Para boa parte das pessoas, viajar é sinônimo de relaxar, mas para outras é um momento de se aventurar em uma nova experiência. Esse é o caso de um casal australiano que decidiu ir da Patagônia ao Peru de bicicleta e passou seis meses sobre duas rodas viajando pela América do Sul .

Casal viaja por seis meses de bicicleta pela América do Sul
Reprodução/Youtube
Casal viaja por seis meses de bicicleta pela América do Sul


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A cenógrafa Pia Leong e o cineasta Jimmy Purtill pegaram a bicicleta, separaram uma pequena bagagem e partiram para a aventura. Ao todo, o casal percorreu cerca de 5.000 km e passou por quatro países. Agora, eles contam como foi essa experiência ao iG Turismo.

Motivação para a viagem

Jimmy já tinha feito uma grande viagem de bicicleta em 2012, da Alemanha para o Japão. Ele relata que foi uma ótima experiência e que estava ansioso para fazer algo parecido novamente.

“Foi absolutamente incrível! É uma maneira tão rica de viver a vida. Todos os dias conhecemos novas pessoas, acordamos em um novo e belo lugar rodeado por natureza e animais”, diz o cineasta. “Você se torna tão saudável, se sente mais forte todos os dias, e depois de alguns meses, começa a reajustar aos ciclos de natureza”, completa.

Já Pia nunca tinha se aventurado em uma longa viagem de bicicleta , mas afirma que o que a motivou foi a confiança que tem no companheiro. “Foi ótimo. Tive tempo para pensar em mim, pois estava em boas mãos. Eu me tornei uma pessoa melhor e mais feliz”, afirma.

"Você não precisa estar em forma ou ser fitness"

O casal disse que não teve nenhum preparo físico para a viagem
Arquivo pessoal
O casal disse que não teve nenhum preparo físico para a viagem

Não houve nenhum tipo de preparo físico para a viagem, e Jimmy diz que foi fácil encontrar na internet o que o viajante precisa levar para uma aventura desse tipo. “Você não precisa estar em forma ou ser fitness, pois pode parar sempre que quiser. É como um passeio de bicicleta”, fala.

A companheira de viagem concorda que não é necessário ser nenhum atleta, mas recomenda a quem quer fazer algo parecido viajar pelo menos uma semana de bicicleta para testar o equipamento e o condicionamento.

Desafios no caminho

Nem tudo foram flores, e é claro que se arriscar em uma aventura sobre duas rodas tem algumas consequências. “A altitude e o frio atrapalham fisicamente. Dependendo da qualidade do ar, tudo se torna mais difícil, às vezes nós tivemos que parar a cada 100 metros para recuperar o fôlego e algumas noites ficava tão frio que a nossa água congelava”, conta Jimmy.

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Acompanhar o ritmo do parceiro foi o maior desafio da cenógrafa. “No começo, estava sempre lutando para alcançá-lo, mas ele correria na frente. Logo fiquei em paz com isso, porque sabia que ele sempre esperaria por mim. Não conseguir me comunicar em espanhol nos primeiros meses também foi frustrante”, lembra Pia.

Abrigo e refeições

Durante os meses de viagem, o casal dormiu em uma barraca e levou um pequeno fogão para cozinhar no caminho, já que sabia que em alguns trechos não haveria aldeias e nem pessoas. Mas, em algumas ocasiões, passaram alguns dias em albergues e hotéis.

Na maior parte da viagem eles acamparam e cozinharam a própria comida
Arquivo pessoal
Na maior parte da viagem eles acamparam e cozinharam a própria comida


“O fogão de acampamento é fantástico, pequeno e funciona com gasolina, então, na maioria das vezes, fazíamos nossas refeições onde estávamos acampados. Só em algumas ocasiões, tivemos de cozinhar dentro da tenda devido à chuva ou ventos fortes”, explica Pia.

São justamente as mudanças climáticas que podem atrapalhar (e muito) esse tipo de viagem. Jimmy conta que teve uma vez que choveu por mais de dois dias seguidos e eles não conseguiam secar a barraca e as roupas molhadas. “Felizmente fomos levados por uma família chilena e acabamos ficando com eles por quase uma semana. No final, mesmo as coisas ruins levam a coisas boas”, brinca.  

Resultado positivo

O resultado da experiência foi muito positivo
Arquivo pessoal
O resultado da experiência foi muito positivo

A experiência foi muito positiva, eles estão felizes por terem melhorado o espanhol e fazem muitos elogios aos sul-americanos. “Na América do Sul as pessoas mais amigáveis, acolhedoras e generosas. Desenvolvi o espanhol, desfrutei de um verdadeiro intercâmbio de culturas”, expõe Pia.

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O casal adorou a aventura e tudo o que registraram no caminho será exibido em uma websérie chamada "Encontros Remotos",  lançada pela Babbel. “Percebi o quão feliz sou quando passo um tempo fora. A partir de agora, pretendo viajar com mais frequência, se der toda semana”, finaliza o cineasta. 

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