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Três falhas principais podem ter contribuído para a colisão de um avião comercial com um helicóptero Sikorsky UH-60 Black Hawk em Washington, D.C., poucos minutos antes do pouso no Aeroporto Nacional Reagan. O avião, operado pela American Airlines, transportava 60 passageiros e quatro tripulantes. No helicóptero militar estavam três soldados. Esse modelo pode atingir até 280 km/h.
O especialista em segurança aérea Diego Cabral acredita que o acidente pode ter sido causado por problemas na torre de controle. Ele alerta para a importância do funcionamento adequado do sistema ADS-B (Automatic Dependent Surveillance – Broadcast). Segundo o especialista, esse sistema é responsável por transmitir a localização da aeronave para o controle de tráfego aéreo.
Erro humano
"Se o ADS-B do helicóptero não estava ativado, isso significa que outras aeronaves em rota de colisão não puderam receber seu sinal, comprometendo a prevenção de acidentes pelo sistema TCAS. Essa situação pode ter sido resultado de um erro humano, considerando que os pilotos estavam em treinamento", explica Cabral.
Falhas no funcionamento dos radares e nas comunicações entre a torre de controle e as aeronaves envolvidas também podem ter causado a tragédia nos EUA. "Uma provável falha no radar pode ter impedido a detecção do helicóptero Black Hawk. Além disso, a torre de controle tem um papel fundamental na orientação dos pilotos sobre conflitos de rota", acrescenta o especialista.
Modelo transporta até 70 passageiros
O Bombardier CRJ700, que colidiu com o helicóptero, foi fabricado pela empresa canadense Bombardier. Essa aeronave tem capacidade para transportar até 70 passageiros. No Brasil, nenhuma companhia aérea utiliza esse modelo de avião.
O Bombardier CRJ700 foi desenvolvido por meio de um projeto conjunto da fabricante canadense com 15 empresas aéreas e lançado com o nome Canadair RJ 700. Seu primeiro voo ocorreu em 1999.
O Bombardier é um dos principais concorrentes do modelo Embraer 175, produzido pela empresa brasileira Embraer, que transporta até 75 passageiros. A aeronave da fabricante brasileira é utilizada em voos regionais pelas companhias American Airlines e United.