A sambista Madrinha Eunice foi homenageada com uma estátua na Praça da Liberdade, em São Paulo
Reprodução/Instagram 21.04.2023
A sambista Madrinha Eunice foi homenageada com uma estátua na Praça da Liberdade, em São Paulo

A Prefeitura de São Paulo escolheu um projeto que vai definir como será o Memorial dos Aflitos, uma nova edificação que será erguida com caráter de espaço cultural, museológico e memorialístico sobre a população escravizada na capital. O local escolhido será ao lado da Capela dos Aflitos, na Liberdade, no Centro de São Paulo .

O projeto pretende respeitar as condições do terreno do antigo Cemitério dos Aflitos, de modo a permitir o acesso público e a visualização da Capela dos Aflitos. A iniciativa homenageia a histórica presença negra no bairro que, apesar de datar da época da escravidão, não é conhecida por grande parte da sociedade, além de preservar a memória da população negra escravizada.

A Praça da Liberdade era o Largo da Forca, local onde negros e indígenas escravizados foram excecutados, e que viria a se tornar um ponto emblemático para a história e luta do povo negro. O local ganhou, em 2022, uma estátua em homenagem à Madrinha Eunice, personalidade negra da cultura paulistana, uma obra da artista plástica Lídia Lisboa.

A Secretaria Municipal de Cultura já selecionou os três projetos que vão receber prêmios de 50, 30 e 15 mil reais, para primeiro, segundo e terceiro colocados, respectivamente. 

O primeiro colocado será contratado, após a finalização da fase de recursos, para detalhamentos e fases subsequentes para a elaboração dos projetos básico, executivo e complementar, projeto expográfico, memorial descritivo, planilha orçamentária e cronograma. 

Veja as ideias dos projetos selecionados:

1° colocado: Projeto Azul | 288 pontos (82,2% da pontuação máxima)

O estudo vencedor, Projeto Azul, configura uma proposta elegante e bem solucionada, com uso de materiais construtivos referenciais à arquitetura paulistana do passado, destacando-se a configuração estrutural e espacial da cobertura. Bom aproveitamento de pisos e mezaninos, tanto para interação visual com a Capela e o espaço público, como para atender as funções de espaços expositivos e multifuncionais. Contudo, deverá ser revista a proposta de demolição e ocupação de área que integra o lote e o corpo edificado da Capela tombada.

2° colocado: Projeto Verde e Amarelo | 278 pontos (79,4% da pontuação máxima)

O segundo colocado, Projeto Verde e Amarelo, desenvolveu proposta com clareza e precisão, com aproveitamento adequado do terreno, e com proposta de programa de uso cultural bem extensa, com vários ambientes para uso multifuncional. Essa opção, dada a configuração do terreno, exigiu a inserção de dois extensos pisos em subsolo, com a necessidade de climatização. Tal solução, associada ao uso extensivo de estruturas de concreto armado para o desenvolvimento do edifício, indica custos elevados, prejudicando sua exequibilidade em relação ao custo estabelecido no Edital, um dos motivos que conduziram à avaliação de valores estimativos citada anteriormente.

3º colocado: Projeto Amarelo | 246 pontos (70,2% da pontuação máxima)

O terceiro colocado, Projeto Amarelo, desenvolveu uma proposta de marcante impacto visual na implantação no terreno, optando por uma construção (edifício-passarela) e ocupação de sentido fortemente plástico e referencial à memória do local. Contudo, essa opção conceitual acabou por minimizar as áreas destinadas aos espaços de uso cultural e educativo indicados no Edital.

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