Passamos quase duas semanas nos Emirados Árabes Unidos e chegou a hora de irmos para o sudeste asiático. Nunca tínhamos vindo para o outro lado do mundo antes e estamos muito animados com a viagem. Não existe voo direto para chegar em Hong Kong, então uma conexão fará parte do roteiro e esse local de parada depende da companhia aérea. Como viemos de Abu Dhabi, o voo foi direto e durou mais ou menos 8 horas.
+ Descubra os melhores pontos turísticos que você precisa visitar em Dubai
Hong Kong é uma cidade cantonesa no sul da China com uma das maiores densidades demográficas do mundo, uma forte economia e com influências britânicas, herdadas da colonização inglesa que se deu no século 19. Ao longo da viagem fomos notando muito essa presença britânica na cidade, como o chá.
A chegada em Hong Kong já é repleta curiosidade, começando pelo aeroporto, que hoje fica retirado da cidade, considerado o maior aeroporto do mundo e traz uma história interessante que pouca gente conhece.
Ele substitui um dos maiores ícones de Hong Kong, o antigo Aeroporto de Kai Tak , que se localizava no coração da cidade e, por isso, corria muito risco de aviões baterem nos altos prédios ao seu entorno, fato que o colocou no topo da lista dos aeroportos mais perigosos do mundo. Essa era uma boa razão para a mudança rápida de local, mas o problema é que a área da cidade já estava toda ocupada. Então veio a dúvida de onde colocar o novo aeroporto.
A solução foi ampliar a ilha de Chek Lap Kok, que se tornou praticamente uma ilha nova artificial para abrigar toda a construção do novo aeroporto. Quando ele foi finalmente inaugurado, não existia uma malha de transporte para conectar a ilha ao continente, então por alguns meses foram usados barcos nesse trajeto. Hoje a opções para chegar até o aeroporto são muitas. O que aconteceu com o antigo Kai Tak? Hoje ele se transformou em uma vila olímpica.
Primeiro contato com a cidade
Chega de história, vamos voltar ao nosso primeiro contato com Hong Kong. Acabamos de desembarcar e é hora de entender como funciona o sistema de transporte. Como dissemos antes, o aeroporto fica retirado da cidade e se leva em torno de 40 minutos para chegar ao centro, isso se for de metro, pois o intenso trânsito de Hong Kong pode aumentar a viagem de carro para mais de 2 horas.
Metro é a melhor opção
Nossa primeira preocupação era entender como se usa o metrô, mas logo na saída do aeroporto já encontramos uma base da MTR, empresa que opera o transporte sobre trilhos da cidade. É muito fácil, principalmente depois que descobrimos que os atendentes também falam inglês.
Basicamente existe um cartão de metro que é carreado com créditos, uma espécie de bilhete único , e o valor do trajeto de ida e volta do aeroporto ao centro da cidade é exclusivo, não sendo gasto nas outras corridas que forem feitas ao longo da viagem. E o mais legal é você compra esses créditos por dia de uso. Como ficaremos 5 dias por aqui, compramos por esse tempo.
Existem, claro, outras opções de transporte, mas nenhuma delas é tão boa, eficiente e barata quanto o metro. Alugar carro pode não ser uma boa ideia, pois além do trânsito ser horrível, o valor é muito alto e lá é mão inglesa, o que pode confundir muito as coisas. Não ache que mudar a marcha com a mão esquerda seja o único problema! Taxi e Uber também são muito caros então não é recomendável. Com um transporte público tão eficiente, esse é o caminho mesmo.
Você viu?
Moeda local
Depois de uma breve explicação sobre o sistema de transporte público e o cartão de metro comprado, é hora de dar uma passadinha na casa de câmbio. A moeda oficial é o dólar Hong Kong . Apesar de fazer parte da China, a cidade é tão independente que até sua moeda é diferente.
