Fachada da Casa Di Pietro, em Gramado (RS)
Dimítria Coutinho/Portal iG
Fachada da Casa Di Pietro, em Gramado (RS)

A parede de pedras basálticas, o pé direito baixo, as velas e uma imagem benta de São Pedro iluminada em luz amarela em frente a um manto estrelado revelam: estamos dentro de uma igreja. Do lado esquerdo, uma porta com uma placa escrito "ele" e, do lado direito, outra porta com os dizeres "ela" contrastam: estamos em um restaurante.

Na verdade, é um pouco das duas coisas. A Casa Di Pietro, em Gramado (RS), é um restaurante anexo à Igreja São Pedro, a principal da cidade. Parte do estabelecimento, incluindo banheiros e cozinha, ficam literalmente dentro do templo, logo abaixo da Capela do Santíssimo.

Fundado em 2000, o restaurante se desenvolveu junto com a cidade turística. Hoje, ele é um espaço bastante conhecido tanto por locais quanto por turistas: enquanto gramadenses têm mesas fixas no estabelecimento, viajantes se empolgam em visitar o local, que tenta se tornar um ponto turístico.

Elementos para isso não faltam, já que o restaurante, além da boa comida, realmente tem um clima diferente, valendo a pena a visita, sobretudo para os turistas que são tão devotos de São Pedro quanto a família que fundou o restaurante.

"Nós somos bastante cristãos, em uma caminhada que vem desde minha falecida avó, que foi ministra da Eucaristia, passando por todos os tios, tias e primos, que são bastante envolvidos com a religião. Somos devotos de São Pedro e São Paulo", conta o sócio e gestor do restaurante, Josiano Schmitt.

Temática religiosa

Para além dos banheiros, que mantêm arquitetura e decoração da igreja, o restante da Casa Di Pietro tem uma pegada mais moderna, mas sempre mantendo a temática religiosa. Além de imagens sacras espalhadas pelo ambiente, uma das paredes do restaurante é repleta de quadros de santos.

Algumas das pinturas são da própria família de Josiano, enquanto outras foram presentes de clientes fiéis. "Muitas pessoas traziam suas imagens e diziam: 'olha, minha família não vai dar muito valor para isso, então queria deixar com você. Aí se criou essa cultura", comenta o empresário.

Como parte do restaurante está dentro da igreja, em espaço que antigamente era utilizado para a realização de quermesses, o restaurante é inquilino da Igreja São Pedro. E Josiano garante que, ao longo dos 22 anos de história, a gestão sempre manteve uma boa relação com os párocos. "Os padres até brincam que deveria ter uma escada nos fundos do restaurante saindo dentro da casa paroquial", afirma, contando que o Di Pietro sempre recebe visitas de padres e bispos de vários locais do Brasil.

Além da ambientação, restaurante se garante na gastronomia

Apesar da temática diferenciada e da vontade de se tornar um ponto turístico de Gramado, nenhum restaurante se mantém em pé sem uma boa comida. E foi a gastronomia que fez com que o Di Pietro caísse tanto no gosto dos moradores locais quanto dos turistas.

Depois de um reposicionamento durante a pandemia de Covid-19, a casa tem hoje cardápio à la carte focado em parrilla e fondue. Alguns pratos levam nomes ligados à temática religiosa, como a salada dos monges, a carbonara do Sacristão e o macarrão San Lúcio.

Os ingredientes vêm, em sua maioria, de produtores locais, passando tanto pelas carnes e queijos quanto pelos itens de hortifruti. "A gente gosta de aproximar o campo do prato. Temos uma rede de fornecedores que são os próprios produtores, então não tem o atravessador. O próprio colono planta suas verduras e vem logo cedo fazer a entrega. Essa relação é muito bacana", ressalta Josiano.

As carnes servidas no Di Pietro são bastante saborosas, mas as massas se destacam. A carbonara do Sacristão tem sabor bastante marcante e vem servida dentro de um queijo colonial, tornando a experiência ainda mais interessante. Com o perdão do trocadilho, é de comer rezando. As opções de pratos quentes começam em R$ 50 e vão até mais de R$ 120.

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** Dimítria Coutinho atua cobrindo tecnologia há cinco anos, se dedicando também a assuntos econômicos. Antes de trabalhar no iG, era repórter do Ada, um portal de tecnologia voltado para o público feminino. É jornalista formada pela Universidade de São Paulo com passagem pelo Instituto Politécnico de Lisboa.

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