A companhia Azul possui em seu quadro 102 aviadoras, entre comandantes e copilotas. Só no centro de manutenção do Aeroporto de Campinas, são 50 mulheres trabalhando para deixar os aviões da companhia prontos para voarem em segurança.
Neste Dia Internacional da Mulher, vamos contar a história de Izabel Reis, diretora da Azul Cargo Express, unidade de logística da Azul Linhas Aéreas. Ela coordena o trabalho de 700 tripulantes, gerencia 320 lojas e alcançou o marco de mais de 5 mil cidades atendidas no Brasil.

Segundo a Azul, esse número representa 90% dos municípios e uma cobertura equivalente a 96% da população. A paixão de Izabel Reis pela aviação começou em 1985, quando ficou sabendo de um voo de um Boeing 747 que partiu de Nova Iorque e pousou em Guarulhos. Na época, ela tinha 18 anos.
Aos 39 anos, Izabel, que é filha de imigrantes portugueses que chegaram ao Brasil após o final da Segunda Guerra Mundial em busca de oportunidades, afirma que sempre foi fascinada pela aviação e sonhava em ser piloto, mas esbarrou nas dificuldades impostas às mulheres naquela época.
Construção da carreira
“Eu precisava de um emprego que me permitisse trabalhar e estudar. Lembro que era uma vaga de seis horas, que atendia perfeitamente às minhas necessidades. Ouvi de muitas pessoas que era muito difícil entrar em empresas aéreas, então me preparei. Quando consegui, percebi que era ali que gostaria de construir minha carreira. Fui a segunda mulher a trabalhar como balanceadora na aviação brasileira, passei de agente a gerente geral de aeroportos, até chegar à diretoria da área de logística”, recorda.
Antes de chegar ao cargo de direção, Izabel passou 22 anos em uma companhia aérea conhecida nacionalmente antes de chegar à Azul, onde está há 14 anos. Ela se recorda do ano de 2012, quando ocorreu a fusão Azul com a TRIP. Segundo Izabel, a empresa dobrou de tamanho, e mais uma vez foi necessário realizar um trabalho minucioso de gestão.
“Quando a empresa que eu atuava estava enfrentando uma falência iminente, eu fiquei preocupada. Naquela época, eu já era casada e tinha dois filhos. Sabia que precisava me preparar para as mudanças do mercado. Por isso, busquei uma pós-graduação e atuei em outras companhias aéreas até que a Azul surgiu. Enviei vários currículos e fui convidada para uma vaga de coordenadora. Eu já era gerente-geral, mas me apaixonei pelo desafio e pelo potencial transformador da Azul. Cheguei em setembro de 2009, quando a Azul operava apenas seis aeroportos", completa Izabel Reis.