Como é saltar de paraquedas em Boituva, interior de São Paulo

Cidade no interior paulista é a Capital Nacional do Paraquedismo; veja como chegar e centros que realizam o salto

Foto: Malu Jansen
Como é saltar de paraquedas em Boituva, interior de São Paulo

Saltar de paraquedas era um dos primeiros itens na minha bucket list e não havia lugar melhor para fazer isso do que Boituva : a cidade a apenas 115km de São Paulo é nada menos que a Capital Nacional do Paraquedismo.

Depois de pesquisar os preços, fechei a aventura com a Wow Paraquedismo , um dos 14 centros que disponibilizam o salto em Boituva . Comecei entrando em contato com a empresa, que foi indicada pelo anfitrião da minha hospedagem, para tirar algumas dúvidas, já que até então eu não sabia nada sobre pular de aviões a 12 mil pés.

Não adianta ir na loucura do momento : é muito raro chegar até a empresa e encontrar vagas disponíveis para saltar na hora. A recomendação é reservar a experiência com dois meses de antecedência.

Para os iniciantes, a opção é o salto duplo, em que um instrutor profissional vai com você. O instrutor é responsável por toda a operação, como acoplar o equipamento de segurança, saltar do avião e abrir o paraquedas. Dessa forma, não é preciso se preocupar com nada – só estar atento às orientações de segurança.

Dentro do salto duplo, são três opções de pacote: apenas o salto, o salto com fotos e vídeos feitos pelo instrutor, e o salto com fotos e vídeos feitos por um cinegrafista externo, que saltará junto com você.

Só é possível saltar sozinho após fazer o Curso AFF ( Accelerated FreeFall ), que ensina noções básicas sobre a queda livre e sobre o salto de paraquedas. Há uma etapa teórica e uma etapa prática, que inclui sete saltos junto a profissionais. A Wow e outras empresas de paraquedismo de Boituva oferecem esse curso.

Como é o salto de paraquedas

Por sorte, no dia do meu salto não havia uma nuvem no céu. Cheguei com uma hora de antecedência, conforme a Wow pedia, e logo fui apresentada à equipe.

Acabei vestindo um macacão azul padrão, mas há mil e uma opções diferentes, todas apropriados para o salto, que incluem até fantasias de animais e super heróis.

Na sequência conheci o Igor, instrutor que me levaria nessa loucura. Primeiro, ele me passou todas as orientações de segurança, me explicou todas as partes do salto e qual era a postura que eu deveria me manter durante a queda livre. O mais importante era não inclinar o pescoço pra frente e manter as pernas dobradas pra trás.

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Logo, chegou o pequeno caminhão que leva da sede da empresa – que fica na extremidade do Centro de Paraquedismo – até o pequeno aeroporto. Uma curiosidade é que esse é o único aeroporto do Brasil que tem como propósito único a prática de paraquedismo. O caminhão vai parando de empresa em empresa, buscando os paraquedistas que iriam junto conosco na mesma aeronave.

A espera no aeroporto foi bem rápida, em um pequeno espaço que faz as vezes de uma mini sala de embarque. Engoli em seco enquanto lia a propaganda de seguros de vida, posicionada de mau gosto logo ao lado da porta que leva até a pista. Até que, ufa, nos chamaram.

A ficha ainda não tinha caído. O Igor me ajudou a subir no avião e o nervosismo só bateu de verdade quando a aeronave saiu do chão – como o avião balança! Para afugentar o frio na barriga, aproveitei para conversar com o instrutor. Descobri que ele nasceu e cresceu em São Paulo, mas depois de saltar de paraquedas, se apaixonou e se mudou para Boituva – não só para seguir com a profissão, mas para ter uma vida mais tranquila. Essa é uma história bem comum entre as pessoas com quem conversei quando estive na cidade.

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Quando o avião estabilizou sua altura, em torno dos 12 mil pés, o Igor me relembrou das principais orientações de segurança, que tinha me passado quando estávamos lá embaixo.

Logo, os atletas e paraquedistas solo começaram a se jogar do avião. Os que saltam em dupla vão por último, e logo Igor nos empurrou em direção à porta. Nunca vivi nada parecido com a sensação de me inclinar para baixo e encarar o céu imenso abaixo de mim – nem era possível ver o chão de onde eu estava.

Pensei que teria contagem regressiva ou um aviso amigável, mas quando vi Igor já tinha nos jogado em queda livre. O vento corta o rosto e os ouvidos trancam na hora, mas você só repara nisso depois, quando o paraquedas abre em um tranco.

O que eu não esperava era a sensação de relaxamento total durante o voo com o paraquedas aberto. A descarga de adrenalina já estava abaixando e Igor ia me mostrando diferentes bairros e regiões de Boituva e das cidades vizinhas. A paisagem é linda, já que a região é super plana e há muitos campos abertos – inclusive, o campo onde fica o centro e onde os paraquedistas fazem seu “pouso”.

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Do salto do avião até o momento em que os pés voltam a tocar a terra firme, são cerca de dez minutos no ar. Se pudesse resumir a sensação, diria que é quase como uma montanha-russa, que antes de embarcar dá um certo medo, mas quando termina a vontade é repetir e repetir.

A vista linda dos campos boituvenses Cássio Dourado/Unsplash

O meu salto estava marcado para às 11h e às 11h50 eu já estava de volta ao chão. Mas a empresa pede que os clientes se programem para passar até seis horas com a equipe. Esse aviso é para caso as condições climáticas atrapalharem a decolagem da aeronave. Como o dia estava lindo, não houve nenhum percalço.

Já estava pensando em quando saltaria de novo enquanto Igor tirava o paraquedas das minhas costas. Logo me despedi e voltei para devolver o macacão e buscar minhas coisas.

A atmosfera estava muito agradável, com vários paraquedas coloridos no céu – se você saltar aos fins de semana, também verá balões – e bastante gente ouvindo música e aproveitando o dia ensolarado. Por isso, digo que só de acompanhar do chão, a visita já vale a pena.

Poucos minutos antes, eu era um desses pontinhos coloridos Malu Jansen/Arquivo pessoal

Empresas que realizam o salto duplo

São 14 centros de paraquedismo que oferecem o salto duplo no Centro Nacional de Paraquedismo em Boituva . Os preços e condições para os saltos variam de empresa para empresa, mas em geral ficam em torno de R$ 450 e R$ 600 por pessoa. O preço também pode variar em função do dia da semana, já que há mais demanda para os saltos aos fins de semana. Veja uma lista com todos os centros:

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Como chegar

O Centro Nacional de Paraquedismo , em Boituva , fica a 115 km de São Paulo . O trajeto até lá leva em torno de duas horas por meio da Rodovia Castelo Branco. O aeroporto mais próximo é o de Viracopos, em Campinas. De lá, são 95 km até Boituva , trajeto que costuma ser feito em uma hora.

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