Rio de Janeiro
Davi Costa / Unsplash
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Em meio ao estado de alerta de diversos países devido da variante da Covid-19 Ômicron , a cidade do  Rio de Janeiro estuda ampliar o “passaporte da vacina” para a hospedagem na capital. A proposta é apoiada por membros do Comitê Científico para tentar evitar o turismo de não vacinados no fim do ano. Durante a reunião do grupo de especialistas nesta segunda-feira, a prefeitura mostrou números que demonstram que a pandemia do coronavírus está em uma situação controlada na cidade. Por isso, na avaliação do grupo, com o atual cenário epidemiológico a realização do réveillon está mantida.

"O ideal seria ter a exigência para o comprovante vacinal no desembarque do país. Mas o governo federal não implementou essa medida ainda. Então seria uma forma de tentar minimizar o risco de ter um turismo de não vacinados", conta infectologista Alberto Chebabo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e membro do Comitê.

Na última semana a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orientou que viajantes estejam completamente vacinados para cruzar a fronteira e entrar no Brasil. A exigência do comprovante vacinal para turistas também foi uma demanda da prefeitura do Rio. As recomendações, que valem tanto para via aérea como para terrestre, foram publicadas na quinta-feira e se baseiam nas do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, e nas de outros países. A deliberação final, contudo, é da Casa Civil, que recebeu as notas técnicas em 12 de novembro. Neste caso, o papel da Anvisa é de assessoramento.

Uma nova reunião do grupo está marcada para o dia 20 de dezembro para discutir o cenário epidemiológico da pandemia mais próximo da virada do ano. A data pode ser antecipada caso a situação mude. Para discutir o assunto em meio ao surgimento da nova cepa do vírus também está programada para as próximas semanas um encontro de representantes da Secretaria municipal de Saúde (SMS) do Rio com o grupo de assessoramento técnico da SES, equivalente ao comitê científico da capital, e com o Conselho das Secretarias municipais de Saúde (Cosems). Segundo Chieppe, a reunião deve acontecer nesta sexta-feira ou no início da semana que vem.

— O Rio tem uma das maiores redes de vigilância e sequenciamento do país em relação à Covid-19. Ainda não sabemos qual será realmente o impacto da nova variante, ainda mais em uma população altamente vacinada como a nossa. Orientamos manter a vigilância e vamos aguardar as evidências científicas sobre a nova cepa — diz Chebabo.

Rede de vigilância
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro realizará, a partir desta segunda-feira, o sequenciamento genômico de amostras de todas as pessoas vindas de outros países que apresentarem sintomas de Covid-19. A medida visa a rastrear uma eventual chegada da variante Ômicron.

Até agora, nenhum caso suspeito da nova cepa foi identificado no Rio de Janeiro. Segundo o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, todos os municípios do estado receberão nesta segunda-feira a orientação de monitorar viajantes que venham a procurar atendimento na rede de saúde com sintomas de Covid-19. Se algum paciente com esse perfil for identificado, ele terá sua amostra colhida e enviada para a Rede Corona-Ômica, estudo responsável pela maior parte das análises de sequenciamento genético do SARS-Cov-2 no Rio.

Chieppe informa que esse material terá prioridade na fila de análises da pesquisa, que paralelamente emite, a cada quinze dias, um relatório de sequenciamento genômico de todo o estado. Os resultados sairão em até sete dias, de acordo com o secretário.

"A nossa busca acontecerá pela rede de saúde. Qualquer pessoa com sintomas que tenha vindo de fora será testada", diz Chieppe. "O Ministério da Saúde já definiu quais voos estão impossibilitados de vir para o Brasil. No Rio, faremos o monitoramento genético."

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