Local ficará fechado até o final de maio
Brenno Carvalho / Agência O Globo
Local ficará fechado até o final de maio

Por 132 dias, o Copacabana Palace esteve irreconhecível. Grades protegiam a entrada na Avenida Atlântica, quartos não recebiam hóspedes, corredores não registravam o vaivém habitual de cariocas e visitantes em áreas comuns como piscina e restaurantes. Por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-coV-2), e pela primeira vez em seus 97 anos, o hotel fechou as portas.

A cerca de 1.500km dali, em Foz do Iguaçu, o Hotel das Cataratas vivia situação semelhante, mas com suas próprias peculiaridades, como a necessidade de erguer portas temporárias para conter a curiosidade de quatis e outros bichos.

Nesta quinta-feira (20), começa uma nova fase para ambos os empreendimentos do grupo Belmond no Brasil, com a retomada das atividades e a busca por um “melhor normal” que combine o conforto e a sofisticação com as medidas sanitárias impostas pelos novos tempos.

— Procuramos conciliar os protocolos locais com as diretrizes do grupo Belmond — conta a diretora geral, Andréa Natal, que permaneceu morando no hotel durante a quarentena, assim como outro ocupante ilustre, o cantor Jorge Ben Jor, que vive no Copa desde 2018. — Acredito que, neste momento, o destino seja o próprio hotel. Os hóspedes vão preferir ficar aqui a sair muito pela cidade. Temos que oferecer a eles um momento de relaxamento, mas em segurança.

Na terça-feira, munida de máscara e com produtos especiais de limpeza, a camareira Josemélia Pereira da Silva Tavares ajudava nos preparativos para esta nova fase, demonstrando como será a higienização dos quartos. Ela chegou a ficar três meses longe do hotel desde que ele fechou temporariamente, em 10 de abril. De um exército de mais de 230 funcionários, cerca de 35 ficaram encarregados de cuidar da manutenção e segurança neste período.

— Estava sentindo falta de ver hóspedes por aqui — conta.

Você viu?

— Vai ser minha primeira vez no hotel, e depois de permanecer cinco meses em casa.

No corredor que dá acesso à área externa do Copacabana Palace, um cartaz indica que os tempos são mesmo outros, com instruções como “respeite o distanciamento social” e “use o chuveiro antes e após usar a piscina”. Também informa que a capacidade máxima agora é de 50 espreguiçadeiras. Num primeiro momento, a regra é clara: menos é mais.

Os hóspedes ficarão nas suítes e apartamentos somente do prédio principal. O anexo estará fechado. Entre os restaurantes, o Pérgula já está funcionando, e o Cipriani e o Mee retornam apenas em setembro. Nas áreas privativas e comuns, a ideia é não exceder 50% da capacidade do hotel. Através de um novo aplicativo, será possível fazer check-in antecipado, indicar o que gostaria de ter no frigobar e conferir os serviços oferecidos pelo hotel (aquelas brochuras de papel nos quartos somem do mapa). E foram criados pacotes especiais para estimular a ocupação, que neste momento será majoritariamente de turistas domésticos.

No Hotel das Cataratas, que também reabre de forma gradual e com rígidos protocolos sanitários, o objetivo também é atrair mais brasileiros, que já respondem por 40% da ocupação (em primeiro lugar, estão os paulistas e, depois, visitantes da própria região no Paraná). Andrea Emmerling, diretora geral, acredita que os visitantes estrangeiros, de Europa, EUA e Ásia, só retornarão depois de abril e maio de 2021.

Entre os trunfos do hotel — que também fechou pela primeira vez — está a localização, dentro do Parque Nacional do Iguaçu, reaberto no dia 4. Cercado pela natureza e com vista garantida para as cataratas, o hóspede não precisa aglomerar, apenas contemplar.

— Sabemos que não será um caminho fácil, mas será desafiador — diz Emmerling.

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