Sempre tive vontade de conhecer todas as regiões do mundo e em junho de 2013 fui me aventurar pelo Círculo Polar Ártico. Meu destino era a Ilha de Svalbard , que pertence a Noruega e está apenas a 1.300 km de distância do Polo Norte . O lugar é impressionante! Eu estava super curioso para ver o sol da meia-noite, andar de trenó puxado por cães e de fazer um trekking na região.
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Entretanto, para encarar uma viagem ao Círculo Polar Ártico como essa é melhor preparar o bolso. O maior assentamento está em Longyearbyen, que é a capital da ilha, e é o local mais caro que já fui em toda minha vida. Muitos turistas viajam ao arquipélago trazendo consigo toda comida, e no meu caso não foi diferente.
Riscos de uma caminhada na neve
Em um dos meus dias na ilha, resolvi sair para explorar os arredores da capital. Não é recomendado sair da vila sem arma, pois um ataque de urso polar pode acontecer a qualquer momento. Recentemente, duas garotas que foram para o mesmo lugar que eu estava indo foram atacadas pelo maior predador terrestre da Terra.
Uma das meninas morreu e a outra teve que pular de um penhasco para não ser morta pelo animal. A segunda sobreviveu, mas o dano psicológico de ver a melhor amiga sendo devorada por um urso polar é irreversível.
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Mesmo assim sabendo dos riscos, fui. Minha adrenalina por aventura às vezes ultrapassa a razão. Estava sozinho e nem possuía uma arma . A única coisa que eu poderia fazer caso encontrasse algum perigo seria correr desesperadamente. Era melhor manter a visão sempre no horizonte, nunca abaixando a cabeça, ou então eu poderia também virar comida de urso.
Depois de algumas horas, encontrei um homem mais idoso, barba grande e branca. Ele estava sozinho com seu cachorro. Com uma feição surpresa o homem me perguntou: Você está aqui sozinho e sem arma? Você só pode ser doido mesmo! Bem, o que eu poderia contestar? Nada. Esse senhor tinha razão. Eu não deveria estar ali, mas por outro lado fiquei feliz em encontra-lo.
Passamos o dia juntos explorando a região . Fomos em planícies com neve, atravessamos rios congelados, subimos montanhas e muito mais. Aprendi muito com esse homem tão experiente e ainda senti que ele também estava feliz com a nossa breve amizade, pois eu fui o primeiro brasileiro com que este senhor conversava e ele estava bem curioso para saber mais sobre meu país.
Sol da meia-noite
Uma das experiências mais marcantes no Circulo Polar Ártico foi o sol da meia-noite. Depois do treeking, voltei para a vila por volta de 23h. Então, foi só esperar. Às 0h, estava sentado em uma rocha admirando o espetáculo.
Um dia como treinador de cachorros
A viagem continuou e, no outro dia, fui até um lugar onde oferecia aos turistas passeio de trenó puxado por cães . Tomei um susto com o valor e não queria pagar uma fortuna para fazer essa atração. Então, ofereci aos proprietários para que eu trabalhasse o dia no local, já que eu tinha experiência com o animal. Contar que tenho 15 cachorros na minha chácara no Brasil ajudou!
Como estávamos na alta temporada, as minhas habilidades foram requeridos. Que dia perfeito! Passei até a noite trabalhando e brincando com mais de 30 huskies.
+ 35 anos, 153 países e perrengue: histórias do viajante que já bateu recordes
O meu tempo na Ilha de Svalbard foi precioso. Guardo as lembranças com carinho. Um lugar recomendado para todos aqueles que querem aventurar no Círculo Polar Ártico.
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*Igor Galli é um Viajante Pesquisador e Escritor do livro “As Melhores Atrações Culturais do Mundo”. Está há 14 anos viajando e conhece 153 países e 588 estados e regiões do nosso planeta. Possui o recorde do brasileiro e latino-americano mais viajado do mundo, está entre o top 100° no ranking mundial e na classificação da sua idade, é a pessoa mais viajada do mundo. Toda quinta-feira o viajante estará aqui no iG Turismo para compartilhar histórias e aventuras.
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