Nos últimos meses de 2014, quando estava viajando pelo Oeste Africano, o surto de Ebola estava no auge. Mesmo sabendo dos ricos de ser infectado pelo vírus, queria muito conhecer o Mali, um dos principais destinos turísticos da África Ocidental . Para quem me conhece, sabe que eu não deixaria uma doença contagiosa e letal afetar minha viagem.
Leia também: Histórias de um viajante: conheça as principais atrações turísticas do Marrocos
Pesquisei bem sobre o Ebola e resolvi encarar esse obstáculo. A doença não era o único problema que Mali passava na época, já que a região norte do país estava tendo casos de sequestros de turistas. Durante toda a viagem, encontrei pouquíssimos viajantes conhecendo o local.
Quando o avião aterrissou na capital Bamako , antes mesmo de entrar no aeroporto, tive de fazer exames para comprovar que não estava infectado com o vírus. O país estava levando a doença muito a sério.
Por todo tempo que estive lá, não vi ninguém se comprimentando ou conversando muito perto um do outro. A cada hora eu usava gel antiséptico nas mãos e passei vários dias sem coçar ou até mesmo por a mão no meu rosto.
Grande Mesquita de Djenné
Depois de alguns dias na cidade, fui para o norte do país, mesmo com meus amigos recomendado o contrário. A questão era que tinha duas atrações na região que tinha o sonho de conhecer.
A primeira era a Grande Mesquita de Djenné, que estava a 575 km de Bamako. Não havia condução que saia direto da capital. Tive de embarcar em um ônibus noturno até uma encruzilhada no meio do nada e sabia que dali precisaria pegar uma carona para seguir viagem. Graças a Deus tudo deu certo! Esperei cerca de 10 minutos e um motoqueiro que passava pela estrada aceitou me levar até a atração.
Leia também: Histórias de um viajante: da Bielorrússia ao evento de música latina na Lituânia
Para entrar na cidade, era necessário cruzar um rio, o translado era feito por canoas de madeiras. Embarquei com o motorista da moto em uma pequena canoa. Nunca tinha passado por isso na vida, mas confiava que os moradores locais sabiam o que eles estavam fazendo.
A Grande Mesquita de Djenné é realmente maravilhosa, não é atoa que é considerada a maior estrutura de barro existente. Foi construída no século XIII e é considerada pela Unesco um dos Patrimônios da Humanidade .
Trilha em Dogon
A segunda atração que eu queria muito conhecer no país era o trekking (trilha) que pode ser realizado em alguns dias no território Dogon , uma região fantástica que possui uma cultura única. É como se o local fosse outro país dentro de Mali. Fiz o trekking somente com o guia que contratei e gostei muito da experiência.
Riquezas culturais
Além de toda riqueza cultural que há aqui, um dos fatores a ser destacado são as moradias existentes nos penhascos. Foram construídas e utilizadas pelo povo Tellem, que habitou este lugar antes dos Dogons. Existem atualmente 71 vilas na região. Na áerea da vila de Nombori vi as construções mais preservadas e um impressionante penhasco.
Pude presenciar algo bem típico e característico da região, uma dança de máscaras que é realizada em funerais. É algo feito em um momento triste, mas a riqueza cultural que existe por trás desse ritual é impressionante.
Confesso que esse país é o melhor de todos os lugares da África Ocidental que visitei. Apesar de todos os problemas que o destino passava por causa do Ebola e dos sequestros, amei Mali. As pessoas são bem felizes e hospitaleiras, o país não é caro e possui excelentes atrações culturais e naturais. Definitivamente recomendo a visita! Para ver mais histórias do viajante, acompanhe a coluna de Igor Galli no iG Turismo .