As criptomoedas são uma espécie de dinheiro virtual que não é emitido por nenhum governo
Luciano Rocha
As criptomoedas são uma espécie de dinheiro virtual que não é emitido por nenhum governo

Não é de hoje que a tecnologia vem ajudando na organização dos recursos financeiros na vida dos brasileiros. Uso de cartão virtual de crédito e débito, aplicativos que permitem as mais variadas funcionalidades de forma on-line, e a mais recente criptomoeda, que ainda pode causar uma certa confusão na cabeça de quem não está acostumado com o assunto.

As criptomoedas são um tipo de moeda que, diferente do real, por exemplo, só funcionam no mundo virtual. Ela não é emitida por nenhum governo, como as moedas convencionais ( real, dólar, euro, libra , por exemplo) e são operadas na blockchain - um grande banco de dados virtual compartilhado que registra as transações de seus usuários. É possível comprar criptomoedas de diversas formas, contudo a mais usual é com um corretora especializada.

Com a tecnologia, diversas novas formas de utilizar o dinheiro surgiram e uma delas é o pagamento de viagens, o que criou uma nova modalidade de turismo: o criptoturismo. 

Visando este novo nicho de mercado, a corretora de criptomoedas Binance, anunciou recentemente um cartão que possibilita o pagamento de compras no Brasil, e no exterior, com criptomoedas, o que inclui as despesas de viagens.

“O Brasil é um dos dez maiores mercados da Binance no mundo e se torna o segundo da América Latina a disponibilizar o produto a seus usuários, depois da Argentina no ano passado”, informa o diretor-geral da Binance no Brasil, Guilherme Nazar.

O cartão permite que todos os usuários novos e existentes da Binance no Brasil, com um documento de identidade nacional válido, realizem compras e paguem contas com criptomoedas, incluindo Bitcoin e BNB [tipos de criptomoedas], em mais de 90 milhões de estabelecimentos Mastercard, bandeira parceira do cartão, em todo o mundo, tanto lojas físicas quanto online.

“Os usuários podem desfrutar de uma transação automática em que suas criptomoedas são convertidas na moeda local do país onde a compra é realizada, sendo a conversão realizada em tempo real sem cobrança de taxa de câmbio, em países estrangeiros”, informa o diretor, que acrescenta. “Os clientes também ganham até 8% em cashback de criptomoeda em compras qualificadas”.

Binance fez parceira com a Mastercard para o lançamento
Lorena Amaro
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Brasileiros são os que mais se interessam por criptos no mundo


Uma pesquisa global com mais de 35 mil entrevistados, a New Payments Index 2022, mostrou que o Brasil é um dos mercados com o maior interesse em cripto em todo o mundo.

Os dados revelam que 49% dos consumidores brasileiros fizeram pelo menos uma operação com cripto nos últimos 12 meses antes do relatório, comparado a uma média global de 41%.

Em outubro do ano passado, a corretora de criptomoedas anunciou as primeiras viagens de férias pagas totalmente com criptos como ação em comemoração ao Dia Mundial do Turismo , que é celebrado em 27 de setembro. A ação teve a participação dos influenciadores Lauren Bullen, da Austrália, e Jack Morris, do Reino Unido.

“Eu amo me aventurar em novos lugares, e viajar com criptomoedas é exatamente isso. Este é apenas o começo de um mundo totalmente novo e incrível para as pessoas que amam viajar”, disse Lauren na época da campanha. Já Jack, afirmou que dedicou sua vida a viajar, e não precisar se preocupar com taxas de câmbio ou carregar dinheiro físico “é um alívio”.

“As pessoas pensam que as viagens pelo mundo precisam ser super caras e complicadas, e não são. E queremos mostrar para elas que viajar com criptomoedas facilita ainda mais”, disse.


Criptos são opções alternativas no mundo pós-pandemia


A indústria de viagens foi fortemente atingida pela pandemia , além da recente volatilidade do mercado e do conflito geopolítico que a guerra na Ucrânia tem estabelecido.

Entre restrições de viagem, cancelamentos de companhias aéreas e grandes multidões, nos últimos anos viajar se tornou algo que parecia ser muito limitado. Para o Chief Strategy Officer Global da Binance, Patrick Hillmann, o criptoturismo “torna as viagens globais mais fáceis e seguras para todos” e são uma alternativa viável neste mundo pós-pandemia.

“Também é uma escolha econômica, pois há taxas zero, transparência total das transações e nenhuma dificuldade ou problema de taxa de câmbio entre os países”, ressalta o diretor.

Outra corretora que também oferece um serviço similar é a Crytpo, que desde outubro de 2021 emite um cartão que pode ser utilizado para pagamentos em criptomoedas no Brasil.

Antes, a empresa já havia oferecido a possibilidade em outros países como Cingapura , Estados Unidos Canadá e Austrália , além de países na  Europa , Ásia e Pacífico . A bandeira parceira do cartão é a Visa.

Segundo comunicado da empresa, o cartão inclui benefícios como até 8% de reembolso em todos os gastos, além de reembolsos de 100% em streamings como Spotify, Netflix e Amazon Prime. Ele ainda não possui cobrança de tarifa ou anuidade.

Assim como os especialistas da Binance, o cofundador e CEO da Crypto, Kris Marszalek, também considera o Brasil "um mercado importante" para se investir no mercado de criptos e, em especial, no segmento do criptoturismo.

“Não é uma surpresa que o Brasil foi o primeiro país da América Latina [a receber o cartão da companhia]. Sabemos do 'apetite' dos brasileiros por inovação e trabalhamos juntos para criar soluções que realmente deem oportunidades de novas experiências de consumo no ecossistema de cripto”, finaliza Eduardo Abreu, vice-presidente de Novos Negócios da Visa do Brasil.


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