Viajar pela Europa sempre foi o sonho do publicitário Diego Marchi Aguiar, de 33 anos. Em 2017, o morador de Sorocaba, interior de São Paulo, começou a planejar um mochilão de três meses para conseguir conhecer diversos países europeus . Como o pai dele, o aposentado Gerson Aguiar, de 66 anos, sempre gostou de viajar, ele resolveu chamá-lo para participar dessa viagem. O pai aceitou e, junto com filho, viveu uma experiência única que os conectou ainda mais.
A princípio, Diego perguntou se o pai gostaria de fezer pelo menos a primeira etapa da viagem com ele, passando por países turisticamente clássicos como Espanha, Portugal, Itália e França. “Comecei a montar o roteiro e, depois que já tinha a lista com todos os países, meu pai se animou e decidiu me acompanhar por todo o mochilão pela Europa”, conta o publicitário em entrevista ao iG Turismo .
O primeiro passo do planejamento dessa grande viagem foi decidir quais países queria visitar, depois Diego pesquisou as principais atrações de cada destino e listou os principais pontos turísticos, mas, ao descobrir que teria o pai como companheiro durante toda a viagem , começou a adaptar o roteiro para incluir atrações que também agradassem o pai dele.
“Queríamos assistir a uma missa com o Papa no Vaticano, conhecer a Disney em Paris, visitar alguns estádios de futebol por meu pai ser muito fã e incluir pontos que aparecem em filmes e séries que gosto, como ‘Harry Potter’, ‘O Diabo Veste Prada’ e ‘Cartas para Julieta’”, relata o publicitário. “Com o roteiro montado, foi hora de procurar as passagens, começar a escolher a estadia em cada país e a pesquisar sobre a necessidade de visto e moedas locais”, acrescenta.
Gastamos R$ 15 mil cada um para os 80 dias que ficamos viajando
Tudo precisou ser muito bem planejado para que pai e filho conseguissem fazer essa viagem pela Europa
com tranquilidade e aproveitando ao máximo. “Gastamos R$ 15 mil cada um para os 80 dias que ficamos viajando, incluindo passagens de avião, transporte entre os países, hospedagem, alimentação, ingressos e compras. Tentei convencer minha mãe a fazer ao menos parte da viagem com a gente, mas ela é mais caseira e preferiu ficar, porque o mochilão tem um ritmo mais puxado”, conta Diego.
42 países e 55 cidades visitados no mochilão
Com tudo organizado e esquematizado, os viajantes partiram para viver essa grande aventura. Juntos, pai e filho conheceram 42 países e 55 cidades. Eles passaram por: Casablanca (Marrocos); Valencia, Barcelona e Madrid (Espanha); Lisboa, Belém e Fátima (Portugal); Roma, Pisa, Florença, Veneza, Verona e Milão (Itália); Paris (França); Luxemburgo; Bruxelas (Bélgica); Amsterdam (Holanda); Copenhagen (Dinamarca); Oslo (Noruega); Estocolmo (Suécia); Helsinki (Finlândia); São Petesburgo E Moscou (Rússia); Tallinn (Estônia); Riga (Letônia).
Calma que tem mais: Vilnius (Lituânia); Minsk (Bielorússia); Kiev (Ucrânia); Varsóvia (Polônia); Berlin (Alemanha); Praga (República Checa); Bratislava (Eslováquia); Budapeste (Hungria); Vienna (Áustria); Vaduz (Liechtenstein); Zurique (Suíça); Ljubljana (Eslovênia); Zagreb (Croácia); Saravejo (Bósnia E Herzegovina); Podgorica (Montenegro); Belgrado (Sérvia); Sofia (Bulgária); Skopje (Macedônia); Bucareste (Romênia).
Ainda não acabou, durante o mochilão eles também estiveram em: Tessalônica e Atenas (Grécia); Istambul (Turquia); Nicósia (Chipre); Liverpool, Manchester e Londres (Inglaterra); Cardiff (País De Gales); Edimburgo (Escócia); Belfast (Irlanda Do Norte); Dublin (Irlanda).
Experiências vividas durante o mochilão
Depois de passarem por tantos lugares, alguns destinos foram mais marcantes para Diego e Gerson e proporcionaram experiências únicas. O publicitário destaca o passeio de gôndola em Veneza, pois achou a cidade muito bonita, a ida ao Vaticano por se sentir emocionado ao assistir uma missa com o Papa e ainda vê-lo de perto e conhecer a Disney em Paris, que ele define como “um momento mágico de verdade” por se sentir criança brincando com o pai e tirando foto com os personagens.
“Atenas também foi especial porque era meu sonho conhecer, cheguei a me emocionar ao ver o Partenon. Em Dublin, temos alguns amigos e primos do Brasil morando lá, então foi bacana poder revê-los e passar um tempo entre amigos e família. Já em Barcelona, conseguimos fazer uma visita ao estádio do time e meu pai ficou muito feliz. Também fizemos o roteiro dos Beatles em Liverpool passando pelo bar onde eles tocavam”, recorda o jovem.
Mas nem tudo foram "flores", e os mochileiros também tiveram de enfrentar situações complicadas. Em Amsterdam, por exemplo, Diego esqueceu o notebook dentro de um ônibus e como ele estava trabalhando enquanto viajava precisava do equipamento. Para resolver o problema, o jovem precisou entrar em contato com a companhia de ônibus para que eles o ajudassem a localizar seu notebook.
“Na Rússia, foi difícil encontrar pessoas que falassem inglês conosco, foi um dos países mais complicados para conseguirmos nos locomover e encontrar o apartamento que havíamos reservado pelo Airbnb, pois as pessoas não eram muito hospitaleiras”, diz o publicitário.
Mochilão aproximou pai e filho
Viajar sempre é enriquecedor, mas fazer esse mochilão ajudou a aproximar ainda mais pai e filho. “Sempre tivemos o costume de irmos juntos ao cinema, circo, estádios e teatro. Porém fazer uma viagem dessas, em que um dependia do outro, foi algo único. Poder de certa forma cuidar do meu pai nesse tempo – eu preparava comida, lavava roupa –, poder planejar toda a viagem e proporcionar essa experiência a ele foi uma forma de retribuir um pouco tudo que ele e minha mãe sempre fizeram por mim”, fala o filho com orgulho.
Estamos planejando um mochilão pela América para o ano que vem
Diego sabe que as experiências e lembranças dessa viagem ficarão guardadas na memória dele para sempre, e foi uma viagem tão boa que ele e o pai já estão pensando no futuro. Criaram até uma conta no Instagram chamada "Mochilando aos 60" para divulgar fotos e dicas de viagem.
“Estamos planejando um mochilão pela América para o ano que vem e temos vontade de conhecer todos os continentes e países nos próximos dez anos. No futuro, se eu for pai, adoraria visitar esses lugares com meu filho e contar a ele as aventuras que seu avô e eu vivemos um dia”, finaliza.