
Se você está planejando uma viagem ao Peru, é importante entender que o país tem grandes variações de altitude , e isso pode impactar diretamente sua experiência. Eu mesmo já presenciei vários casos de pessoas perderem a viagem inteira por conta disso.
Lembrando que quem pretende visitar Lima pode ficar tranquilo: a capital peruana está praticamente ao nível do mar, portanto não há qualquer risco de sentir o mal de altitude. Mas a história muda completamente quando o roteiro inclui Cusco ou Machu Picchu. A cidade de Cusco está a 3.400 metros de altitude, e é justamente lá que a maioria dos viajantes começa a sentir os efeitos da falta de oxigênio (eu quer estou lá todos os anos não me recordo de nenhum ano que não tenha sentido nada). Já Machu Picchu, embora mais baixa (em torno de 2.400 metros), exige deslocamentos de trem e subida, o que pode gerar algum desconforto, especialmente nos primeiros dias.Agora, se o seu roteiro inclui passeios como a Montanha Colorida (Vinicunca) ou a Laguna Humantay, prepare-se: essas atrações estão entre 4.200 e 5.000 metros de altitude, e por isso devem ser deixadas para o final da viagem, quando o corpo já estará mais adaptado.Entre as principais recomendações para evitar o mal de altitude estão:- Descansar nos primeiros dias e evitar esforços físicos intensos.
- Beber bastante água e evitar bebidas alcoólicas nas primeiras 48 horas.
- Tomar medicamentos específicos, como o Soroche Pills ou o Diamox (sempre com orientação médica).
- Consultar o seu médico antes da viagem, especialmente se você possui problemas cardíacos, respiratórios ou de pressão.
- E se tem uma recomendação que considero fundamental para quem vai a Machu Picchu, é fazer um bom seguro viagem. De todos os casos de mal-estar que já presenciei nesses mais de 14 anos acompanhando grupos, todos foram solucionados graças ao seguro. Já presenciei o médico do seguro indi até o hotel para prestar o atendimento e, quando necessário, o viajante foi encaminhado a um hospital com toda a cobertura. Com isso não se brinca, ainda mais em um roteiro tão delicado e específico como o do Peru. Fazer um bom seguro é imprescindível, é o tipo de precaução que ninguém quer usar, mas que faz toda a diferença quando se precisa.
Como profissional de turismo e que viajo com grupos para aquela região há mais de 14 anos, posso garantir que o mal de altitude não escolhe idade nem preparo físico. Já vi idosos não sentirem absolutamente nada e jovens passarem muito mal. Em uma das viagens, inclusive, um médico que viajava conosco descobriu um problema de saúde sério justamente por conta da altitude, e precisou ser levado de emergência para Lima, onde o oxigênio é normal. E isso aconteceu no início da viagem, ou seja, ele (e sua namorada) perderam toda a viagem!
Percebo que muita gente chega em Cusco com uma ansiedade enorme de querer conhecer tudo no primeiro dia, caminhar, bater perna, fazer todos os passeios de uma vez. Mas essa é justamente a atitude que mais leva os viajantes a passarem mal. O ideal é ir com calma. É muito melhor “perder” um dia de viagem para deixar o corpo se adaptar à altitude do que comprometer toda a experiência. Nosso organismo precisa de tempo para se aclimatar, e forçar o ritmo logo na chegada pode causar um mal-estar sério, exigindo até atendimento médico ou retorno antecipado, como já presenciei em algumas viagens.
Portanto, se você vai conhecer o Peru, vá com calma nos primeiros dias. Caminhar por Cusco já se torna cansativo, mesmo para quem está acostumado a se exercitar. Aproveite esse primeiro dia apenas para trocar dinheiro em casas de câmbio, almoçar ou jantar em algum restaurante e descansar! Seu corpo vai agradecer, e você aproveitará muito mais sua viagem a Machu Picchu e às belezas do Vale Sagrado dos Incas.