A Turquia é um destino bem procurado pelos brasileiros, e o país oferece muitos locais turísticos repleto de história e curiosidades fascinantes. Nossa viagem pela Turquia começou por sua maior cidade, Istambul, a única cidade do mundo que fica em dois continentes, a Europa e a Ásia, dividida pelo Bósforo, um estreito que liga o mar de Mármara ao mar Negro.

O país é de maioria mulçumana, mas todas as religiões e culturas convivem pacificamente sem algum problema. Também não é um país caro, então é possível fazer uma viagem bem interessante por lá sem gastar muito dinheiro. A língua pode ser uma barreira na maioria dos lugares, mas no centro de Istambul e nos pontos turísticos conseguimos nos virar com o inglês.
Mas vamos deixar pra contar de Istambul uma outra hora, pois nessa viagem tivemos a oportunidade de conhecer uma região bem no centro do país, a Capadócia.
Göreme

Capadócia é uma área localizada na parte asiática do país, com uma formação geológica muito interessante, e é isso que torna o lugar diferente e encantador. Várias cidades compõem a região, e nós ficamos em Göreme.
Não é uma viagem longa partindo de Istambul, mais ou menos uma hora de voo, e logo que fomos nos aproximando da região avistamos o Monte Argeu, um vulcão inativo. As formações vulcânicas esculpidas pelo vendo chamam muito a atenção e são a base da cultura local. Isso porque como as pedras locais são muito arenosas e fáceis de esculpir, muitas delas se tornam casas.

Nossa primeira parada foi na cidade subterrânea. Ficamos encantando em saber como as antigas civilizações habitavam aquela região. Existem muitas cidades subterrâneas na Capadócia, e dizem que muitas ainda estão escondidas. O guia nos disse que uma grande população morava por ali, e o mais impressionante eram as técnicas usadas para ventilação e proteção contra invasores, principal motivo pelo qual as pessoas moravam nessas cidades.

Pois é, o lugar é um labirinto que só quem é de lá consegue se achar e saber por onde andar, por isso é muito aconselhável estar sempre acompanhado de um guia. Mas claro que para ajudar os turistas, os corredores tem placas indicando o caminho. Os moradores passavam muito tempo sem sair das cidades subterrâneas, então toda a estrutura necessária estava ali. Eles podiam estocar alimentos por mais de 4 meses.
Hotel

Saindo da cidade subterrânea fomos direto para o nosso hotel, no caminho fomos olhando a forma de construção da região. A maioria das casas, principalmente as mais antigas, são esculpidas nas pedras, então é muito comum vermos aquelas pedras altas e pontudas cheias de janelinhas, com roupas e fios pendurados.
Apesar da beleza, essas casas tem causado muitos problemas de saúde para a população, pois quem mora nelas acaba respirando partículas que se soltam das paredes e os problemas respiratórios se multiplicam. A tendência é que as famílias se mudem para casas modernas, mas espero que as casas continuem de pé para manter essa paisagem única!

Chegando em nosso hotel, para nossa surpresa, ele era todo esculpido na pedra, mas claro, com uma preocupação com a saúde dos hóspedes. Por ser todo esculpido, os quartos tinham tamanhos diferentes.
Nosso quarto até que era grande, e muito frio. Nos sentimos de novo na cidade subterrânea, com aquela temperatura de uma caverna. Isso acaba deixando o clima super diferente e gostoso, além de muito romântico, pois era um hotel muito frequentado por casais! Da sacada no nosso quarto tínhamos uma visão incrível da região da Capadócia e bem no horizonte era possível ver o monte Monte Argeu, um vulcão inativo.
Balão

Uma viagem pela Capadócia não está completa se não fizermos parte de sua principal atração: o passeio de balão. Passear de balão por lá é a melhor forma de ver toda essa paisagem de um ângulo incrível, fazer um passeio romântico e ainda aproveitar a paz desse voo.
Nunca tínhamos voado de balão antes e estávamos muito empolgados para ter a experiência. A única coisa chata, pelo menos para nós que não somos pessoas matutinas, é ter que acordar às 4 da manhã para pegar van que nos leva até o local de decolagem. Isso mesmo, o voo de balão normalmente acontece no nascer do sol , onde os ventos são bem calmos e o ar está mais frio.
Ele também pode ser feito no final da tarde, mas como além do balão o passeio oferece algumas outras coisinhas, eles programam para ser de manhã. Então, nada de ir dormir tarde no dia anterior!

