o problema. De acordo com informações da CNN, Lesley Hughes, cientista climático e professor de biologia da Universidade Macquarie, afirmou que só será possível controlar a situação dos corais com cortes de emissão. O primeiro-ministro rebateu afirmando que as emissões estão dentro das taxas estipuladas pelo país.
Os cientistas também têm esperança de que, além da preservação tecnológica, o momento de desova dos corais consiga fazer com que a biodiversidade dessa espécie se reproduza e se mantenha. Esse período ocorre entre outubro e novembro.