Síndrome da cabana
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Síndrome da cabana




A pandemia gerada pelo coronavírus trouxe diversos medos e incertezas à população e, com ela, a tensão e o estresse causados pela pandemia trouxeram à tona um novo problema: a síndrome da cabana nos viajantes. Ela é uma expressão que caracteriza pessoas que saíram do isolamento social e voltaram para a vida em sociedade. Pessoas nesta condição podem apresentar quadros de irritabilidade, estresse e medo.

O termo não é novidade e surgiu por conta de habitantes de locais de frio intenso que são obrigados a ficar em casa por longos períodos de tempo. A volta à rotina normal, porém, pode ser difícil e desconfortável. “Trata-se de uma condição de negatividade, aversão e desconfiança originada pelo longo período de isolamento social”, explica a psiquiatra Gabriela Albertini.


Como está relacionada aos turistas

A especialista ainda comenta que existe a possibilidade de aumentarem os casos desta síndrome depois a pandemia, pois o cenário atual acometeu as pessoas de forma abrupta e inesperada. "Em poucas semanas, toda aquela normalidade com a qual estávamos habituados mudou por completo. O retorno ao convívio social, com trânsito, transportes públicos, prédios comerciais e grandes eventos, exigirá uma nova adaptação”, opina. 

O medo excessivo de viajar que pode vir a surgir nas pessoas, mesmo quando a pandemia acabar, vem do medo da contaminação do vírus. “Acredito que esse medo será superado de forma gradual. Por exemplo, iniciando com viagens a locais mais próximos ou com o apoio e transparência das agências de viagens, companhias aéreas e redes de hotéis, que certamente apresentarão suas políticas de cuidado com a saúde dos clientes. Com o passar do tempo, e cessando o cenário pandêmico, haverá maior segurança para viajar”. 

Quais são os sintomas?

Este distúrbio tem alguns sintomas bem parecidos com os da síndrome do pânico, mas a grande diferença é que, na primeira, a pessoa fica angustiada e deprimida por estar dentro de um isolamento, enquanto que no segundo caso, a pessoa se sente mais segura quando está sozinha.

  • tristeza persistente;
  • taquicardia;
  • sudorese;
  • tontura;
  • falta de ar
  • sentimento de angústia;
  • falta de motivação;
  • irritabilidade;
  • dificuldade de concentração;
  • dificuldade para dormir ou excesso de sono;
  • perda ou ganho de apetite;
  • inquietação;
  • desconfiança das pessoas.


Ter parte dos sintomas ou a maioria deles não significa que a pessoa esteja com a síndrome, então o ideal é procurar por um terapeuta para que ele possa avaliar se há um distúrbio ou se é algo normal.

Como voltar ao “normal”?

Gabriela explica que o primeiro passo é evitar uma autocobrança para “estar bem”. Como cada indivíduo possui o seu ritmo e particularidade, é importante respeitar o processo de cada um. A retomada deve ser realizada cumprindo sempre as medidas protetivas recomendadas pelos órgãos competentes.

Se surgir insegurança ou ansiedade, estar com pessoas de confiança pode ser uma boa estratégia. “É importante dar um passo de cada vez. Contudo, ao perceber sintomas como insônia, aperto no peito, taquicardia, dentre outros, que trazem um desconforto capaz de trazer prejuízos para a vida, recomenda-se buscar ajuda profissional especializada”.

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