Uma casa de madeira de 30 metros quadrados flutua com tranquilidade em um lago em Itatiba, a 83 km da cidade de São Paulo, e é cercada pela atmosfera ímpar da mata. A casa flutuante é uma das atrações mais curiosas para turistas que querem experimentar paz e sossego no sentido mais literal da palavra. Por R$ 500 a diária, os casais podem escapar da rotina e se permitir ser acompanhados pela presença acolhedora da natureza durante todo o momento.
A construção faz companhia a outros tipos de acomodações temáticas administradas por Lucimara Rasmussen e Márcio Brunelli, que são donos do sítio Quinta do Vale, onde fica a hospedagem, desde 2015. As reservas para a casa flutuante são disputadas e podem ser feitas pelo Airbnb .
Antes de fundar as instalações em Itatiba, o casal morou no Reino Unido, em Londres. Ao iG Turismo, Lucimara conta que, durante o tempo em que moraram fora, os dois tiveram a chance de conhecer diversas hospedagens diferentes pelo mundo. Na Quinta do Vale, quiseram trazer essas ideias à vida e conectar essas experiências ao interior paulista.
A inspiração para a casa flutuante, ela explica, veio após os dois conhecerem as casas flutuantes nos canais de Amsterdam, na Holanda. Por lá, estima-se que existem cerca de 2,5 mil habitações na água. Essas casas foram construídas no país em um período de crise de habitação. Com a modernização da frota holandesa, diversos barcos cargueiros passaram a ficar disponíveis para que as pessoas pudessem morar.
As casas flutuantes de Amsterdam se tornaram uma opção de baixo custo para se viver e são usadas até hoje como moradia – são tão famosas que raramente há vagas para se viver ali. Com suas fachadas coloridas de madeira, a estética charmosa das casas e a forma como se destacam nas águas da cidade fizeram com que se tornassem parte característica do destino – a mais conhecida é a Houseboat Museum, que se tornou um museu visitável onde o turista pode ter um gostinho do que é viver ali.
A casa flutuante de Itatiba
Da grama, um píer conecta o solo à casa flutuante. A acomodação é equipada com cama de casal, banheiro, cozinha privativa e uma charmosa varanda de onde é possível se maravilhar com a vista do lago e das árvores a qualquer momento do dia. “O melhor momento da experiência é acordar e olhar o lago emoldurado pelo verde da natureza. No inverno, dá para apreciar, da cama quentinha, uma camada branca fina de serração sobre a água que vai se dissipando com o nascer do sol”, narra Lucimara.
A decoração exibe elementos que têm como intuito remeter à experiência náutica. “Optamos por usar cores da marinha, como branco e azul, e elementos do mar. A casa também tem muita madeira, conchas, redes de pescador, bússola e luminárias”, detalha a anfitriã.
Lucimara conta que a construção da casa flutuante foi desafiadora porque exigiu o uso de tecnologias que não são comumente usadas. “Ela tinha que flutuar com estabilidade e, ao mesmo tempo, passar o conforto necessário para os hóspedes. O maior desafio foi montar a base fora da água e colocá-la no lago. Um guindaste foi contratado para atravessá-las sobre os pinheiros”, conta.
A dúvida sobre como chegar em casa foi sanada pela construção do píer. O banheiro, no entanto, foi outra dificuldade no processo da construção. “Resolvemos fazê-lo químico. Assim não corríamos o risco de um cano estourar e poluir o lago”, diz.
O lago, aliás, tem 600 metros quadrados e é a menina dos olhos da acomodação e de todo o sítio. A água que está ali é formada pelas nascentes das matas. “A experiência de nadar nas águas do lago ou de simplesmente se deitar nos pergolados e deixar o dia passar em um merecido descanso é única”.
As atividades disponíveis ali são ligadas ao relaxamento e ao turismo de aventura e estão incluídas no preço da diária. O hóspede pode passar horas sentado na varanda ou na rede apreciando a natureza, fazer um churrasco ou mesmo mergulhar no lago direto da varanda. Passeio de caiaque e stand up, piscina, escorregador com boias, trilha na mata e tirolesa estão entre as outras opções de lazer.
No geral, a casa segue o propósito de ser um local romântico, privado e intimista para casais. “Vários pedidos de namoro e casamento foram realizados nela, além de incontáveis hospedagens para comemorar os aniversários da pessoa amada”, explica a host. Lucimara acrescenta que, no entorno, há diversos cantinhos em que os casais podem namorar à vontade.
A hospedagem e todo o sítio é pet friendly. “Amamos receber os filhos de quatro patas. Eles podem entrar na piscina e no lago, são livres aqui. Já recebemos pets que não gostavam de água e ficaram curtindo a varanda, passeando pelo sítio”, conta. Neste caso, os tutores precisam levar as camas ou casinhas próprias dos pets.
No entanto, a casa flutuante não pode receber crianças menores de 15 anos de idade por motivos de segurança. A acomodação não tem autorização do Corpo de Bombeiros para a permanência de crianças no local.
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