
A histórica Igreja de São Francisco, localizada em Salvador e popularmente conhecida como "igreja de ouro", está sendo submetida a um processo preparatório antes do início da aguardada reforma. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou nesta quinta-feira (13) que a elaboração do projeto de restauração está em andamento, embora ainda não haja uma data definida para sua conclusão.
A igreja permanece interditada desde o trágico desabamento parcial do teto, ocorrido no dia 5 de fevereiro, que resultou na morte da turista Giulia Panchoni Righetto , de 26 anos. O Iphan esclareceu que, antes da execução da reforma completa, serão realizadas a estabilização da estrutura, escoramento e limpeza emergencial. O objetivo é garantir segurança ao imóvel para que a restauração abrangente possa contemplar não apenas a infraestrutura do telhado e do forro, mas também as valiosas obras de arte e bens históricos integrados ao espaço.
De acordo com Leandro Grass, presidente do Iphan, o investimento inicial para a elaboração do projeto é de R$ 1,2 milhão, recurso já contratado antes do colapso do teto. No entanto, o custo total das intervenções estruturais e artísticas ainda está sob avaliação. O caso segue sob investigação da Polícia Federal, que assumiu integralmente o inquérito, antes conduzido conjuntamente com a Polícia Civil da Bahia.
Outras igrejas também interditadas
A tragédia na Igreja de São Francisco impulsionou uma série de vistorias preventivas em templos históricos de Salvador, resultando na interdição de outras seis igrejas católicas por questões estruturais. Entre elas estão:
Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem;
Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat;
Igreja dos Perdões;
Igreja de Nossa Senhora da Ajuda;
Igreja da Ordem Terceira do Carmo;
Igreja de São Miguel
Essas interdições foram baseadas em laudos técnicos elaborados pelo Iphan e pela Defesa Civil de Salvador, que encontraram riscos significativos nos edifícios. Conforme o levantamento realizado, muitas dessas construções sofrem com infiltrações, rachaduras, deterioração da madeira por cupins e outras fragilidades estruturais, agravadas pela falta de manutenção adequada.