
A aviação voltou ao centro das atenções após uma série de incidentes recentes, reacendendo preocupações sobre a segurança nos voos comerciais. Embora estatísticas mostrem que viajar de avião é um dos meios mais seguros de transporte, especialistas alertam que os momentos mais críticos da viagem ocorrem durante a decolagem e o pouso.
Essas etapas foram justamente o cenário de alguns dos últimos acidentes, levando a Administração Federal de Aviação (FAA) e o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) dos Estados Unidos a abrirem investigações.
Entre os casos mais alarmantes, está a colisão entre um jato da American Airlines e um helicóptero Black Hawk em 29 de janeiro, no Aeroporto Nacional Ronald Reagan. Poucos dias depois, um voo da United Airlines precisou ser evacuado às pressas antes da decolagem devido a um incêndio no motor, e, em outro episódio, um jato Learjet 35A saiu da pista ao pousar, resultando na morte do piloto.
A deputada Bonnie Watson Coleman, de Nova Jersey, expressou a preocupação generalizada durante uma audiência com representantes do NTSB. “Muitos de nós, que sempre ouvimos que voar é a forma mais segura de viajar, estamos assustados neste momento”, declarou.
Apesar disso, especialistas garantem que a aviação continua altamente segura, destacando a importância dos treinamentos rigorosos e dos protocolos de segurança.

Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a maioria dos incidentes ocorre durante o pouso, que é considerado mais arriscado do que a decolagem. A analista de transporte Mary Schiavo explicou que aeroportos impõem uma pressão maior sobre pilotos e controladores de tráfego, e que há menos margem de manobra durante o pouso, tornando-o um momento crítico para colisões.
Para minimizar riscos, a FAA adota protocolos como a regra do "cockpit estéril", que proíbe qualquer conversa irrelevante abaixo de 3.000 metros de altitude, garantindo atenção total dos pilotos.
A eficiência dessas medidas foi comprovada recentemente quando um voo da Southwest Airlines quase decolou da pista errada no Aeroporto Internacional de Orlando, mas um controlador de tráfego aéreo conseguiu intervir a tempo e evitar um desastre.
A segurança nos céus também depende da evolução contínua dos procedimentos. Com as investigações em andamento, a FAA já começou a implementar mudanças, especialmente nas operações de helicópteros, enquanto especialistas reforçam que a responsabilidade pela segurança deve ser compartilhada por toda a indústria da aviação.