Amazônia: o que é preciso saber na primeira viagem à floresta tropical

Conhecida como a maior reserva de água e o pulmão do mundo, esse pedaço gigante de natureza abrange outros países como Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa

Foto: Pixabay
Vitórias-régias na floresta amazônica


São mais de sete milhões de quilômetros quadrados espalhados em territórios de diferentes países da América do Sul – a maior parte concentrada no Brasil. Como floresta tropical, apresenta um complexo ecossistema, dono de mais de 300 espécies de mamíferos catalogadas, três mil espécies de peixes e milhares de plantas. É a maior biodiversidade do planeta. Este mundo selvagem se desenvolve principalmente nas copas das árvores e nos rios.

A Floresta Amazônica abriga onças-pintadas, papagaios, piranhas, tucanos, peixes-boi, jacarés, botos, lagartos, tartarugas, macacos... E muitas cobras. Há mais de 300 espécies de cobras (a sucuri, motivo de tantas lendas, pode chegar a 10 metros de comprimento) e a maior variedade de sapos do mundo. Dois terços das espécies de lagartos conhecidas só existem na Amazônia.

Para explorar parte deste mundo selvagem, é preciso muita disposição, orientação e repelente: a mata densa abriga um número altíssimo de insetos (estimativas apontam que há 30 milhões de espécies em todas as florestas pluviais do mundo). É lá que o explorador pode encontrar o maior besouro do mundo, com 20 centímetros, a maior mosca, com cinco centímetros e a maior libélula, com 15 centímetros.

Para visitar esse paraíso tropical pela primeira vez, existem algumas perguntas que todo viajante se faz sobre a estrutura, o que vai encontrar por lá, onde se hospedar ou como fazer uma viagem inesquecível em um roteiro bem rústico. Para isso, o iG Turismo foi atrás de respostas para quem deseja conhecer este lugar na região Norte do Brasil.

É mais interessante se hospedar em um hotel na natureza ou fazer um cruzeiro no rio?

Tanto os hotéis de selva quanto os cruzeiros de barco são boas opções para quem quer conhecer a Amazônia com conforto e sem grandes emoções. Ambos oferecem quase que os mesmos passeios inclusos no pacote. Por isso, na hora de escolher entre um e outro, é preciso levar em consideração o tipo de experiência que quer ter.

Claro que ficando em um hotel, o turista tem muito mais estrutura e pode programar um roteiro do que pretende fazer e tem a opção de alterar quando for mais conveniente. Já os cruzeiros de barco não oferecem oportunidades de mudanças, mas o viajante tem a vantagem de percorrer uma distância muito maior e dormir em lugares diferentes. A paisagem muda sempre e tem a experiência de navegar nos rios da região amazônica.

O que fazer na Floresta Amazônica?

Os hotéis de selva e cruzeiros têm uma programação de atividades diária. Os principais meios de hospedagem no Amazonas costumam incluir focagem (passeio de observação) de jacaré, caminhada pela mata, visita a uma comunidade indígena, pesca de piranha, ida ao encontro das águas e passeio para ver o boto cor-de-rosa. À noite, quando não tem passeio noturno, os não tem muito o que fazer, mas os turistas ficam tão cansados dos passeios diurnos que normalmente preferem ficar descansando para acordar cedo no dia seguinte.

Foto: Pixabay
Nascer do sol na floresta amazônica

 Tem muitos mosquitos?

Mesmo que o turista esteja com mata por todos os lados e longe da civilização, não significa que vá ser atacado por pernilongos e borrachudos. O rio Negro, onde estão localizados a maior parte dos hotéis de selva, tem um elevado grau de acidez e, por conta disto, os insetos não se proliferam.

As hospedagens e barcos de cruzeiros estão preparados para esse “probleminha” e têm janelas com telas de mosquiteiro, mas é sempre bom levar um repelente para passar na pele. Quem já visitou a região também recomenda o uso de calças e camiseta de manga longa para se proteger nos passeios mata adentro, onde a incidência desses bichinhos é bem maior.

Qual a melhor época para ir?

