Quem nunca teve a vontade de viver a experiência de conhecer alguma das praias de nudismo espalhadas pelo Brasil e pelo mundo? Existe certa magia nesses lugares, afinal de contas você pode unir liberdade com entretenimento, mas quais seriam as regras básicas para você conviver com naturistas e curiosos sem causar nenhum constrangimento?
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Na coluna dessa semana, conversamos com algumas pessoas, com exclusividade, que tiveram a experiência de conhecer algumas praias de nudismo , além de um especialista em comportamento, que nos dará toques preciosos de como conviver em harmonia com todos, sem ser abusivo, chato ou tímido.
Essas praias diferem de outros locais de entretenimento e de recreação, pois permitem a qualquer pessoa a liberdade de ficar nu. Existem regras, é claro, mas elas são essencialmente destinadas a garantir o conforto e o prazer dos usuários.
Ao longo dos anos, essas praias naturistas tornaram-se aceitáveis e legais perante o público e as autoridades e são protegidas pelos poderes constituídos. Além disso, as pessoas lentamente se tornaram mais abertas à ideia de poder nadar, caminhar e brincar sem vestimentas e não considerar isso erótico.
Se você quer desfrutar da liberdade natural de ficar nu, as praias naturistas são locais perfeitos para começar.
Corpos perfeitos?
A primeira experiência do jornalista Rodrigo Zanetti com naturismo foi no Brasil na Praia Mole, em Santa Catarina, e em Tambaba, na Paraíba, mas ele narra as experiências que teve nas praias europeias, e lá o primeiro contato que teve com o nudismo foi na Super Paradise
,
em Mykonos
, na Grécia
, no verão de 2010.
“É uma clássica praia gay, onde me senti bem à vontade porque mistura paraíso natural com uma pegada de micareta e barracas de praia animadas que lembram muito as barracas do litoral norte paulistano”, conta Zanetti. “Aliás acho que a cantora Sia arrumou inspiração para escrever 'Chandellier' depois de ter visto o que eu vi: caras malhados de corpos perfeitos balançando no lustre de um bar-balada na praia”, completa.
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Ele diz, entretanto, que lá não é uma praia democrática , e quem não tem o corpo perfeito, não se sente bem lá. O jornalista brinca que o ideal é contratar um personal trainer e colocar o corpo em dia antes de viajar. Mas a experiência compensa. “O cenário é perfeito: pessoas belíssimas e o lindo mar mediterrâneo verde esmeralda com sua água quentinha faz você se sentir no paraíso”, fala.
Sexo ao ar livre?
O fotógrafo Leo Farah afirma que adora esse tipo praia e vai sempre que pode. Conhece Abricó, no Rio de Janeiro, e Galhetas, em Santa Catarina. “É um lugar de relaxamento e aceitação do corpo. Porém, como em todo lugar, existem pessoas sem noção, que tentam chamar a atenção se masturbando em público”, expõe.
Ele explica que é um lugar de liberdade e normalmente existem áreas mais afastadas onde as pessoas praticam o sexo livre. “Sempre tive curiosidade em conhecer essas praias, já chego e me integro. Roupa é um detalhe. Conheci também a praia de Sandy Hook , em New Jersey , próxima a Nova York , lá as pessoas são mais ousadas e transam na frente de todos”, diz.
Ele já frequentou também lugares de nudismo no Caribe, mas não gostou. “Existe prostituição nesses locais e fogem do conceito do naturismo”, conta.
Tirando a roupa
Em 2010, o profissional de relações públicas Celso Alves viajou com alguns amigos para a Europa, mais especificamente para o leste europeu. Ficaram na Croácia
foram à Ilha de Lokrum
. Circularam pela ilha e se depararam com uma praia aparentemente privada com uma placa escrito FKK, que não sabiam do que se tratava. Depois, descobriram que FKK era uma abreviatura da palavra Freikoperkultur
, que em alemão significa cultura do corpo livre.
“Estávamos de bermuda e chamamos a atenção das pessoas por estarmos vestidos. Fiquei constrangido, tirei logo a roupa e entrei na onda, me sentindo muito mais à vontade e deixando de ser o centro das atenções. A experiência foi inusitada, me senti bem e totalmente integrado ao grupo de naturistas”, lembra Alves.
Dicas para aproveitar a praia
Para você não queimar o filme em sua primeira experiência em uma praia naturista, conversei com o coach, mestre e doutor em psicologia Nicodemos Borges, que nos dá dicas interessantes.
“O ideal, para quem quer ir a um ambiente de nudismo, é ter em mente que precisa estar bem consigo, em relação ao corpo, e estar à vontade para ver outras pessoas sem roupa. O importante é ter naturalidade e curtir, sem ficar preocupado com comparações”, fala Borges.
Ele também diz que você deve evitar ficar olhando para as pessoas peladas, pois você pode deixar as pessoas constrangidas, afinal, você não sabe quem não gosta de ser observado. Outra coisa: essas praias não são motéis! Portanto, nada de trocar carícias íntimas e muito menos ter relações sexuais.
“Em relação a todos ficarem nus, depende da praia. Algumas exigem que todos estejam sem roupa e, geralmente, há placas indicativas . Outras, em que não são oficialmente de nudismo, as pessoas podem optar por ficarem nuas ou trajadas”, explica o especialista.
Borges completa dizendo que o essencial é a pessoa lembrar que o objetivo de ir a uma dessas praias de nudismo é a ideia de naturismo, não em busca de “sacanagem” ou pensando ser um “âmbito sexual”. Veja mais dicas de viagem na coluna de Roberto Rodrigues no iG Turismo .