Ao pensar em intercâmbio, qual o primeiro destino que vem na sua cabeça? Para muitas pessoas, as respostas podem estar baseadas somente em cidades do Canadá e dos Estados Unidos. Porém, os brasileiros que optam por esse tipo de viagem mostram que há muito mais países a serem explorados, como é o caso da bancária Renata Cerqueira, de 36 anos, que escolheu Glasgow, na Escócia, para estudar e melhorar os conhecimentos em inglês.

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Durante o intercâmbio, Renata teve a oportunidade de ver a neve pela primeira vez em Gasglow, na Escócia
Reprodução/Instagram/recfonseca
Durante o intercâmbio, Renata teve a oportunidade de ver a neve pela primeira vez em Gasglow, na Escócia


Renata aproveitou o período de férias, em fevereiro deste ano, para realizar o intercâmbio , que teve duração de três semanas. O destino escolhido, segundo ela, foi financeiramente melhor que as opções mais tradicionais e, além disso, ideal para praticar o idioma.  “Glasgow não estava na minha cabeça, mas me despertou o interesse. Achei bem diferente das outros cidades e sabia que não encontraria muitos brasileiros.” 

Na estadia, a bancária não teve contato com pessoas da mesma nacionalidade e fez questão de conversar com outros estudantes de Espanha, Itália, Japão e Arábia Saudita. Além disso, viajou sozinha, o que, para ela, fez a experiência ser ainda mais gratificante. “No começo, ainda não estava familiarizada com a língua e com a dificuldade do sotaque escocês, mas consegui superar as dificuldades e me sentir vitoriosa.” 

Um dos momentos mais marcantes durante a viagem foi a possibilidade de ver a neve pela primeira vez. “Apesar do frio intenso, foi sensacional. Uma experiência incrível. Como fiz bastante amizade, a gente se divertiu muito na neve. E a paisagem ficou muito bonita.”

Outro continente 

Rafaela escolheu Nova Delhi para estuda e trabalhar; na foto, aparece em frente ao Harmandir Sahib, em Amritsar, Punjab
Arquivo pessoal/Rafaela Medeiros
Rafaela escolheu Nova Delhi para estuda e trabalhar; na foto, aparece em frente ao Harmandir Sahib, em Amritsar, Punjab


Já a profissional de hotelaria Rafaela Medeiros, de 26 anos, por sua vez, escolheu Delhi, na Índia, para o intercâmbio. A jovem viajou em outubro de 2017 e deve permanecer lá até julho deste ano.

Para ela, uma das grandes vantagens do país é ser diferente e também não ter muitos brasileiros. “Como eu estava muito focada em aprender inglês, apostei em um lugar onde não iria encontrar uma comunidade brasileira muito grande. Dessa forma, praticar o idioma fica mais fácil, já que não tem outra opção a não ser perder o medo e falar.” 

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Arquivo pessoal/Rafaela Medeiros

A jovem visita Taj Mahal, em Angra, na Índia

Além de estudar, Rafaela também optou por trabalhar no exterior de forma voluntária em dois hostels, sendo a primeira experiência em Delhi, por dois meses, e depois, pelo mesmo período, em Goa. “Não ter de gastar com acomodação e alimentação reduz muito os custos da viagem.” 

Outro ponto positivo em relação ao país listado pela intercambista é o baixo custo de vida que a cidade oferece. Com um destino mais lindo que o outro, conforme ela descreve, é possível encontrar passagens aéreas, de trem e ônibus por preços baratos e, dessa forma, viajar de de Norte a Sul do país. “A Índia é um sonho realizado e que todos os dias me surpreende. Tenho certeza que fiz a melhor escolha em ter vindo pra cá”. 


Vantagens dos países menos "tradicionais"

De acordo com Daniel Amgarten, sócio-diretor da Fuja dos Brasileiros, há inúmeros benefícios em optar por destinos fora do Canadá e dos Estados Unidos. “Ao escolher opções que contam com menos brasileiros, os alunos se sentem forçados a aprender o idioma para conviver e trocar experiências com pessoas de outros países”.

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Além disso, o profissional acredita que a experiência fica mais enriquecedora. “Do contrário, quando se tem muitos compatriotas, muitas vezes eles acabam caindo em uma bolha e passando boa parte do tempo de lazer com outros brasileiros, prejudicando o aprendizado.”

Outro ponto positivo é o custo da viagem, que costuma ser mais barato nos locais não tradicionais.  Ao consultar diversas agências de intercâmbio, pode-se verificar que, por exemplo, um pacote de quatro semanas no mês de julho para Nova York, nos Estados Unidos,  fica em torno de R$ 11 mil.

Além disso, geralmente, morar em uma casa de família no lugar de permanecer em uma residência estudantil reduz o valor da acomodação. Escolher apenas uma das refeições no lugar de meia-pensão também torna o preço final mais atrativo. A pesquisa também mostra que Glasgow, na Escócia, pelo mesmo período, fica cerca de R$ 5 mil. É importante analisar que os preços variam - e muito - de acordo com as escolhas dos estudantes.

Planejamento e passo a passo para a viagem

Marcelo Cansini, fundador da World Study, explica que o primeiro passo antes de definir a viagem é buscar por uma agência de confiança. Dessa forma, o estudante encontra um local seguro e evita levar um golpe e perder todo o dinheiro investido.

Depois disso, define-se qual a língua que será estudada e o tempo de intercâmbio, que pode variar de duas semanas até, normalmente, um ano. Para determinar o tempo de duração, é preciso fazer um planejamento financeiro e ter em mente o quanto pode-se investir nessa experiência.

Em seguida, chega a hora de definir o destino. Toulouse e Lille, na França; Cartagena, na Colômbia; Liverpool, na Inglaterra; Nápoles, na Itália; Glasgow, na Escócia; e Cardiff, no País de Gales. Essas são as opções sugeridas pelo profissional da Fuja dos Brasileiros e que, segundo ele, são os locais mais procurados na agência.

Em relação ao período, o mais comum é fechar com três a quatro meses de antecedência. Entretanto, se o tempo for de seis a nove meses antes a viagem, o intercambista consegue se programar melhor para providenciar visto - quando necessário -, pode realizar o pagamento em mais parcelas e obter um bom desconto na passagem aérea . Quando chegar o dia do intercâmbio começar, basta fazer as malas e aproveitar a experiência. 

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