Conhecer um novo país é sempre uma experiencia enriquecedora, contudo, para realizar essa visita é preciso seguir algumas regras, mesmo para aqueles países em que não há a necessidade de se apresentar um visto, como ocorreu recentemente com a Argentina que, sob o governo de Javier Milei, passou a fazer uma série de exigências, até mesmo para os visitantes brasileiros.
Já no caso de países que exigem o visto, seja ele o tradicional (no qual é necessário ir ao consulado) ou eletrônico (que pode ser obtido pela internet), além de ser necessário seguir as regras, ainda existe o risco de uma recusa, fazendo com que o turista seja “proíbido” de visitar um determinado país — ao menos até a próxima tentativa.
Para os brasileiros, alguns vistos acabam sendo “mais difíceis” de se conseguir. Embora em países sul-americanos seja comum a percepção de que obter um visto para os Estados Unidos , seja para turismo ou negócios, seja é uma tarefa difícil, “pesquisas indicam o contrário”, aponta o advogado especialista em direito imigratório Miguel Risch, da Risch Law Firm, da Flórida (EUA).
Na verdade, o visto americano está longe de ser o mais complicado, mesmo com todas as exigências impostas pelo país. “Globalmente, países como Coreia do Norte, China, Rússia, Butão, Paquistão, Nigéria e Irã apresentam maiores obstáculos para a obtenção de visto”, explica o especialista ao iG Turismo .
“Mesmo os passaportes mais poderosos enfrentam desafios ao solicitar, como por exemplo, um visto russo, sendo um processo longo e complexo”, destaca.
As principais regras e documentos necessários para o visto
Miguel diz que, de maneira geral, os países com restrições de visto para turistas buscam avaliar os vínculos do solicitante com seu país de origem.
“A intenção é garantir que o turista não aproveite a entrada para estabelecer residência, estudar, trabalhar ilegalmente, entre outras atividades”, acrescenta o advogado.
Até mesmo o uso das redes sociais pode interferir na avaliação. “Os requisitos incluem informações sobre situação financeira, emprego, vínculos familiares e até mesmo a análise da presença nas redes sociais. Documentos comuns solicitados durante entrevistas incluem extratos bancários, faturas de cartão de crédito, comprovantes de propriedade, carteira de trabalho, contrato de trabalho, certidão de nascimento, certidão de casamento, diplomas escolares e cartas de recomendação.”
Requisitar um visto tem um custo e a propabilidade de prejuízo pode ser um dos grandes receios na hora de se solicitar o sonhado visto de turismo para um país, como os Estados Unidos, por exemplo, que recusou quase um quarto dos vistos solicitados em todo o mundo somente no ano passado.
“De acordo com dados da Risch Law Firm, o Departamento de Estado americano emitiu 5.902.425 vistos B1/B2 [turismo e negócios], com 1.842.683 pedidos negados, representando cerca de 23,7% de recusas nos consulados e embaixadas americanas em todo o mundo em 2023. Comparando com o ano anterior, houve uma queda de quase 3% nas recusas de vistos não imigrantes para os Estados Unidos”, aponta o advogado.
O que é um visto eletrônico?
O visto eletrônico, ou e-Visa, é uma ferramenta moderna utilizada por alguns países para a emissão de vistos de turismo e de negócios, e uma de suas principais vantagens é a não necessidade de se comparecer a um consulado para consegui-lo.
“A Arábia Saudita, anteriormente restrita à entrada de estrangeiros, adotou o visto eletrônico para atrair turistas e profissionais de negócios”, comenta o advogado. “Outros países árabes como Omã e Jordânia, também utilizam essa modalidade”. Outra vantagem é o prazo e a facilidade para se requisitar o visto. Em muitos casos é possível obter o visto na chegada nos portos e aeroportos, de acordo com Miguel.
“Alguns outros países também implementaram o sistema de emissão de vistos eletrônicos, contudo, essa prática é aplicada de forma seletiva, geralmente em reciprocidade com outras nações”, diz o advogado, esclarecendo que alguns países não oferecem essa opção aos brasileiros.
“Um exemplo desse cenário é o Kuwait, que adotou um sistema informatizado para conceder vistos, porém, é importante notar que tal facilidade não se estende aos cidadãos brasileiros. Dessa forma, esses indivíduos são compelidos a buscar a emissão de vistos por meio da embaixada localizada em seu país de residência.”
Como evitar transtornos ao solicitar um visto?
Ao solicitar um visto, algumas das exigências, além dos vínculos com o país de origem, são passagens já compradas, reserva de hospedagem e, até mesmo, pensar no que pode dar de errado durante a viagem, evitando ao máximo os imprevistos.
O especialista afirma que “o planejamento é crucial para quem deseja viajar, abrangendo a organização das passagens aéreas, escolha de hotéis, elaboração do roteiro e compreensão das regras de entrada no país visitado”.
“Um planejamento detalhado minimiza a possibilidade de erros e surpresas desagradáveis durante a viagem. Antecipar imprevistos e tomar decisões informadas contribuem significativamente para uma experiência de viagem mais tranquila."
Contudo, o especialista em direito imigratório destaca que ter um visto não significa que a entrada em um país estrangeiro está garantida: “É relevante salientar que, mesmo nos Estados Unidos, a posse de um visto por parte de um passageiro não assegura automaticamente sua entrada no país. Cabe ao controle de fronteira de cada nação ou ao agente policial determinar se o passageiro será autorizado a ingressar.”
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