Antes mesmo de fazer a primeira viagem, Igor Galli já sonhava em passar a vida conhecendo lugares diferentes. Quando criança, o viajante já demonstrava esse desejo e sabia de cor o nome de todos os países e capitais do mundo.
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O viajante é natural de Goiânia, fez a primeira viagem internacional aos 15 anos, formou-se em turismo aos 22 anos e hoje é considerado o brasileiro e latino-americano mais viajado do mundo entre as pessoas da sua idade, 35 anos, segundo o portal "The Best Travellers", depois de passar por 153 países.
“O ser humano não aproveita muito a vida, mas eu queria viajar e não fica a vida inteira trabalhando batendo ponto. Não venho de uma família rica, então comecei dar duro cedo para poder realizar esse sonho”, conta o viajante.
Assim que terminou a faculdade, Igor fez as malas e foi para a Inglaterra
trabalhar pesado para ganhar dinheiro. “Ralei muito e com o dinheiro que consegui juntar, construí uma casa no Brasil e o resto usei para viajar. Hoje, vivo da renda do aluguel dessa casa e das palestras que comecei a dar dos meus livros”, afirma.
Perrengue, heroísmo e mais
Entre os 153 países visitados, Igor reúne diversas histórias de aveturas, perrengue e até heroísmo. Na Índia, por exemplo, por pouco não perdeu a vida.
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“Lá o trânsito é uma loucura, cada carro anda em uma direção e meu ônibus acabou se chocando com outro veículo. A sorte é que o ônibus não tombou ou capotou, porque com certeza não sobreviveria já que estava na parte de cima que era toda de vidro”, relata.
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Outro momento desesperador foi na Noruega . “Eu me perdi em uma região cheia de montanhas e não fazia ideia de onde estava, foi muito complicado, já que não poderia passar a noite naquele local e estava muito frio”, diz.
Estava molhado, machucado, pois tinha escorregado, e não via mais solução. “Sentei em uma pedra e comecei a chorar, então vi umas ovelhas de longe e pensei que a solução seria matar umas duas para me esquentar”, fala. “Mas retomei o folego e resolvi andar mais. Foi aí que encontrei o caminho”, completa.
Já em outra, Igor teve que se encher de coragem e mostrou ser herói nas horas vagas quando enfrentou quatro ladrões de uma só vez, na Nicarágua, para impedir que duas suecas fossem roubadas.
Amor relâmpago
Em janeiro de 2014, Igor estava em Bali quando encontrou uma australiana que fez seu coração bater mais forte. Eles se apaixonaram, mas ela tinha um voo marcado para o Uruguai dois dias depois. Eles continuaram mantendo contato e em abril do mesmo ano o viajante foi surpreendido pela amada que perguntou se ele não gostaria de ir morar com ela.
Na época, ela estava vivendo em uma tribo, na Austrália , ensinando inglês. Ela era a única “branca” no local e foi “adotada” pelos moradores da tribo, pois eles queriam aprender a nova língua.
“Quando ela me convidou, disse que ia, pois seria uma oportunidade única, já que seria o único brasileiro a pisar na tribo. Perguntei o que eu precisava fazer para ir e ela disse que eu tinha que me casar com ela, só assim teria permissão para entrar no local”, contou.
O casal se reencontrou, o casamento aconteceu e eles foram viver na Austrália. Depois de um tempo, Igor teve vir para o Brasil, pois já tinha comprado as passagens para a acompanhar a Copa do Mundo 2014.
Já a esposa tinha um voo para Amsterdã, que terminou em uma tragédia. O avião da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia , após ser atingido por um míssil russo, em 17 de julho de 2014. “Eu a perdi e meu contato com a Austrália acabou naquele instante. Esse foi o pior momento da minha vida”, revela.
Maiores desafios
As viagens renderam momentos marcantes para Igor. Ele escalou as maiores montanhas do mundo, que são: Elbrus , a maior da Europa; Aconcágua , a maior da América do Sul; Kinabalu a maior do Sudeste asiático. Também escalou o vulcão ativo mais alto do mundo, o Cotopaxi .
Provou que é aventureiro e aceitou o desafio e atravessar nadando, da Ilha Gili Trawagan até Lombok, na Indonésia , sem apoio de ninguém. “Fazer esse percurso é muito difícil! Eu não me arrependo, mas não faria isso novamente”, diz aos risos.
Planos futuros
E não ache que turismólogo cansou de viajar. Igor conta que ainda sonha em conhecer o Japão e o Nepal , mas isso no futuro. “No próximo ano vou focar nos lugares do Brasil que ainda não conheço, nos livros que estou escrevendo e em ministrar palestras”, completou.