Até novembro de 2012, eu nunca tinha subido uma grande montanha. Foi então que resolvi escalar o Aconcágua. Com quase sete mil metros de altitude, a atração é a maior montanha do Hemisfério Sul do planeta e, depois da Cordilheira do Himalaia, é a maior do mundo .
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O Aconcágua também é conhecido como a maior montanha de trekking do planeta, já que não é necessário o uso de cordas para subi-la. Cheguei a Mendoza, na Argentina, e precisei retirar permissão para escalar. Depois da obter o documento, procurei uma agência de aluguel de equipamentos de escalada.
Como sempre passo meses ou anos com a mesma mochila e roupas viajando, não costumo levar comigo grandes roupas de frio e nem os equipamentos para escalar montanha. Prefiro alugar tudo o que preciso no local.
Amigo parceiro de aventura
Realizei essa aventura sem apoio de nenhuma agência de viagem ou guia, contei apenas com a companhia de um grande amigo meu, o Rafael Dídimo. Depois que conseguimos a permissão para escalar a montanha e de alugar os equipamentos, fomos comprar alimentos. Tínhamos de levar comida para 21 dias, então precisava de muita coisa.
Estávamos com tanta bagagem que alugamos uma mula para levar todos os nossos equipamentos para o acampamento base, que acredito estar a mais de quatro mil metros de altitude.
Enfrentando imprevistos
Já havia seis meses que eu estava me preparando para subir essa montanha , então estava com um bom preparo físico, mas não contei com um fator natural . Devido ao imprevisível clima e aos fortes ventos, a chance de chegar ao topo do Aconcágua é bem baixa se comparada com os outros Seven Summits (as maiores montanhas do mundo de cada continente).
Quando o tempo está bom, apenas 60% dos escaladores conseguem realizar a escalada com êxito. Infelizmente, acabamos pegando uma semana de mal tempo e devido as dificuldades do percurso tivemos de voltar para o acampamento base e ficamos a maioria das horas dentro da barraca.
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Como passei muito tempo deitado e dormindo de mau jeito, um dia pela manhã, quando abaixei para pegar minha escova de dente, minha coluna travou. Senti um choque na parte inferior das costas e na mesma hora caí no chão. A dor era enorme.
Graças a Deus, meu amigo estava por perto e me socorreu. Logo, o médico da montanha veio e me levou para outro acampamento com mais recursos. Recebi uma injeção para dor e tive de passar um dia todinho deitado nesse local.
A recomendação médica era para que eu ficasse mais dias repousando, mas eu já estava de 'saco cheio' de passar mais de uma semana naquela região em meio a um temporal. No outro dia, mesmo mancando e com dor, desci a montanha.
Experiência positiva
Mesmo não conseguindo atingir o cume, foi uma experiência muito positiva. Aprendi muito com esse meu primeiro contato com uma montanha tão alta como o Aconcágua. Se for se aventurar também, indico contratar uma agência de viagem, pois o conforto de dormir bem e de já ter a comida pronta feita por eles faz toda diferença para ter sucesso e chegar ao topo. Para ver mais histórias do viajante, acompanhe a coluna de Igor Galli no iG Turismo .