O lado muçulmano da China

Mais dos que os famosos guerreiros de terracota, Xi’an reserva a maior mesquita e um dos mais antigos pagodes do país

Foto: Janaína Silveira
O gorro branco distingue os chineses da etnia Hui, que segue os preceitos do Alcorão

Outro ponto obrigatório em Xi’an é a rua muçulmana, ou Huimin Jie, na região central da cidade. Ali, os chineses adotam hábitos como cobrir a cabeça e seguem orações do Alcorão. Pertencem à etnia hui, que se difere da maioria chinesa han apenas pelo credo religioso, ou vêm de Xinjiang, a província de maioria muçulmana.

A rua corre ao largo da Torre do Tambor, o ponto central da cidade. Toda em madeira, data de 1384 – embora tenha sido deslocada um quilômetro a Leste em 1582 – e é a maior e mais bem preservada da China. Como em outras cidades imperiais chinesas, próximo está construída a Torre do Sino. Ambas eram responsáveis por marcar o tempo na região, estabelecendo uma rotina cotidiana.

Ao lado, aparece imponente a Muralha de Xian, que data da dinastia Ming, mas cujas origens remetem à Tang. É um dos sistemas de defesa militares mais antigos da China, e também bastante preservado, que circunda a cidade antiga. Para vencer o percurso a pé são necessárias três horas e meia.

A visita à região é coroada com a Grande Mesquita, a maior da cultura islâmica na China, que teria sido construída ainda na dinastia Tang por influência de mercadores da Pérsia e do Afeganistão, que acabaram por firmar raízes por ali, casando com chinesas da etnia han.

O que mais chama a atenção é a mescla da arquitetura tradicional chinesa e muçulmana. São 12 mil metros quadrados, e quanto mais se adentra, mais silêncio se testemunha – algo que parece inacreditável logo no portão principal, imerso em inúmeras barracas onde se vende de sedas a bonecos de teatro de sombra, feitos em papel ou couro.

A cerca de quatro quilômetros dali, está um dos pagodes mais antigos da China, o Big Wild Goose (ou Grande Ganso Selvagem). Ele data de 652. É um dos testemunhos das primeiras influências arquitetônicas do budismo indiano vindo à China.

Perto dali, está o Museu Provincial de Shaanxi, o quarto maior da China – o primeiro é a própria Cidade Proibida, de Pequim. A história chinesa desde a pré-história até a época em que foram esculpidos os guerreiros de Xi’an é imperdível. Devido ao tamanho, reserve pelo menos três horas para conhecer tudo o museu.

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