Thor Pedersen, que atualmente está com 44 anos, deixou a família e o emprego na Dinamarca há quase 10 anos e começou uma aventura jamais vista antes: viajar o mundo inteiro sem entrar em um único avião . Ele percorreu 359 mil km priorizando sempre o transporte público, mas também chegou a pegar carona em barcos, caminhões, ônibus, carros ou qualquer outro veículo que pudesse ajudá-lo.
O aventureiro disse em entrevista ao Kennedy News que queria fazer algo notável, que ninguém jamais tivesse realizado antes e embarcou nessa viagem sem saber o que vinha pela frente. Ao todo, ele precisou de 10 passaportes para conseguir entrar nos países e os custos foram pagos por uma empresa de energia, bem como pelo seu próprio financiamento coletivo.
Thor contou que se esforçou bastante para economizar o dinheiro que tinha e limitou seus gastos a US$ 20 por dia, o equivalente a R$ 98 na cotação atual. Ele passou 17 dias em média em cada país e determinou a regra de estar, ao menos, por 24 horas em cada um deles, como foi o caso da Cidade do Vaticano, considerado o menor país do mundo.
“Tenho que passar no mínimo 24 horas em um país. O que fiz não foi turismo, mas era como correr uma maratona ou ir à lua”, brincou Pedersen. “É uma conquista. Muito do meu tempo foi gasto em ônibus e trens", explicou.
Ele contou que foi muito difícil não depender das viagens aéreas e que, para cumprir seu objetivo, entrou em 351 ônibus, 158 trens, 43 tuk-tuks, 37 porta-contentores, 33 barcos, nove caminhões, três veleiros, dois navios de cruzeiros, uma carruagem, um carro de polícia e um iate. Além disso, também circulou de moto, táxi, metrô, microônibus e bonde.
“A viagem de ônibus mais longa foi de 54 horas em um único ônibus no Brasil. O sol se pôs duas vezes sobre mim. A viagem de trem mais longa durou cinco dias na Rússia. Gostei bastante de [viajar] 27 dias no navio, me deu tempo para ler e me exercitar, e vimos baleias. Foi uma bela jornada", lembrou.
Durante a pandemia da Covid-19, ele precisou ficar de quarententa e teve problemas com o passaporte em Hong Kong, o que atrasou a viagem em dois anos.
Thor era recém-casado com Lee Pedersen quando partiu rumo ao mundo e os dois conseguiram se ver apenas 27 vezes durante esses nove anos, sete meses e 13 dias que esteve viajando.
“Minha esposa não queria atrapalhar algo que eu queria fazer, mas ela estava em conflito porque preferia estar construindo uma vida comigo, acordando ao meu lado e segurando minha mão. Ela tem sido incrível, é um grande apoio e tivemos experiências únicas juntas em todo o mundo", comemorou.
“Ficava mais difícil a cada vez que ela vinha nos visitar, deixá-la no aeroporto me partia o coração todas as vezes”, continuou. “Eu odeio voltar para um hotel onde ficamos e ser o único no quarto ou andar por uma rua por onde passamos. Tornou-se muito difícil".
Pedersen finalizou suas viagens nas Ilhas Maldivas, mas só vai conseguir ficar perto de Lee de uma vez por todas em julho, quando voltará para casa. Pedersen revelou que não planeja voltar ao antigo emprego e deve escrever um livro sobre sua experiência.
As imagens obtidas durante a viagem também vão ser reunidas em um documentário ainda sem previsão de estreia.
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