Dono de um movimento artístico próprio, Fernando Botero ficou conhecido por suas representações de personagens volumosos de forma lúdica e com toques de surrealismo. Um ano depois de seu falecimento, o artista colombiano ganha uma exposição no Palazzo Bonaparte , em Roma , que celebra seus 70 anos de carreira.
Apesar de se considerar o “mais colombianos do artistas colombianos”, Botero tinha uma ligação especial com a Itália , para onde viajou pela primeira vez na década de 1950 para estudar o trabalho de pintores italianos renascentistas. Nos últimos quarenta anos de sua vida, o artista trabalhou durante os verões em um estúdio em Pietrasanta , na região da Toscana , e foi considerado cidadão honorário da cidade em 2001.
Com curadoria de Lina Botero, sua filha, a exposição em parceria com o icônico Hotel de Russie exibe mais de 120 peças entre pinturas, aquarelas, desenhos com sanguínea e carvão, esculturas e trabalhos inéditos. Os temas de Botero circulavam entre o cotidiano latino-americano, a vida doméstica, o circo, touradas e críticas políticas.
A exposição começa com Homenaje a Mantegna , que foi recém-descoberta e nunca antes vista pelo público. É uma pintura que faz referência a um dos afrescos do salão Camera degli Sposi , no italiano Palazzo Ducale , feito pelo renascentista Andrea Mantegna. O quadro rendeu a Botero o primeiro lugar no XI Salón Nacional de Artistas Colombianos em 1958.
Outro trabalho inédito ficava pendurado no estúdio de Botero em Paris , trata-se de uma versão da princesa Margarita Maria Teresa de Áustria, que está no centro do quadro Las Meninas , de Velázquez.
O artista utilizou seu estilo particular com figuras corpulentas para fazer a releitura de grandes obras. Fazem parte da exposição as versões boteristas de Fornarina , de Rafel, retratos de Peter Paul Rubens e Jan van Eyck e o díptico de Montefeltro e Battista Sforza, feito por Piero della Francesca – o pintor italiano influenciou profundamente a obra de Botero.
As últimas obras de Botero, feitas em 2023, como uma grande aquarela que reinterpreta a obra La Odalisca , de Mariano Fortuny, também estão em exibição. Aliás, as aquarelas, trabalhadas com mais afinco a partir de 2019, têm uma sala exclusiva.