
Acordar na Serra Gaúcha é abrir a janela para um cartão-postal. A névoa leve que cobre as montanhas pela manhã, o cheiro de terra úmida e o som distante da Maria Fumaça cruzando os vales dão o tom: este não é um lugar para ter pressa.
Em Bento Gonçalves (RS), a capital brasileira do vinho, o tempo parece ser medido de outra forma. Lá, as pessoas ainda se cumprimentam nas ruas e o orgulho do sotaque italiano está em toda parte. É um destino que aprendeu com os antepassados a transformar uvas em grandes histórias e o trabalho duro em hospitalidade.
O iG Turismo preparou um roteiro para quem busca conhecer as maravilhas da cidade.
O Coração da Serra: um brinde no Vale dos Vinhedos
O agito de Bento Gonçalves (RS) está, sem dúvida, nas vinícolas. O Vale dos Vinhedos é o epicentro, mas não o único. Pequenas propriedades familiares dividem espaço com gigantes do mercado.
Cada visita oferece uma experiência única. Na época da colheita, que geralmente acontece entre janeiro e março, a cidade se transforma. O ar fica impregnado com o perfume doce das uvas maduras e turistas se misturam aos moradores para celebrar com música, dança e, claro, muito vinho.
Além da taça: sabores que contam histórias
A gastronomia na Serra é um espetáculo à parte. A influência italiana vai muito além das vinícolas e domina os pratos.
As tradicionais cantinas servem o rodízio de galeto al primo canto, polenta cremosa e massas caseiras com aquele sabor autêntico de receita de família.
Mas o ritual indispensável é o café colonial. É uma verdadeira instituição local: uma mesa farta com pães artesanais, bolos, queijos, geleias, salames e as famosas cucas.
Roteiros Clássicos: da Maria Fumaça às Casas de Pedra
Dois passeios são obrigatórios para entender a alma local:
Passeio de Maria Fumaça : O trem turístico liga Bento Gonçalves a Garibaldi e Carlos Barbosa, cidades vizinhas. O trajeto curto é uma verdadeira festa sobre trilhos, animado por músicos, dançarinos de tarantela e degustações de vinho e suco de uva.
Caminhos de Pedra : Este roteiro é um mergulho profundo na história da imigração italiana. É um museu a céu aberto, onde casas antigas de pedra, ateliês e pequenos restaurantes parecem ter parado no século XIX, revelando como viviam os primeiros imigrantes que chegaram à região.
A Serra em todas as estações
A região se reinventa a cada estação. No inverno, o frio convida ao aconchego das pousadas com lareira, embalado pelo cheiro de pinhão e pelo vapor do vinho quente. No verão, os parreirais formam um tapete verdejante que se estende até onde a vista alcança.