Desde o dia 11 de março, quando a Organização Mundial de Saúde declarou o novo coronavírus uma pandemia, turistas do mundo inteiro começaram a se mobilizar para voltar para casa.

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Em Auckland a situação parecia tranquila, mas em pouco tempo os casos explodiram e as fronteiras fecharam
Arquivo pessoal/Maria Clara Farias
Em Auckland a situação parecia tranquila, mas em pouco tempo os casos explodiram e as fronteiras fecharam

Em alguns casos, esse retorno em meio a pandemia foi cheio de incertezas e estresse. Como o caso da intercambista Maria Clara Farias que viajou para a Nova Zelândia no dia 5 de março, quando a situação ainda estava tranquila.

"Não havia nenhum caso no país [Nova Zelândia], estava começando a aparecer no Brasil, mas não tinha nem indício de quarentena ou nada", explica Maria Clara em entrevista ao iG Turismo .

Porém, o cenário mudou depois de duas semanas. A situação mundial se agravou e a mãe de Maria resolveu comprar as passagens para o seu retorno ao Brasil, mas encontrou dificuldades. "Começaram a subir os casos muito rápido e meu voo foi cancelado, então a Latam me recomendou remarcar o voo por meio de um formulário para quem estava preso no país, mas não tive nenhum auxílio a partir deste ponto", conta.

Com o documento em mãos ela conseguiu um novo voo na companhia aérea para o dia 22 de março que fazia conexão em Santiago, no Chile. Ao chegar na cidade, o voo até o Brasil foi adiado e a intercambista passou 20 horas no aeroporto porque as fronteiras estavam fechadas.

"A Latam não ofereceu nenhum auxílio, só recebi o e-mail notificando que o voo foi adiado. Nem comida, nem estadia foram oferecidas pela companhia", reclama a brasileira. Ela conseguiu retornar ao Brasil no dia 24 com a ajuda do Itamaraty.

Procurada pela reportagem, a Latam enviou o seguinte comunicado:

O Grupo LATAM Airlines informa que houve uma forte redução em sua malha aérea devido à crise global de saúde causada pelo Coronavírus (COVID-19), que também provocou restrições de acesso a diversos países e queda da demanda.

Devido a essa situação, a companhia não tem medido esforços para oferecer assistência aos seus passageiros, além de flexibilidade a todos os clientes impactados por essa crise sem precedentes. Todas as regras de alterações de viagens flexibilizadas pela LATAM estão disponíveis no site.

Marina Gabai enquanto estava no Uruguai encontrou comércios abertos em meio a pandemia
Arquivo pessoal
Marina Gabai enquanto estava no Uruguai encontrou comércios abertos em meio a pandemia

Quem também teve dificuldades em retornar ao país foi a paulista Marina Gabai. Ela foi passar férias em Buenos Aires e Montevidéu no início de março e foi pega de surpresa pelo fechamento da fronteira argentina.

"Para voltar de Montevidéu eu precisava pegar um voo com escala em Buenos Aires. Eu ia chegar no aeroporto regional de manhã e só pegaria o voo para o Brasil de noite, do aeroporto internacional. Mas dois dias antes eles fecharam as fronteiras e fiquei desesperada", explica.

Mesmo com a indecisão, ela esperou até o dia do seu voo marcado e conseguiu com a Aerolíneas Argentinas um encaixe direto para o aeroporto internacional de Buenos Aires, assim conseguiria retornar ao Brasil sem problemas. 

"Quando cheguei aqui não recebi nenhuma informação sobre ficar em isolamento, eles só mencionam isolamento para quem retornou da China, Japão e Europa. Só precisei preencher um formulário com informações de saúde para entrar na Argentina", esclareceu Marina. 

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Em isolamento voluntário desde o dia 24 de março, ela também contou ao iG Turismo que tanto Buenos Aires como Montevidéu ainda mantinham comércios e demais locais abertos após a declaração de pandemia do novo coronavírus. A quarentena só se iniciou nesses países em 20 de março (Argentina) e o Uruguai só recomenda isolamento para idosos acima de 65 anos.

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