As atrações do Hopi Hari são submetidas há três protocolos diferentes de inspeção de segurança: uma diária, uma semanal e outra mensal. Todos os dias, antes do parque abrir as portas para o público, técnicos elétrico e mecânico fazem a checagem de uma série de itens para garantir o bom funcionamento dos brinquedos e o conforto dos usuários.
No caso da Montezum, maior montanha-russa de madeira da América Latina, esse checklist inclui cintos de segurança, travas, rolamentos, trilho e todo o conjunto do trem. Uma outra equipe, de carpintaria, verifica a segurança da estrutura do brinquedo. Somente após o aval técnico, o time de operações é liberado para atuar, o que inclui uma nova lista de verificações, semelhante a já realizada pouco tempo antes.
Esse tipo de protocolo foi um dos fatores que garantiram ao brinquedo a certificação da TÜV NORD, grupo norueguês que é uma das maiores organizações de inspeções, certificações e testes de parques de diversão do mundo. A validação da Montezum, obtida em outubro de 2021, não é a única do Hopi Hari. Ela se repete nas outras atrações radicais.
Segurança redundante
A Montezum possui um conjunto tripo de segurança ao passageiro. O primeiro deles é o próprio formato banco do trem. O segundo, o cinto de segurança, de duplo travamento, o que significa que somente com acionamento simultâneo de ambos os lados acontece a liberação – diferentemente de um cinto de avião comercial, por exemplo. O terceiro e último é a barra fixa, que segura entre a perna e abdome do passageiro.
Cinto e trava são sistemas redundantes de proteção. O conjunto de segurança é feito desta forma para, em caso de falha de um deles, o outro garanta a integridade do visitante da mesma forma.
No último sábado (11), o brinquedo fez uma parada técnica após uma das travas se soltar. Os passageiros fizeram o sinal de x em cima da cabeça – conforme orientação que recebem quando acessam à atração – e o funcionamento da montanha-russa foi interrompido imediatamente. Ninguém se feriu.
A área de engenharia do Hopi Hari destaca que os protocolos de segurança funcionaram. “Identificamos o problema, fizemos o desembarque de todo mundo e, então, começamos o trabalho de análise”, afirma o engenheiro Eduardo Fernandes, responsável pelo parque.
Leia Também
Os fatores que resultaram na parada técnica ainda estão sendo investigados. Independentemente disso, cada episódio já provoca um amadurecimento imediato. “Quando se tem um ponto crítico, ele gera melhorias. O processo é contínuo. E uma atenção que temos o tempo todo”, destaca Fernandes.
Operação segura
Paradas técnicas não são algo incomum na operação de um parque de diversões, uma vez que, para os brinquedos funcionarem, é preciso que todos os processos de segurança sejam garantidos.
Em outubro, 35 pessoas foram retiradas da montanha-russa do Universal Studios, em Osaka, no Japão. O carrinho do brinquedo parou a uma altura de 43 metros após uma queda de energia. Elas tiveram de descer em uma escada de emergência da atração.
Em 2017, a montanha-russa montada na Cidade do Rock ficou parada por quase uma hora no quarto dia do festival Rock in Rio. Todos os ocupantes foram retirados da atração e a operação só foi reestabelecida após a liberação técnica.
Em 2018, o Parque Beto Carrero, em Penha (SC), interrompeu momentaneamente o funcionamento da montanha-russa Fire Whip após visitantes encontrarem óleo na estrutura. A parada técnica foi resolvida pela equipe do local e o brinquedo voltou a operar normalmente pouco tempo depois.
No ano seguinte, na Disney, uma rota do teleférico Skyliner, que liga os parques e hotéis do complexo de Orlando, nos Estados Unidos, ficou parada durante três horas. Aos menos 13 pessoas estavam na atração, a uma altura de dez metros.