Victor Salmoria está à frente do perfil
Reprodução/Instagram - 05.07.2023
Victor Salmoria está à frente do perfil "Fantástica volta ao mundo"

O amor pelo futebol e pelas maravilhas do mundo fez com que Victor Salmoria, de 32 anos, à frente do perfil “Fantástica volta ao mundo” no Instagram, fosse atrás do seu sonho: conhecer os 211 países reconhecidos pela Fifa até 2026. Diferentemente da ONU que reconhece apenas 193 países, a Fifa permite que territórios independentes também sejam certificados como países. 

Após ser apresentado ao universo de viajantes por um amigo que é nômade digital e já viajava há um tempo, foi em 2016, que ele passou a ter a vontade de viajar o mundo.

“Quando vi que era possível, logo defini que era isso que iria fazer da vida. Entre a decisão e a realização, existe sempre um caminho muito longo, e normalmente árduo. Mas foi só em 2019 que tentei a primeira vez virar um nômade digital.” 

Nômade digital  é uma prática adotada por quem aproveita a tecnologia para realizar as tarefas de sua profissão de maneira remota e não depende de uma base fixa para trabalhar. Sabendo das possibilidades, Victor, que é administrador, tem MBA e sempre foi da área comercial, pegou todas as economias que tinha e foi para os  Estados Unidos aprender inglês. A partir daí, iria viajar o mundo. 

Infelizmente, no primeiro momento, não conseguiu criar nenhum tipo de conteúdo para a internet. Algo que também sempre esteve alinhado com seu amor pelo futebol, viagens e redes sociais. “Não estava preparado psicologicamente para isso”, relembra ele, que precisou retornar para o Brasil, mas sempre com o desejo de que tentaria seguir seu sonho novamente. 

Dito e feito: em 2022, inspirado pela  Copa do Mundo, ele definiu o projeto de visitar os mais de 200 países reconhecidos pela Fifa, entre aquele ano e 2026. 

“Sou apaixonado por futebol e, sempre que posso, assisto aos jogos nos países que estou passando. Além disso, também tento entrevistar os brasileiros que amam o futebol pelo mundo.” 

Para tirar do papel o sonho, ele criou um plano macro desenhado, nada muito detalhado. Mas que o conduziu da melhor forma possível. “Amo a aventura e viver o novo, então deixo tudo acontecer conforme as coisas vão indo. Sou muito feliz e abençoado, digo que meu anjo da guarda está disponível 24h. A única regra é não morrer”, brinca. 

Quando avisou aos familiares que iria sair do Brasil todos o apoiaram. Por ele sempre dizer que concretizaria algo do gênero, todos já estavam cientes que o momento chegaria. “Quando falei que iria fazer em 2019, eles já me apoiaram muito. Em 2022, quando anunciei novamente, recebi muito carinho e apoio dos meus pais e familiares. Sou muito abençoado em relação à família”, celebra. 

Natural de Chopinzinho, no Paraná, com 15 anos ele teve a oportunidade de realizar um intercâmbio e morou um ano no México. “Foi lá que pude entender o quanto o mundo é muito maior do que a ‘bolha’ social que normalmente vivemos nas nossas cidades ou bairros”. 

Para ele, o  México foi o pontapé inicial para sua jornada que iniciaria 15 anos depois. O país fez com que ele desejasse efetuar outro intercâmbio logo em seguida, mas por ser ainda novo, não foi possível. “Conheci gente do mundo todo, criei vários amigos que estou visitando agora e também criou a minha curiosidade para entender como o mundo funciona. Sem dúvidas, intercâmbio estudantil é algo que muda para positivo a visão de mundo dos jovens”. 

Victor, que já teve também uma indústria de sorvetes, foi gerente de concessionárias de carros e trabalhou como representante comercial no Brasil, deixou tudo isso para trás e já visitou 39 países da meta de 211. O Brasil foi o primeiro, mas todos os países que visitou antes de novembro de 2022 ele não inseriu na lista. “Vou visitar novamente aqueles que já fui, e o México será o penúltimo”. 

Os países que visita não tem médias de dias para ficar, alguns ele já ficou por seis dias, dois e até 30, como foi no caso da  Índia. “Vai muito de como estou e do que sinto do país. A Índia, por exemplo, teve um impacto grande na minha maneira de perceber o mundo”. 

Para se manter, ele passou a adotar meios de gerar dinheiro com a produção de conteúdo nas redes sociais. No início, ele tinha economias guardadas e criou alguns produtos on-line que o auxiliam a se manter. E, por ser mochileiro, ele sempre tem em vista economizar nas viagens. As hospedagens, por exemplo, ficam por conta de casa de moradores locais por meio da plataforma CouchSurfing, e quando não consegue, opta por hostel ou hotéis mais baratos. 

Inspirado por viajantes como o Anderson Dias, do 196 sonhos, Fernando Kanarski e muitos outros, Victor comemora a sua atuação nas redes que também pode influenciar mais pessoas a fazer o mesmo que ele. Cada vez que chega a um destino diferente, ele gosta de apresentar ele aos seus seguidores por meio de dados e curiosidades sobre o local. 

Entre as dicas que ele dá, algumas são: que a pessoa faça um planejamento financeiro para poder sair do Brasil, tenha coragem para seguir com a decisão e acredite nas possibilidades do mundo de lhe receber bem. 

Viajando sempre sozinho, ele adora conhecer gente nova e normalmente as conexões são muito rápidas. “Sou muito sociável e vivo procurando conhecer gente. Meu objetivo é ter um amigo em cada país do mundo”, divide. 

Entre os idiomas, ele se garante com o espanhol que aprendeu no México e com o inglês que aprendeu nos EUA. “Com esses dois você consegue viajar tranquilo, vai passar perrengue com certeza em alguns lugares, mas faz parte da experiência”, conta. 

A única situação de perigo que passou foi quando quase caiu de moto nas Filipinas, mas relembra que tudo ocorreu bem no final.

Com a jornada que começou em novembro do ano passado, ele já está viajando por mais de oito meses pelo mundo longe da família. Entre a saudade do Brasil, ele cita que a maior é da família e depois a comida. 

“Tenho muita saudade da minha família. Se pudesse ter meus pais viajando comigo seria o mundo perfeito. Outra coisa é a comida, não está fácil não sentir saudade”. 

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** Julio Cesar Ferreira é estudante de Jornalismo na PUC-SP. Venceu o 13.º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão com a pauta “Brasil sob a fumaça da desinformação”. Em seus interesses estão Diretos Humanos, Cultura, Moda, Política, Cultura Pop e Entretenimento. Enquanto estagiário no iG, já passou pelas editorias de Último Segundo/Saúde, Delas/Receitas, e atualmente está em Queer/Pet/Turismo.

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