Quando brasileiros decidem por um intercâmbio para estudar inglês, a cidade de Dublin, na Irlanda, entra quase que automaticamente na lista de destinos favoritos. Segundo um levantamento da CSO (Central Statistics Office) de 2016, 13.640 brasileiros moravam na ilha e o número só cresceu com o passar dos anos.

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Arquivo pessoal
Gustavo está em Dublin desde novembro de 2019

Portanto, é de se imaginar que alguns brasileiros estejam vivendo a quarentena pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) em Dublin. Esse é o caso de Gustavo Araújo, 24, natural de São Paulo e que está na cidade desde novembro de 2019 para estudar.

Em conversa com o iG Turismo ele revelou como a cidade mudou nos últimos dias. “Era muito movimentada. O centro aqui de Dublin é muito famoso pelos Pubs, então sempre depois do expediente todos iam para lá. A quarentena começou repentinamente. Numa quinta-feira à tarde, o primeiro-ministro fez o comunicado e na sexta-feira já estava tudo fechado”.

Com quase 10% da população formada por estrangeiros, o governo irlandês criou um auxílio para os estudantes de outros países que precisaram parar de trabalhar devido coronavírus: 350 euros semanais (R$ 2.068, na cotação atual), mas Gustavo não recebe esse benefício.

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“Estava procurando emprego na época, mas logo que começou a quarentena consegui uma vaga em um armazém da maior rede de mercados do país. Como é uma área essencial eles não entram na quarentena, então continuo trabalhando, mas muitas pessoas já voltaram para o Brasil porque não conseguiam se sustentar nessa situação”, conta.

No trabalho ele precisa ficar a, no mínimo, um metro de outro funcionário e ganhou luvas para andar no transporte público. Tendo que sair de casa todos os dias, o estudante relata que muitas pessoas ainda circulam pelas ruas sem se preocupar com a pandemia

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Arquivo pessoal
Os ônibus em Dublin estão com marcação para distanciamento

“Tem muita gente nas ruas, mas a maioria está fazendo caminhada ou indo ao mercado. Os mercados estão tentando manter distância entre os clientes e limitando a quantidade de pessoas, o transporte público também. Alguns assentos estão com placas para as pessoas não sentarem e assim garantirem uma distância dentro do ônibus. A polícia está constantemente na rua, inclusive entra nos ônibus perguntando para onde vamos, porque não podemos nos movimentar a mais de 2 km das nossas casas”.

A esperança de continuar o sonho

Dividindo uma república com mais 14 estudantes, Gustavo quer continuar em Dublin até o seu visto expirar, mas afirma que existe uma chance de retornar ao Brasil.

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“Pretendo terminar meu visto de oito meses e renovar para continuar estudando. No começo da pandemia fiquei bastante preocupado por não ter direito auxílio do governo e estar sem emprego, mas aos poucos as coisas se ajeitaram. Porém, após o término da quarentena ainda tenho receio de como a economia vai se comportar, se vou continuar com meu emprego. Então assim, minha vontade é continuar, mas não posso também deixar de pensar no que vai acontecer nos próximos meses”, finaliza.

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