Veneza enfrenta problemas devido ao número excessivo de visitantes diários na cidade
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Veneza enfrenta problemas devido ao número excessivo de visitantes diários na cidade

A partir de quinta-feira (25), os turistas que forem visitar Veneza , na Itália , por apenas um dia terão que apresentar um bilhete de entrada para acessar os pontos turísticos da Cidade dos Canais. A medida, inédita no mundo, surge como um meio de combater problemas cauados pelo excesso de turismo.

O bilhete deve ser comprado online  e custa 5 euros (aproximadamente R$ 27 na cotação atual), após o pagamento da taxa, é gerado um código QR que os turistas devem apresentar nos principais pontos de acesso da cidade.

Não há limites de códigos gerados por dia, contudo, as autoridades municipais confiam que a medida dissuadirpa alguns dos visitantes que lotam suas vielas e pontes sobre os canais nos dias de maior afluência.

O problema do excesso de turismo é sério e já gerou movimentos de regeição em outros lugares, como a Espanha, causando probemas no bem-estar de seus habitantes e fazendo com que as autoridades tentassem conciliar um setor importante para a economia com as necessidades de seus cidadãos.

"É um experimento e é a primeira vez que será feito no mundo", explicou o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, em coletiva de imprensa realizada no início do mês em Roma para apresentar este sistema aos meios de comunicação internacionais.

"Nosso objetivo é tornar Veneza mais habitável", acrescentou Brugnaro, cujo conselho municipal já proibiu que os grandes navios de cruzeiro atracassem na cidade.

Nos momentos de maior afluência, Veneza conta com cerca de 100 mil turistas que pernoitam, além de dezenas de milhares de visitantes diários. Isso se reflete em seus quase 50 mil habitantes que vivem no centro da cidade - número que tem diminuido constantemente, devido ao excesso de pessoas na cidade.

Famosa por seus charmosos canais, Veneza, no norte da Itália, agora cobra uma taxa dos turistas. A entrada custa 5 euros e está no portal da cidade.  Reprodução: Flipar
O governo também estabelece um limite de acesso. Os turistas têm que apresentar um QR Code para entrar na cidade e viistar os bairros. Menores de 14 anos também são cadastrados, mas não pagam.  Reprodução: Flipar
A Unesco apontou que Veneza estava a mercê das consequências das mudanças climáticas e do grande fluxo de turistas.  Reprodução: Flipar
A cidade recebe a cada ano cerca de 30 milhões de visitantes, muito acima dos 50 mil residentes. Para a Unesco, o descontrole no acesso é um dos motivos da deterioração de elementos importantes para a cultura regional.  Reprodução: Flipar
O governo italiano, então, decidiu tomar medidas para evitar que Veneza entrasse numa lista que tem repercussão negativa. Uma dessas providências é a cobrança da taxa.  Reprodução: Flipar
O governo italiano também limitou em 25 o número de pessoas dos grupos que chegam em excursões. E proibiu o uso de alto-falantes.  Reprodução: Flipar
Antes, alguns esforços já tnham sido feitos, como a proibição da entrada de grandes navios na Bacia de San Marco (Canal Giudecca). Reprodução: Flipar
Existem no mundo 1.233 lugares qualificados como Patrimônio da Humanidade por terem “excepcional valor universal” devido às suas ofertas culturais ou naturais. Reprodução: Flipar
Veneza integra a lista de patrimônio da humanidade desde 1987. Uma das cidades mais visitadas do mundo, a cidade de Veneza está situada em uma lagoa no Mar Adriático e é composta por 118 pequenas ilhas que são ligadas por pontes e canais.  Reprodução: Flipar
A história de Veneza remonta ao século 5, quando grupos chegaram para escapar das invasões bárbaras da Itália.  Reprodução: Flipar
A famosa Piazza San Marco, que é o ponto mais baixo da cidade, ficou alagada, com 15 centímetros de água. Reprodução: Flipar
Já a Basílica de Veneza conseguiu se salvar porque conta com uma proteção adicional: uma barreira removível feita de painéis de vidro. Reprodução: Flipar
Em fevereiro de 2023,, a cidade tinha enfrentado o oposto: uma seca tão severa que impediu a navegação de gôndolas, táxis aquáticos e até mesmo ambulâncias em alguns canais. Reprodução: Flipar
Em novembro de 2019, as inundações foram tão intensas que valiosos tesouros e construções históricas enfrentaram sérias ameaças. Reprodução: Flipar
Veneza é famosa, além dos canais, da arquitetura e da arte, pelo carnaval de máscaras que influencia muitos lugares no mundo.  Reprodução: Flipar

Apesar disso, a medida, que ainda está em fase de teste, tem um alcance llimitado e será aplicada em apenas 29 dias ao longo de 2024, afetando somente os dias considerados mais movimentados, como feriados e finais de semana.

"O calendário começa em 25 de abril (feriado na Itália), seguido de quase todos os finais de semana de maio a julho", destacou o prefeito, que prometeu que tudo será realizado com "controles muito suaves", "ao acaso" e "sem filas".

A taxa não será cobrada de visitantes que irão passar ao menos uma noite na cidade, além de outras exceções, como estudantes e menores de 14 anos. O código deve ser apresentado entre 8h30 e 16h (horário local) para controladores posicionados nas principais entradas da cidade, especialmente na estação Santa Lúcia.

Como não há limite no número de códicos, os visitantes que ainda não o tiverem podem comprar no momento de chegada, com a ajuda dos operadores ocais. Aqueles que tentarem burlar a regra, no entanto, podem pagar multa de 50 a 300 euros (algo em torno de R$ 276 a R$ 1.66 mil).

Veneza, que é Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1987, passou por severos problemas devido ao número excessivo de turistas e pelas condições climaticas, a cidade quase entrou para a lista de patrimônio em perigo da UNESCO.  Especialistas apontaram que as medidas tomadas pela Itália para combater os riscos eram "insuficientes".

"Somos contra um número limitado, caso contrário, não seremos mais uma cidade, mas um museu", acrescentou o prefeito de Veneza.

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