3 Chinas dentro da mesma China
Reprodução/Vitor Vianna
3 Chinas dentro da mesma China

Provavelmente nem imaginava que existem três “Chinas” dentro da mesma China. Pois é! E na hora de viajar, precisa ficar muito ligado, porque, inclusive, você vai precisar passar por imigração quando estiver saindo de uma para outra.

Quando falamos em três Chinas, estamos falando da China Continental, Hong Kong e Macau. Oficialmente é tudo a mesma nação, mas a experiência do turista é completamente diferente em cada uma, desde internet e aplicativos até idioma, transporte e pagamento.

China Continental 

É a parte principal da China, governada diretamente por Pequim, com cidades como Pequim, Xangai, Shenzhen, Chengdu, Xi’an e Guangzhou. É a “China do passaporte, das regras”, o território onde valem as políticas mais rígidas de internet, aplicativos bloqueados, uso de VPN e controle mais fechado de entrada de turistas. Tudo que a gente normalmente imagina quando pensa em “China” está ali: governo central, mandarim como língua oficial e sistema econômico e político controlado pelo Estado. Até a barreira do idioma pode ser um desafio: mesmo em hotéis de grandes cidades como Pequim e Xangai, falar inglês é raro, pois eles só irão falar mandarim com você, por isso, o uso do Google Tradutor é indispensável!

Hong Kong

A cidade tem uma história completamente diferente da China Continental. No século XIX, depois da Primeira Guerra do Ópio, a China perdeu Hong Kong para o Reino Unido. A região ficou sob domínio britânico por mais de 150 anos, com leis próprias, moeda própria e cultura muito influenciada pelo Ocidente. Em 1997, Hong Kong foi devolvida à China com um acordo chamado “um país, dois sistemas”. Isso significa que Hong Kong voltou a ser China, mas manteve autonomia em diversas áreas, como economia, leis, imigração e liberdade de internet, pelo menos até 2047. É por isso que lá se fala inglês com mais facilidade, os aplicativos funcionam, o Uber existe e a sensação é de estar em outro país, mesmo estando dentro da China.

Macau

A cidade também voltou para a China, mas com uma história ligada a Portugal. Os portugueses chegaram ali em 1557 e administraram o território por mais de 400 anos, muito antes de o Brasil existir como país independente. Em 1999, Portugal devolveu Macau à China, também com o acordo de “um país, dois sistemas”. Por causa dessa herança, as placas das ruas estão em português, o idioma português ainda é oficial e a cidade tem uma mistura única de cultura chinesa com arquitetura europeia, igrejas, azulejos e muita influência lusitana. Hoje, Macau também funciona com fronteira própria, moeda própria e um setor de turismo enorme, especialmente por causa dos cassinos.

No fim das contas, quando você compra uma passagem “para a China”, na verdade está decidindo qual dessas três experiências quer viver, e como vai transitar entre elas sem ser pego de surpresa com visto, idioma, aplicativos e internet.

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