Marco Brotto em frente à aurora boreal
Marco Brotto
Marco Brotto em frente à aurora boreal

Consideradas um dos fenômenos naturais mais bonitos que existem, as auroras boreais são resultado do comportamento do sol na atmosfera da Terra. Quando partículas emitidas pelas tempestades solares tocam os polos do planeta, elas reagem aos gases atmosféricos e  colorem o céu com uma incrível dança de luzes coloridas que atraem turistas do mundo inteiro.

A temporada de visualização de auroras boreais em países do hemisfério norte está intensa e com inúmeros relatos de brasileiros que conseguiram presenciar as luzes do Norte. Há relatos, inclusive, de auroras pulsantes, um tipo de aurora boreal que, no lugar de remeter a uma cortina, pulsa como um coração.

Nasa noticiou que o planeta está iniciando o período de máxima solar, um ciclo que durará em média 11 anos, em que a atividade do sol aumenta e diminui. Com isso, aumentam também as chances de visualização da aurora boreal.

Com a ajuda do brasileiro Marco Brotto , conhecido como “O Caçador de Aurora Boreal” , e especializado em levar grupos para expedições dessa natureza, muitos turistas o procuram para presenciar ao vivo a beleza das auroras boreais. “Só na temporada que corre agora, já foram 100 dias rodando países como Islândia, Noruega, Estados Unidos, Finlândia, todos com excelente visualização da aurora”, relata ele.

Brotto detalha para quem deseja visualizar a aurora boreal, que os meses de setembro a abril são os melhores.  Por este motivo, ele organiza expedições nesse período, mas enfatiza que não é uma resposta tão simples, porque é preciso saber a latitude e a longitude de onde você estará para determinar o período de escuridão.

Com mais de dez anos de experiência e mais de 110 expedições com sucesso de visualização do fenômeno, o aventureiro conta que é preciso estudar o fenômeno antes de embarcar em uma viagem dessas. “Tudo isso me deu uma bagagem muito grande para entender onde e quando temos chance de contemplar o fenômeno”, conta Brotto.

Para quem deseja entender melhor sobre o fenômeno ou até experienciar ele ao vivo, ele aconselha ler bastante sobre o assunto e, após isso, buscar uma pessoa de confiança para seguir o caminho da aurora. “Hoje, na internet, existem muitas informações erradas e distorcidas. Isso acaba confundindo ainda mais a cabeça de quem não tem experiência no assunto”, argumenta.

Os grupos de turistas conduzidos por Brotto são compostos de todo perfil de viajante, desde famílias com crianças até aventureiros da terceira idade. Destaque para as mulheres, de todas as faixas etárias, que muitas vezes formam maioria nos grupos e carimbam o passaporte várias vezes para ver as auroras.

Natascha Ronconi em meio a aurora boreal
Marco Brotto
Natascha Ronconi em meio a aurora boreal

É o caso da advogada Natascha Maia Ronconi, de 49 anos, que em 2022 realizou sua terceira expedição com Brotto. “Mais uma vez foi maravilhosa. Graças à competência e dedicação do Marco, estávamos no lugar certo e hora certa e vimos a aurora mais espetacular de todos os tempos”, relembra.

Outro relato constante entre os que querem visualizar a aurora boreal é de que é uma “viagem dos sonhos”, realizando desejos lá da infância. Segundo Brotto, ainda há expedições programadas para este início de 2023, para Islândia, Noruega e Finlândia.

A visualização não é garantida

Aurora boreal no céu
Marco Brotto
Aurora boreal no céu

Brotto conta que mesmo estando em um destino propício do Círculo Polar Ártico , como Rússia, Noruega, Finlândia, Suécia, Islândia, Groenlândia, Canadá e Estados Unidos (Alasca) , que as chances são praticamente as mesmas para visualização da aurora boreal, não é garantido que o turista visualize, se não souber a melhor época do ano ou o melhor ponto do local.

“A maioria das pessoas que vêm ao Ártico não avistam a aurora. A grande maioria acaba voltando sem ter uma experiência satisfatória. Até porque cada pessoa tem uma sensibilidade e uma maneira de ver o fenômeno”. Por isso muitos brasileiros optam por viajar com ele, pois o especialista garante mais conforto e chances de ver o fenômeno.

Ele afirma que já visualizou diversos tipos de auroras boreais, como a arco e pulsante. A pulsante ele deu esse nome devido a uma sugestão de um passageiro, mas depois ele descobriu que na literatura já usavam esse nome. “As auroras pulsantes são mais raras , vi no máximo 10 a 15% das vezes. Mas as auroras boreais, no geral, impressionam com as mudanças de cores e formas, é mágico”. Já a aurora de arco é a mais comum de todas. Ela recebe esse nome, pois é possível observar um arco completo no céu.

Perigos

Como os lugares são frios, já causa um pouco de medo, mas o principal medo é a neve, porque as estradas ficam extremamente escorregadias, podendo resultar em acidentes. Por isso, ele também não recomenda dirigir nas estradas sozinho, pois podem ser superperigosas.

“Não recomendo que as pessoas façam essa busca sozinhas. É perigoso, o frio pode ser traiçoeiro e nem sempre é tão simples achar uma aurora no céu. Além disso, dirigir na neve é muito perigoso e pode colocar a própria vida em risco e a dos outros também. Então, a melhor coisa é ir em grupo, com alguém experiente e não se aventurar sozinho” , alerta.

Serviços e valor de uma expedição

Aurora boreal no céu
Marco Brotto
Aurora boreal no céu

Brotto explica que seus funcionários são altamente qualificados e desde o primeiro contato, eles verificam o que eles têm de enxoval para fornecer desconto e assessoria na compra de produtos ou aluguel aos turistas.

As expedições são completas e abrangentes, além das “caçadas”, o tour também garante experiências de oito ou nove noites. “Agregamos experiências culturais e até mesmo esportivas, como o trenó na neve , o que torna tudo muito lindo e a parte comercial passa a ser mínima, perto da felicidade de compartilhar essa experiência”, diz.

Mas, como em toda viagem, você terá alguns custos que deixam a viagem mais barata ou mais cara. As expedições com Marco Brotto, com uma média de nove noites no local — um período razoável e com a maioria dos serviços inclusos — sai por R$ 38 mil.

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** Julio Cesar Ferreira é estudante de Jornalismo na PUC-SP. Venceu o 13.º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão com a pauta “Brasil sob a fumaça da desinformação”. Em seus interesses estão Diretos Humanos, Cultura, Moda, Política, Cultura Pop e Entretenimento. Enquanto estagiário no iG, já passou pelas editorias de Último Segundo/Saúde, Delas/Receitas, e atualmente está em Queer/Pet/Turismo.

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