Você já parou para pensar se existe diferença entre o cruzeiro fluvial, feito por rios, e o marítimo, que tem o trajeto em alto mar? Antes de escolher uma das opções, é preciso conhecer alguns aspectos importantes desses navios – sendo que o principal deles é a quantidade de passageiros a bordo. Em uma viagem marítima, é transportado mais de quatro mil passageiros, já em uma embarcação fluvial só é possível transportar uma média de 150 pessoas – tornando essa segunda opção bem mais intimista.
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Existe uma explicação para os cruzeiros fluviais serem bem menores do que os marítimos, pois há muitas limitações quando se navega por um rio. “Passagem por eclusas, curvas, curtos espaços para manobras e outros detalhes tornam mais complicado navegar um com um navio de grande porte, algo possível somente em alto mar”, explica Luiz Fernando Destro, representante da Família Globus de Marcas no Brasil.
Independente da navegadora, todos os navios fluviais têm dimensões semelhantes, sendo em média quatro decks (andares) e 110 metros de comprimento. Já o navio marítimo pode chegar a 18 decks ou mais e tem um comprimento superior a 300 metros.
Qual tem mais opções de diversão?
Uma das grandes vantagens de fazer um cruzeiro é que nele estão reunidas inúmeras atrações. Em um navio marítimo, há piscinas, teatros, espaços para espetáculos, cassinos, restaurantes e outros ambientes amplos para comportar o grande número de passageiros.
Por outro lado, o navio fluvial tem menos opções, mas conta com espetáculos mais intimistas e espaços em comum, sendo o principal deles as janelas panorâmicas nas quais os passageiros podem apreciar a paisagem das margens dos rios.
Como a navegação acontece próximo a terra, um dos grandes atrativos são as paradas que, diferente dos cruzeiros marítimos, são mais longas para o turista explorar bem a região e conseguir realizar passeios locais e mais aprofundados.
Deu para perceber que um tipo de cruzeiro foca em atrações a bordo para diversas faixas etárias, inclusive crianças, já o outro tem atividades que são, fundamentalmente, voltadas para adultos e, por isso, algumas transportadoras estabelecem uma idade mínima. Destro explica que a navegadora Avalon Waterways, por exemplo, só aceita passageiros maiores de oito anos.
Tipos de acomodações
Assim como no tamanho e na estrutura, esses cruzeiros também se diferenciam quando o assunto é acomodação. Nos cruzeiros marítimos há diversas opções de cabines e, claro, quanto maior e mais regalias ela oferece, mais caro fica. Há opções com varandas e solarium privativos e pacotes que incluem até mordomo e concierge disponíveis para o hóspede 24 horas. As cabines desses navios podem acomodar desde um passageiro até famílias inteiras.
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Nos fluviais, como o número de hóspedes é reduzido, o atendimento é mais personalizado – segundo o especialista, as empresas costumam deixar um tripulante disponível para cada três passageiros, independente da localização e tipo da cabine.
Entretanto, não há muita variedade de acomodações e geralmente todas as cabines são externas, o que permite que todos os passageiros possam vislumbrar a paisagem ao longo da viagem. Quando se trata de rotas europeias, os passageiros costumam ficar encantados com os inúmeros castelos, vilazinhas históricas e vinhedos que são vistos pelo caminho.
Destinos mais procurados de cada um
Claro que analisar o destino de qualquer cruzeiro é algo importante, mas quando se trata de uma navegação marítima, os passageiros geralmente focam mais na estrutura do navio e nas atrações que ele tem a oferecer. Entre novembro de um ano e abril do ano seguinte, as embarcações costumam ficar no Brasil e é possível aproveitar para viajar pelo país ou visitar países próximos da América Latina.
Depois desse período, como começa a esfriar por aqui, os navios seguem para uma temporada na Europa, pois por lá o clima esquenta. Quanto aos destinos mais procurados em cruzeiros marítimos, pesquisas indicam que, para 2018, o que tende a crescer são os destinos exóticos, como os roteiros feitos por regiões da Ásia e que passam pelo Oceano Índico.
Quanto aos destinos dos cruzeiros fluviais, o que prevalece em alta procura, segundo dados da Avalon Waterways, são por roteiros considerados clássicos – que passam pelos Rios Sena, Reno e Danúbio, não necessariamente nessa ordem, pois as escolhas variam muito de acordo com a época do ano. Vale ressaltar que a maioria os navios tem seus roteiros concentrados na Europa, mas no Brasil também há algumas opções.
Os roteiros brasileiros estão concentrados no Pantanal, no Rio Negro e no Rio Amazonas – nestes casos, o atrativo principal é a natureza, diferente das rotas europeias que tem como principais paisagens a arquitetura histórica que carregam as tradições típicas, a arte e a cultura dessas cidades cortadas pelos rios.
Novidades no ramo fluvial
Até o final de 2017, os cruzeiros fluviais europeus ofereciam apenas cabines para ocupação dupla que poderiam ser ocupada apenas por uma por uma preço menor. Isso continua valendo, mas as navegadoras resolveram ampliar as opções de acomodações e passaram a ofertar cabines para ocupação tripla.
Outra novidade é que também é possível encontrar navios exclusivos para brasileiros em roteiros europeus e a principal vantagem é que os serviços são 100% em português. Além disso, há pacotes em que refeições, bebidas, passeios, taxas e até gorjetas já estão incluídos.
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Como o cruzeiro fluvial e o marítimo possuem propostas bem diferentes, vale a pena analisar bem as duas opções antes de fazer uma escolha. O que é certo é que ambas as experiências serão ótimas, porque independente do tamanho do navio, eles oferecem conforto, bom atendimento, atrações e, no final, serão uma experiência turística única.