Depois de ter visitado quase todos os países do Oeste Africano, resolvi que era hora de seguir viagem para a África Central. Peguei um voo da Costa do Marfim diretamente para N’Djamena, que é a capital de Chad.
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Não vou negar que estava bem apreensivo e com medo de ir para lá, pois sabia que Chad é um dos países mais pobres do mundo e com alto índice de criminalidade. Mesmo assim fui, porque tenho o objetivo de conhecer todos os países do mundo. Será que consigo?
Por causa da precariedade turística da cidade, eu não achei pela internet um hotel bom e barato. Pelo contrário, a hospedagem na África Central costuma ser caríssima se você levar em consideração aquilo que oferecem.
Fazendo amizade
Segui viagem e o voo que peguei chegou ao destino às 22h, ou seja, ainda teria que pegar um táxi e encontrar um hotel. Estava bem preocupado com toda essa situação e por segurança, resolvi fazer amizade.
Pedi carona na porta do aeroporto para um homem que estava saindo de um carro, e graças a Deus, ele aceitou meu pedido. Que sorte, né? Falei que estava a procura de hospedagem e ele me levou a um hotel que oferecia o melhor custo-benefício da capital.
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Geralmente durmo em hotéis simples, então estou acostumado a me hospedar em lugares básicos, mas esse foi, sem dúvidas, um dos piores hotéis que fiquei na vida. Paguei 35 euros (aproximadamente R$ 117) pela estadia, porém garanto que não valia nem 10 euros (cerca de R$ 33).
Conhecendo o destino
Foi a primeira vez o homem da carona tinha encontrado com um brasileiro, por isso, estava bem curioso para conversar comigo, tanto que marcamos de encontrar no dia seguinte.
Logo de manhã, ele me buscou no hotel e passeou comigo para mostrar a cidade. Ele me levou ao local onde trabalhava e me apresentou os amigos e famliares. Sentia que ele estava feliz de ter um colega estrangeiro.
Próximo destino: Camarões
Mais um dia se passou e o homem me perguntou o que eu queria fazer, respondi que gostaria de ir a Camarões , pois N’Djamena faz fronteira com esse país. Então ele disse: “Sem problemas. Tenho um amigo na fronteira que vai deixar a gente passar sem burocracia”. Dito e feito. Ao chegarmos à fronteira, não demorou 10 minutos, e já estávamos em solo novo.
Passamos o dia inteiro no país, mais exatamente na cidade de Kousseri. A pobreza do local é enorme e chega a impressionar, mas mesmo vivendo naquela situação, eu via a alegria estampada no rosto da população.
A viagem para o Chad e Camarões me trouxe vários ensinamentos, foi muito enriquecedor. Eu pude ver de perto a imensa desigualdade social que existe no nosso mundo. Para ver mais histórias do viajante, acompanhe a coluna de Igor Galli no iG Turismo .