Claro que às 4h da manhã acordamos com sono, mas fomos lá, firmes e fortes para experimentar nosso primeiro voo de balão. Chegamos no local e lá estavam eles, dezenas de balões sendo inflados.
Acompanhamos todo o processo, que demora quase uma hora e logo fomos para o nosso balão, acompanhados de mais umas 15 pessoas. Como eles eram gigantes e coloridos. O nosso era considerado pequeno, pois tem balões que carregam mais de 50 pessoas.

Quando decolamos já foi possível apreciar toda a paisagem, misturada com mais dezenas de balões no horizonte. Se o tempo estiver muito bom, passam de centenas deles pintando os céus da Capadócia. O voo é incrível, dura mais ou menos uma hora e é muito calmo e silencioso.
Tudo o que ouvimos é o maçarico aquecendo o ar, conforme o balonista precisa, ou seja, para ganhar altura ele acende, para perder altura ele espera o ar esfriar um pouco ou abre as velas no topo do velame do balão.
A grosso modo o balão não tem controle de direção, então o balonista precisa estar sempre atento a um possível local de pouso. Ele vai o tempo todo se comunicando com a equipe de terra, que nos resgada ao final do voo.
Depois de mais ou menos uma hora, chegamos ao fim do nosso voo e pousamos em um lugar que não fazemos ideia de onde seja. Assim que o pouso é feito, o balonista se comunica com a equipe de resgate e passa a posição exata do pouso. Nesse tempo de espere, fizemos o brinde de Champanhe, que não pode faltar ao final de cada voo de balão, uma tradição que surgiu na França no final do século XVIII.
Claro que ainda tivemos tempo para as fotos e ouvir as histórias do balonista, que falava um pouco de espanhol. O voo foi inesquecível e vale muito a pena. O tom romântico da experiência é muito presente e recomendamos esse passeio para casais apaixonados e aventureiros.
Love Valley

Mas o nosso passeio não acabava por aí. Depois de sermos resgatados, fomos tomar um café da manhã no Love Valley, um local que eu diria que carrega a paisagem mais conhecida da capadócia, impossível descrever, só mesmo pelas fotos! Nesse lugar tivemos um café da manhã acompanhado por outras pessoas que fizeram o passeio de balão com a gente.
O silêncio e a paz do local nós faz nunca querer sair dali. Essa é a vantagem de acordar tão cedo, depois de já termos aproveitado um monte, ainda era 7 horas da manhã! Ainda tivemos tempo para visitar o museu a céu aberto de Göreme, com construções esculpidas na pedra vulcânica e decoradas com afrescos da época do império bizantino. Um lugar recheado de história que vale a pena visitar.
Clima
O clima da Capadócia é quente e seco, e durante a noite fica bem fresquinho. Lembra um pouco o clima de deserto. O lugar é muito bom para visitar antes e depois do verão, nos meses de maio, junho, setembro e outubro, que já não é alta temporada então tende a ser mais barato. E pode ser apreciado pelos casais que pretende ter um período para relaxar.

Preços
É um lugar que oferece muitas opções de hotéis com preços bem variados, dos mais baratos aos mais caros. Vale a pena pesquisar. Voos de Istambul partem de duas companhias aéreas locais diariamente para o aeroporto de Nevsehir, que está a uns 10km de Görema, e um taxi liga as cidades sem muito custo.
Outra opção é ir para um aeroporto a 90km de Görema, em Kayseri, onde os voos são mais baratos. Também da pra ir de ônibus, mas é bem longe e demora umas 12 horas. O balão tem um custo um pouco salgado, cerca de 200 dólares por pessoa, mas se for reservado pela internet pode-se conseguir alguns descontos. Porém, ir para capadócia e não voar de balão é como se não tivesse ido.

Locais como esses museus e cidades subterrâneas são baratos. A verdade é que não tem como ir para a Turquia e não visitar essa região super curiosa e diferente de tudo aquilo que conhecemos. É um lugar único que vale a pena colocar nos próximos roteiros de viagem!
* Gisella e Fernando De Borthole são autores do site Sonho & Destino e escrevem às sextas no iG Turismo.