Visitar a cidade de Bananal, na região do Vale Histórico, na divisa dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é viajar pela história do Brasil. 

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Marcio Masulino/CidadeeCultura.com

Sobrado Vallim, um dos mais requintados palacetes do período cafeicultor.

A cidade, graças aos esforços de fazendeiros e empresários de Bananal , preserva uma boa parte de seu patrimônio histórico, arquitetônico e cultural da época colonial. A região prosperou no período do café, atraindo fazendeiros de posses que lá construíram suas suntuosas fazendas com mobiliários em estilo barroco e rococó.

Os “barões”, além das sedes imponentes, mantinham palacetes no centro da cidade onde costumavam realizar seus eventos festivos.

Conta-se que a riqueza e a importância do munícipio eram tantas que, além de possuir por um tempo sua própria moeda, chegou a avalizar empréstimos do Império junto a bancos ingleses.

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O Centro Histórico

Estação Ferroviária, 1888 - Construída em ferro desmontável importado da Bélgica.
Marcio Masulino/CidadeeCultura.com
Estação Ferroviária, 1888 - Construída em ferro desmontável importado da Bélgica.


A cidade se desenvolveu no entorno da capela do Senhor Bom Jesus do Livramento, datada de 1780. No princípio, era formada por produtores de cachaça e açúcar que atendiam à demanda mineira.

Com a prosperidade gerada pelo café, os fazendeiros viabilizaram a construção da ferrovia do Bananal para escoar a produção até Barra Mansa e de lá para o porto do Rio de Janeiro. A estação, edificada em placas duplas almofadadas e ajustáveis, foi inaugurada em 1889 e pode ser visitada, assim como várias outras construções em taipa de pilão e pau a pique. Nas casas mais suntuosas podem-se apreciar as pinturas decorativas.

A fachada da “Pharmacia” mais antiga do Brasil pode ser admirada por fora; por dentro, observam-se fotos antigas, da época de sua inauguração.

Visita às fazendas

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Fazenda Coqueiros, 1855, antiga produtora de café.

O ponto mais fascinante de se visitar as fazendas é ser recebido por seus atuais proprietários. Conversando com alguns deles, nota-se a paixão com que enfrentam os desafios de resgatar em minúcias a história local, restaurar o que o tempo danificou, preservar as construções, e ensinar de forma agradável e didática os interessados visitantes.
Não é à toa que a cidade vem se tornando um importante destino de turismo educativo no país e que, ano a ano, venha recebendo cada vez mais escolas de várias partes do Brasil.
Na fazenda dos Coqueiros, por exemplo, você pode ter as mãos lavadas por água vertida de uma jarra, como os proprietários da fazenda faziam com seus visitantes. E certamente vai se comover com a senzala e com os objetos usados para torturar os escravos. Tristes lembranças de um Brasil escravocata.
Mas também vai poder conhecer melhor a cultura afro, com apresentações de jongo, calango e folias.
A Fazenda Boa Vista é uma das maiores e foi construída em meados de 1780, quando produzia anil. Em suas terras trabalhavam mais de mil escravos. Alguns recortes de jornais antigos estão expostos nos corredores da fazenda, como um que alerta para a fuga de cem escravos, e ilustram o cenário histórico da época. Várias novelas, minisséries e programas especiais são gravados no local.
A fazenda foi adaptada para atender ao setor turístico e hoje abriga um interessante hotel que encanta hóspedes de várias partes do país, pela conservação de sua arquitetura e história.

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Fazenda Loanda em Bananal, caprichosamente restaurada.

A Fazenda Loanda, do século XVIII, passou por uma dedicada restauração. Dedicada, diante de todo o esforço e apreço com que seus proprietários se debruçaram sobre livros e pesquisaram técnicas de restauro para apresentar aos turistas exemplos da história arquitetônica e cultural da época.
A palestra, didática e fundamentada, é um espetáculo à parte.


Aventura e natureza

Mas nem só de patrimônio histórico vive a cidade de Bananal. Ela está dentro da área de influência do Parque Nacional da Serra da Bocaina, destino de quem busca aventura e contato com a natureza. Sua fauna e flora podem ser observadas ao longo de belíssimas trilhas que levam os turistas até diversas cachoeiras.

Motivos não faltam para visitar essa belíssima e preservada região.

Para saber mais dicas de turismo no Brasil e América do Sul, acompanhe a coluna de  Márcio Masulino aqui no iG Turismo  

Como chegar

Pela rodovia Presidente Dutra (BR-116) siga até o km 273 (Barra Mansa). Depois, pegue o acesso para a rodovia Engenheiro Alexandre Drable (RJ-157), que liga o município a Bananal.

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