Localizado na zona sul de São Paulo, o Aeroporto de Congonhas, o mais antigo do Brasil em voos comerciais, completará 90 anos em 12 de abril de 2026. Desde a sua inauguração, em 1936, o terminal se consolidou como um dos principais polos da aviação brasileira, conectando milhões de passageiros e movimentando a economia da capital paulista.
Como o Aeroporto de Congonhas se tornou um ícone da aviação nacional?
O aeroporto nasceu como alternativa ao Campo de Marte, na zona norte da cidade, que sofria com constantes enchentes. Sua primeira pista, utilizada para voos experimentais, foi inaugurada em 12 de abril de 1936, em uma região ainda considerada rural, próxima à atual Avenida Washington Luís, então chamada de Auto Estrada Santo Amaro.
Embora o Campo de Marte continue em funcionamento, atualmente voltado para aviação geral, Congonhas se consolidou como um dos principais aeroportos comerciais do Brasil, focado em voos domésticos e regionais, desempenhando um papel fundamental na aviação paulistana.
Ao longo das décadas, Congonhas passou por sucessivas reformas e modernizações. Na década de 1940, ganhou terminal de passageiros e torre de controle, e a pista principal foi ampliada e pavimentada nos anos 1950. O aeroporto também recebeu voos internacionais, com companhias como Pan Am, Air France e Aerolíneas Argentinas, até que a inauguração do Aeroporto de Guarulhos, em 1985, transferiu grande parte desses movimentos.
Com essa mudança, Congonhas passou a se especializar em voos domésticos e regionais, enquanto Guarulhos se firmou como o principal hub internacional da Grande São Paulo. Essa reorganização contribuiu para uma distribuição mais eficiente dos voos e para o crescimento da aviação paulista.
A famosa Ponte Aérea Rio-São Paulo, estabelecida em 1959, consolidou Congonhas como referência em transporte aéreo nacional, ligando diariamente dezenas de voos entre os dois principais centros econômicos do país.
Investimentos bilionários e o aeroporto do futuro
Hoje administrado pela Aena Brasil, o aeroporto passa por um projeto de modernização que deve transformar a experiência dos passageiros . Com um investimento de R$ 2,4 bilhões, as obras incluem a construção de um novo terminal de passageiros que dobrará a área atual, passando de 45 mil m² para 105 mil m², e contará com 37 posições para aeronaves, sendo 19 com pontes de embarque.
No último dia 24 de setembro, o terminal recebeu ainda uma das maiores salas VIP do Brasil, com 1,1 mil m², capacidade para 283 passageiros e bar exclusivo com bartenders. O lounge representa um investimento superior a R$ 38 milhões, fruto de parceria entre Aena Brasil, Ambaar e Airport Dimensions.
Segurança e modernização
A segurança sempre foi prioridade em Congonhas. Desde 2021, a pista conta com revestimento especial de camada porosa de atrito (CPA) e o aeroporto possui o único sistema EMAS da América Latina, que desacelera aeronaves em caso de saída da pista. Com a modernização, o pátio de aeronaves será ampliado para 37 posições, aptas a receber modelos como Airbus A321neo e Boeing 737 Max 10.
Apesar de sua importância, o aeroporto também enfrentou tragédias. Em 17 de julho de 2007, um Airbus A320 da TAM não conseguiu frear na pista principal, atravessou a Avenida Washington Luís e colidiu com um prédio, resultando na morte de 187 pessoas a bordo e 12 em solo. O acidente levou a mudanças nas regras de operação do aeroporto, incluindo limitações de voos e distâncias de operação.