A região Norte é dividida em duas estações. Na época (mais) chuvosa, que vai de dezembro até maio, os barcos podem percorrer percursos maiores, os deslocamentos são mais fáceis e dá para fazer passeios de canoa pelos igapós (floresta inundada). No entanto, o período da seca, de julho a novembro, é ideal para aproveitar as praias fluviais, que somem quando o rio está cheio. Como faz calor e chove o ano todo, é difícil falar qual a melhor época para ir, então dá para aproveitar todos os meses.

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Quanto tempo ficar?

Quatro ou cinco dias em um hotel de selva ou em um cruzeiro é tempo suficiente para aproveitar o local sem que os passeios se tornem repetitivos.

O que não posso deixar de levar?

Na mala, coloque roupas leves e confortáveis, chapéu, trajes de banho, repelente e a farmacinha com os medicamentos habituais. Para os passeios na mata, leve calças compridas leves, evitando o jeans. Como chove bastante, é bom levar uma capa de chuva e um tênis confortável. Levar dinheiro também é importante porque alguns roteiros têm passeios a comunidades indígenas, onde são vendidos produtos artesanais e lá não aceitam cartões.

É possível ver bichos no habitat natural?

Apesar de ter a maior biodiversidade do planeta, observar animais na Amazônia não é tão fácil quanto em outras regiões, como no Pantanal. Muitos turistas acreditam que vão ver todos aqueles bichos mostrados nos documentários e acabam se decepcionando. Durante as incursões na floresta, dá para avistar pássaros, alguns macacos, jacarés, botos e uma ou outra preguiça. Mas mamíferos terrestres, como anta, paca e onça, dificilmente são observados.

 Preciso tomar alguma vacina?

A vacina contra a febre amarela é muito recomendada para toda a região Norte do País, mas não é obrigatória. Para garantir, é melhor estar munido do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), que é o comprovante da vacinação contra a febre amarela e outras doenças. Para retirar o CIVP, a emissão é feita pela Anvisa em centros de operação espalhados pelo Brasil. A dose precisa ser tomada, pelo menos, dez dias antes da viagem e existem duas opções: uma dose única, que protegerá pelo resto da vida, ou uma dose regular, que dura cerca de um ano.

Além disso, não deixe de preparar a farmacinha de viagem, com os medicamentos que costuma tomar, inclusive antialérgicos. No meio da selva, é bom não contar com os remédios disponíveis.

Em qual hotel de selva ficar?

Para quem não abre mão de conforto, há hotéis de selva com boa infraestrutura, com ar-condicionado e água quente. Todos eles incluem no pacote as atividades diárias, traslado e todas as refeições. O Anavilhanas Jungle Lodge, a três horas de carro de Manaus, fica próximo ao arquipélago fluvial de Anavilhanas e faz parte da associação Roteiros de Charme. O pacote mais barato, de duas noites, sai por R$ 8,1 mil por casal.

Já o Amazon Ecopark Lodge fica a 30 minutos de barco de Manaus. Com bangalôs confortáveis, tem uma praia privativa nos meses de seca e piscina natural. Cada noite no hotel sai por R$ 1,8 mil por casal. O Juma Amazon Lodge possui apenas 19 bangalôs, com sua construção totalmente integrada à floresta. Foi construído em terra firme sobre palafitas, na copa das árvores, para estarem protegidos principalmente nas épocas de cheia dos rios quando o nível da água pode subir até 15 metros. O preço de duas noites no local para um casal é de R$ 3,2 mil, com passeios, guia turístico, traslado e pensão completa.

Quais barcos fazem cruzeiros pela Amazônia?

Há diferentes embarcações que realizam roteiros de 3 a 7 noites, pelo Rio Negro e pelo Solimões. A mais famosa é o Iberostar Heritage Grand Amazon. O navio com capacidade para 150 passageiros tem as facilidades de um cruzeiro tradicional e opera no sistema all-inclusive. O pacote mínimo oferecido é de quatro dias e sai a R$ 6,7 mil por casal. Para quem busca uma experiência mais tradicional e com menos pessoas, a Amazon Clipper Cruises tem barco regional com capacidade para 16 pessoas, de madeira, com cabines com beliches. O preço da hospedagem é diferente para cada roteiro que o turista escolher. Se for somente pelo Rio Amazonas, o preço da diária por pessoa é de R$ 2,6 mil, se o percurso for o Rio Negro, o preço é de R$ 3,6 mil e os dois juntos sai por R$ 5,3 mil por passageiro.