Planejando viajar? Dicas para enfrentar o enjoo em carros, aviões e navios

Enjoo do movimento pode se manifestar em diversos meios de transporte

Planejando viajar? Dicas para enfrentar o enjoo em carros, aviões e navios
Foto: Reprodução/freepik
Planejando viajar? Dicas para enfrentar o enjoo em carros, aviões e navios

Muitas pessoas se preparam para viajar e aproveitar momentos de descanso, mas algumas enfrentam um desafio incômodo durante os trajetos: a cinetose. Conhecida popularmente como enjoo de movimento, essa condição pode causar náuseas, tonturas e outros sintomas desconfortáveis em qualquer meio de transporte, como carros, aviões ou navios.

A otoneurologista Nathália Prudencio explica que a cinetose ocorre devido a um conflito sensorial entre os sistemas responsáveis pela visão, equilíbrio e orientação espacial. "Esse descompasso é comum em situações de movimento, principalmente em viagens de navio, onde a percepção de deslocamento é mais intensa. Em aviões, os sintomas são menos frequentes porque a sensação de movimento é mais sutil", afirma a médica.


Por que a cinetose acontece?
Embora a ciência ainda não tenha respostas definitivas sobre a causa exata da cinetose, sabe-se que ela afeta principalmente crianças entre 2 e 12 anos e mulheres. Além disso, fatores como ansiedade, alterações hormonais e até predisposição genética podem influenciar. "Crianças têm maior sensibilidade, mas geralmente superam o problema com o crescimento. Em adultos, a cinetose pode estar ligada a condições como distúrbios vestibulares ou doenças emocionais", explica Nathália.

Como prevenir e aliviar os sintomas
Para quem sofre com cinetose, algumas medidas simples podem amenizar os desconfortos:

Optar por refeições leves antes da viagem.
Evitar a leitura ou uso de celulares durante o trajeto.
Manter o olhar fixo no horizonte para estabilizar o sistema visual.
Buscar locais bem ventilados e respirar lentamente.

“Em algumas pessoas, a exposição prolongada ao estímulo de movimento pode ajudar o organismo a se adaptar. No entanto, quando os sintomas persistem, é fundamental buscar ajuda médica”, alerta a especialista.

Tratamento para casos severos
Se as crises de cinetose forem recorrentes ou intensas, medicamentos preventivos, como anti-histamínicos e antidopaminérgicos, podem ser recomendados.

Outra alternativa é a terapia de reabilitação vestibular, que utiliza exercícios específicos para habituar o organismo ao movimento. “Em situações mais graves, o tratamento é essencial para que o paciente não fique limitado em suas atividades cotidianas, como viajar”, explica Nathália.

Diferenciando cinetose de outros problemas
A médica destaca que a cinetose ocorre exclusivamente durante a movimentação. “Se a tontura ou o desequilíbrio aparecem após o término da viagem, pode ser um quadro de mal de desembarque, uma condição em que o sistema vestibular demora a se reajustar à ausência de movimento.”

Ela reforça que sintomas persistentes ou atípicos, especialmente em pessoas acima dos 50 anos, devem ser avaliados por um especialista, já que a cinetose tende a ser rara em quem nunca apresentou o problema antes.