Hoje a cotação está em torno de 40 centavos de real para cada dólar de Hong Kong. Um fato interessante sobre o dinheiro é que cada banco emite sua própria cédula, então é comum vermos notas do mesmo valor com formatos e desenhos diferentes com o nome do banco explicitamente estampado.
+ Safari, dança e mais: por que o deserto de Dubai é um destino tão esplendoroso
Como se comunicar?
Quase tudo pronto para sairmos do aeroporto. Faltava só um item que consideramos importante em cada viagem, a comunicação. Sempre que chegamos em um novo país a primeira coisa que procuramos são as operadoras locais. Acho que a cidade já é bem famosa por ter internet rápida e barata, além de ser fácil de encontrar um revendedor de chips GSM.
A empresa realmente não importa muito, pois todas são boas e com um bom preço. Com mais ou menos 70 dólares de Hong Kong, equivalente a uns R$ 30, você pode ter internet de alta velocidade por uma semana, mais ligações locais, o que pode ser útil em alguns momentos. O único perrengue que passamos foi para ativar o chip em nossos celulares. As instruções de ativação na embalagem do chip até estavam em inglês, mas toda mensagem de códigos que recebíamos estava em chinês! Precisamos então ir até o balcão de uma loja para pedir ajuda de uma pessoa com quisesse nos ajudar e finalmente conseguir a ativação. Mais tarde descobriríamos que muitos hotéis disponibilizam um smartphone para os hóspedes que podem ser usados como roteador do seu próprio celular.
Pronto, ufa! Tudo definido, podemos finalmente sair do aeroporto e ir para o nosso hotel, afinal um voo noturno de 8 horas é bem cansativo e precisamos de uma cama. Logo que chegamos na plataforma do metro já vemos o quanto o transporte público daqui é evoluído, pra começar pela limpeza. Existe uma divisão de vidro entre a plataforma e os trilhos, o que evita risco de acidentes, diminui a poluição sonora e mantem a limpeza dos trilhos. Dentro do vagão muito espaço para as malas, pois essa é uma linha especial do aeroporto, e claro, ar condicionado, afinal o clima aqui é bem húmido e quente.
Tudo em inglês
A princípio pode parecer loucura usar o transporte público em uma cidade que se fala uma língua que não fazemos ideia de como entender, mas tudo está em inglês, inclusive os nomes das estações e o avisos sonoros de parada em cada uma delas.
Vimos no mapa que deveríamos fazer duas baldeações, uma para sair da ilha do aeroporto e a outra para entrarmos de fato na linha que nos leva ao hotel, que fica literalmente do outro lado da cidade. Na primeira parada o caminho foi um pouco longo de uma linha a outra, até ficamos um pouco perdidos, mas na segunda percebemos o quanto esse sistema é planejado. Pra você ter uma ideia as baldeações são feitas na mesma plataforma, ou seja, basta sair de um trem, atravessar a plataforma e subir no outro trem, que continua no mesmo sentido que você estava, mas em outra linha. Como faz na volta então? Fácil! Basta descer na estação seguinte, que segue a mesma ideia mas para o caminho contrário.
Outro fato interessante que vimos é a lotação do metro e organização das filas
. No horário que chegamos não estava tão cheio nas estações por onde passamos, mas durante a viagem pegamos hora do rush e foi possível presenciar o quanto eles se preocupam com isso. Em todas as plataformas tem mais de uma pessoa da estação com um microfone na mão direcionando os passageiros, uma espécie de guarda de trânsito. Em cada porta da plataforma que liga aos vagões tem mais um desses guardas com uma placa na mão dizendo até quantas pessoas podem entrar naquele trem. Perdeu o metro porque estava muito lotado ou porque desceu na plataforma e ele tinha acabado de sair? Não tem problema, um novo trem chega nessa linha em menos de 1 minuto. Pois é! É tão rápido que nem da pra perceber que saiu um e chegou outro.
Nossa primeira impressão de Hong Kong já nos fez pensar que teremos uma excelente estadia nessa cidade repleta de experiências interessantes.