Com o avanço dos programas de imunização em todo o globo, as pessoas estão voltando a buscar alternativas de viagem. No entanto, mesmo com diversos países tomando fortes medidas de restrição, o medo do vírus ainda é bastante presente. Segundo a especialista Carolina Sass de Haro, sócia-diretora da Mapie e curadora do Tendências360, a partir de 2022 haverá uma retomada no turismo de lazer, mas a princípio com foco maior em destinos nacionais.
Além disso, ela também explica sobre o que os viajantes ponderam antes de escolher a próxima viagem. “Identificamos que os viajantes continuam atentos aos protocolos higiênicos sanitários, especialmente o uso de máscaras em meios de transporte e critérios mais rigorosos de higienização nos meios de hospedagem”, diz.
Medo de viajar
A especialista explica que o medo de viajar existe, mas é diferente do começo da pandemia. No começo, as pessoas temiam a doença, a transmissão, a exposição da família. Hoje, esse medo ainda está presente, porém vem sendo substituído pelo receio de que a experiência não seja proveitosa por conta das restrições. “Vemos que ainda há bastante preocupação, que deve diminuir significativamente após a vacinação em massa”, diz.
Paisagens naturais
De acordo com Carolina, o turismo de sol e praia era o favorito dos brasileiros antes da pandemia e continuará assim na fase pós-vacina. Ela também pontua que houve um crescente interesse em locais que possuem atrativos naturais, e essa modalidade continuará crescendo.
As praias do nordeste são preferência dos brasileiros, antes e depois da pandemia. Em seguida, estão as cidades de serra e montanha, como Gramado, no Rio Grande do Sul. Nos próximos semestres, esses serão os pontos turísticos mais buscados.
Turismo Sustentável
A modalidade já era uma tendência observada na pré-pandemia, sinaliza a especialista. Contudo, como tantas outras, foi acelerado por conta da crise sanitária. “Viajantes estão mais conscientes sobre o impacto do seu consumo de forma geral e isso se estende para as viagens. Principalmente os mais jovens, millennials e Zs, enxergam com bastante responsabilidade o seu papel no consumo e estão buscando alternativas menos impactantes para o futuro do planeta”, explica.
Na Europa, a discussão sobre a importância de um turismo mais sustentável foi muito ampliada durante a pandemia. Para Carolina, veremos cada vez mais iniciativas neste sentido, como por exemplo, companhias aéreas reduzindo ou limitando muito sua oferta de voos curtos.
Viagens Multigeracionais
Carolina elucida que a principal tendência pós-vacina será a chamada viagem multigeracional, que consiste em reunir membros de diversas idades da família para poder celebrar a oportunidade de voltar a se encontrar. “Para isso, é preciso que produtos turísticos estejam preparados para atender necessidades e desejos diferentes vindos de uma mesma família”, diz.
Slow Travel
No mais, viagens para escapar irão continuar crescendo. Muito associadas ao slow travel e também ao nomadismo digital, são viagens com objetivo de relaxar. O contato com a natureza é maior e há mais integração autêntica com o destino. A ideia é permanecer mais tempo em um único lugar ao invés de conhecer várias cidades na mesma viagem.
Viagens de Negócios
Por último, a especialista explica que haverá uma transformação importante nas viagens de negócios, consequência da mudança da forma de trabalhar. Com o modelo de trabalho remoto ou híbrido, as viagens podem acontecer enquanto se trabalha.
Com isso, o trabalhador irá adquirir multipropósitos e fortalecer o chamado bleisure, junção das palavras inglesas business (negócio) e leisure (lazer). Com isso, produtos que antes tinham foco em atender a um cliente somente da perspectiva corporativa, agora também deverão ampliar sua oferta, com mais foco em momentos de lazer, saúde e bem-estar.